A origem das gotas de orvalho

Há muitas e muitas luas atrás, num reino de magia e amor viveu Irineu, um jovem artesão de mãos hábeis e coração puro.

Num belo dia de outono o jovem artesão andava pela floresta em busca de madeira para seus trabalhos, quando avistou um corpo caído no chão entre as folhas secas. Era uma jovem de pele clara e longos cabelos negros, um fino véu de seda cobria seu rosto e desenhavam seus lábios cerrados. Irineu tomou-a em seus braços, e ela despertou lentamente do sono, fitando seus lindos olhos azuis nos dele. Irineu descobriu os lábios da linda princesa, fechou seus olhos e a beijou suavemente. A partir daquele momentos suas almas haviam se ligado para toda eternidade.

A jovem chamava-se Sara , ela era nada menos doque filha do maldoso rei Saul. Um soberano impiedoso que mantinha tudo sobre seu domínio. Naquele dia a princesa Sara desobedecera a ordem de seu pai; mas ele acabou descobrindo sua travessura e seu encontro com o pobre artesão.

O rei saul como punição a desobediência da filha trancafiou-a em seu quarto; quanto ao atrevimento do jovem artesão de ter olhado a face casta da princesa Sara, foi colocado sobre ele, pelos magos do reino uma eterna maldição.

Irineo teve sua alma aprisionada no corpo de um corvo, que seria arrastado por toda eternidade pela sombra da noite onde quer que ela o levasse. A jovem princesa quando soube do destino de seu amado não mais se alimentou até que o último fôlego de vida a deixou.

Dizem em cantigas de roda que Irineu nunca se libertou da maldição e nem esqueceu seu grande amor e que o orvalho da manhã são suas lágrimas cobrindo a relva.

Alessandro Faria de Oliveira
Enviado por Alessandro Faria de Oliveira em 23/05/2007
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