Quase uma fábula
E foi assim que se deu......., numa tarde tremendamente quente destes finais de tempo... A preguiça rolando. A TV ligada sozinha e as fantasias saltando de asa delta em minha mente. Até que veio o estalo...
Por que não fazer uma festa surpresa, de nós para todos nós amigos,
no mundo animal? Vai ser muito engraçado e cheio de espanto.
Comecei pela lista de convidados. O primeiro foi o macaco prego, que
gostava de pregar peças em todos. A segunda foi a dona Girafa muito en-graçada e alta, ficava sempre por fora de tudo. Só no alto, espiando.
Até que chegou a Ema com a cabeça enterrada num chapéu, queixando-se do escuro que fazia no dia. Todos riam e nada entendiam.
Enquanto isso teve até penetra na festa, uma cobra sucuri esperta que tentava seduzir a todos com uma bela maçã que oferecia e ninguém queria, nem de graça.
Mas quem salvou a noite foi a Dona Borboleta que embelezou com sua leveza e colorido a passarela, enquanto a dona Centopéia toda atrapalhada buscava debaixo das mesas dos convidados, onde tinha deixado alguns pares de seus sapatos. O que ela só foi encontrar no meio do salão, nas mãos do macaco Tião.
Então, dona Arara, fofoqueira nervosa, deu-se por ofendida e cheia de prosa, soltou logo todos os seus verbos e adjetivos:
- Esta festa é uma porcaria. Aqui eu não fico...
Mas antes, gritou tanto que a música ninguém mais ouvia....
Assim, a solução foi acompanhar a banda de vagalumes, que já meio zonzos queriam tocar na maré baixa os seus sambas cheios de aché.
O que fizeram com maestria, até altas horas a pino de um sol escaldante e
bonito.
E o que começou no mato terminou na cidade grande. Ganhou prumo. Foi do Rio à Quinta Avenida, levando Carmem Miranda, Chacrinha e Oscarito. O Zé Carioca e sua bossa.
Só não foi o Jabuti, que na pressa despencou do céu e quebrou sua careca. Nem eu, que tive que ficar escrevendo esta história boba para
um mundo quase sem onças, jacarés, calangos, formigas e bichos de pé.