Valor de um sonho

Um dia de manhã bem cedo eu sentado a minha porta

Vi quando ele passou; barbudo com um aspecto de cansado.

Tão despercebido, não me falou nem um bom dia, como

É o costume da nossa gente; eu percebi que algo estava

Errado, mas o que eu podia fazer, perguntar? Não, isso não;

É um direito dele, falar ou não com quem ele quiser; E ele

Foi andando, até que não se teve mais noticias. A família a

Principio, não deu muita atenção, mas com decorrer do

Tempo, foram mudando de atitudes; Resolveram procurar.

A procura

Mas uma coisa assim meio tímida, até que desistiram. E

Anos depois, ele deixou escapar uma pista; apareceu Alguém em um

Balcão de anúncios de desaparecidos, e colocou um anuncio.

Dizendo Que havia descoberto um senhor, com aproximadamente

cinquenta anos, estava morando na rua, e ele quer encontrar a família

Ele disse seu nome, e não sabe de mais nada. Apenas isso

Esse anunciante, pediu que fizessem o Maximo para que a

Família fosse localizada; Ofereceu também, que Se houvesse

Despesas a pagar, ele Pagaria; - conquanto, que seu nome não fosse divulgado.

E colocou um detetive, um homem experiente para ir até ao

Local onde ele morou, para procurar por sua família;

missão

Localizar a família, mostrar uma cópia do anuncio, e dizer : - um

Homem muito rico desta cidade de onde venho, encontrou esse

Senhor, e anunciou; e ficou aguardando, só que seis meses se passaram, e não

Apareceu ninguém interessado; no tal homem.

Pesquisando pela internet, ele descobriu o

Nome dessa família, ele então me mandou para saber se Dessa família tem alguém

Desaparecido;

Uma senhora que assumia a

Cabeceira da mesa levantou-se, e parecia que ia responder, A minha pergunta.

Mas um dos homens que se Sentava a mesa, a interrompeu e disse: não, da nossa família não tem ninguém Desaparecido. Eu então perguntei: e alguém

De vocês sabe me dizer,

Se esse anuncio chegou até aqui? Um disse á sim, todos os outros

Ignoraram; na casa mais ninguém sabia só ele tinha conhecimento daquele anuncio.

Para que pudesse ficar mais tempo entre eles, e pescar mais alguma coisa para que pudesse Levar um relatório completo, eu fui puxando outros assuntos para dar prosseguimento, Eu disse: - Aprecio uma família reunida, acho que é por que eu não

Tenho uma, eu acho muito bonito. Posso tirar uma foto? Claro respondeu

Uma das mulheres; E assim eu fiz: - tirei uma foto e trouxe comigo.

Saí da casa, convicto de que era a família que o desprezava.

Andei uns cem metros, depois que saí da casa, e lá bem longe ouvi alguém gritando atrás de mim; Eu parei,

Quando viro e olho; era uma das moças que estava na casa; Esperei, e ela disse:

Moço estão todos mentindo; Meu pai sumiu a alguns anos, e não sabemos

O paradeiro dele. Mas parece que gostaram, e não estão dando a mínima.

Mas a senhorita, parece ter um pensamento diferente em relação ao

Seu pai? É verdade, meu pai teve seus motivos para sair de casa eu sei eles o menosprezavam muito;

Mas eu, Sinto muita falta dele. Diante da aflição daquela jovem, Eu perguntei: - Se for mesmo ele, vai se lembrar de você, esse será um sinal de

que é realmente o seu pai; - E se quiser vê-la, posso procurá-la para levá-la até ele?

Você quer Vê-lo mesmo como mendigo? Seja como for é meu pai, não só quero velo

Como quero trazer ele de volta para casa.

Tudo bem vou ver o que posso fazer; Aguarde noticias; Mas não diga

Nada a ninguém a respeito dessa nossa conversa; Pode não ser ele o seu pai.

Me despedi da jovem ansiosa, e parti; Levando o relatório, e as

Fotos;

Entregue

E agora o quê que eu faço? sua filha espera uma resposta. Sinto muito, mas ela já esperou até agora, vai ter que esperar mais um pouco.

Ela ficou muito ansiosa, porque não satisfaz logo a sua ansiedade?

Não, ainda é muito cedo; Eu quero quando ela chegar aqui, quero estar em condição

De dar a ela o que nunca pude dar. - esse trabalhos que tenho em andamento, vai me

Proporcionar isto;

Desejo

Eu pretendo expor esses trabalhos, e quero que vá procurá-la, por ocasião da exposição.

Mas antes precisamos conversar sobre você; Eu acho você uma pessoa De muita capacidade; acho que pode ganhar mais de que ganha, e correr menos Risco. Que corre.

Mas o que o senhor quer dizer com isto? Quer me oferecer um emprego?

Eu não quero dizer nada, quero perguntar posso? Claro, pode perguntar; - então é isto eu não sei quanto você Ganha, mas posso lhe oferecer o dobro; para ser meu auxiliar

Você quer? Claro, Não precisa ser mais me pagando o

Que ganho atualmente, já me dou por satisfeito; o senhor para mim é uma pessoa especial : - porquê? :- Ora Com o senhor, eu aprendi que o dinheiro não é tudo.

Especial é você Arnaldo, você é o filho que eu queria ter; Meus filhos não pensavam assim, e por isto estou aqui. Longe de todos; Sempre que eu sonhava eles me acordava eu tinha um sonho, mas esse Sonho não tinha cifrão, por isso nunca deram valor a meu sonho. Eu precisava deles para realizar cada sonho meu, e não podia contar com ninguém, sofri Com isso até que um dia, juntei toda papelada que eu riscava, botei

Numa sacola, e fui correr mundo em busca dos olhos dos estranhos.

Quando me vi sozinho no meio de uma multidão eu pensei: - quem

Sabe os estranhos dêem valor! Peguei um lápis e papel, e comecei a

Riscar; - muitos passavam correndo, outros olhavam de longe, e no

Dia seguinte, eu estava ali; e no outro, e no outro, e não desanimei, até que um jovem bem vestido, parou sacudiu a cabeça, e foi embora; No outro dia, aquele jovem parou com mais dois jovens como ele. Pararam, olharam, e foram embora.

Na outra semana, aquele jovem parou e disse, eu quero comprar um Trabalho seu; com Aquela expressão eu me assustei, e ele falou firme quero aquele que o senhor

Pintava quando passei na semana passada; O que ele me viu pintando, Era mais um trabalho que tinha ido para a sacola, juntar-se as centenas de papeis antigos.

Para atendê-lo Puxei tudo de dentro, da sacola, e ele achou a pintura da qual gostou; me perguntou o preço; eu nunca tinha vendido um trabalho meu, mas achei que não

Podia dizer isso nem a ele nem a ninguém; então eu falei: - como não vendi nada hoje

vê quanto vale..

O jovem disse: - Sendo assim vou lhe dar trezentos ta bom?

Aquilo era uma experiência nova para mim; foi quando descobri que

Meu trabalho já estava sendo valorizado.

Peguei tudo, enfiei na sacola, e fui para o meu quartinho alugado na periferia;

Com aquele dinheiro, paguei o aluguel, que até então não sabia como ia pagar.

Comprei um ferro de passar, Passei toda a papelada, deixei tudo novinho, quero dizer certinho e comecei a pendurar minha papelada velha na parede lateral daquele prédio,

Expor Para os transeuntes e logo os cruzeiros começaram a entrar, e fui ficando

Conhecido ali na esquina da Rua Nova com Presidente Prudente.

Agora é isso que você vê. Não vim atrás de riqueza, eu só queria provar que era

Capas. Por isso se você ficar trabalhando comigo,

Nós vamos organizar uma exposição, anunciar, e depois que tudo estiver

Pronto, você providencia a vinda da minha filha; - quero que ela me veja

No salão de exposição.

Como o Artista nunca se apresenta com seu próprio nome, ele criou para si um

Pseudônimo; e por isso jamais seria descoberto pelas pessoas que não acreditavam

No seu talento. - ele fazia antes, um tremendo esforço para apresentar o melhor,

Mas era visto como um sonhador.

Mas realmente, ele era sonhador, e para não acordar desse sonho, preferiu viver

Em uma selva de pedras sozinha, no meio da multidão; e foi nessa selva que ele

Foi visto como um pontinho, inserido em uma folha limpa.

A filha quando viu não acreditou, mas identificou seus trabalhos e orgulhou-se do seu pai

jômuniz
Enviado por jômuniz em 22/05/2007
Código do texto: T497417
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