CRÔNICA DO SENTIR
Um dia, alguém viu que era possível, ser feliz. Embora tudo parecesse impedir este sentimento chamado felicidade, pensava ser capaz de alcançar tal feito.
Nunca tinha se permitido ao menos balbuciar ao seu próprio interior, os desejos contidos, porém proibidos, de quem nunca fez nada para comprometer sua real condição inerrante.
O tempo foi passando, as coisas deixando de acontecer, na verdade acontecendo em doses homeopáticas, porque mais rápido que isso seria, o que se pode chamar, perigoso
Os momentos passados até então, teriam sido suficientes para sua própria aceitação numa realidade artificial, porém, única forma de se sentir não portadora de crise de aceitação e arrependimento.
As muitas vezes que se viu quase em condições de enfrentar caminhos diferentes, sempre eram rechaçados por crises de consciências, muitas vezes gigantescas.
Em meio a toda esta situação, por vezes, se deixava levar por devaneios mil, sentimentos desenfreados em seu eu interior, que ai sim, poderiam ser vividos avidamente.
Sem dor de estar , talvez cometendo algo errado, e tão grave que faria desfalecer, muitas vezes conseguia viver intensamente sentimentos outrora impedidos.
Nada que pudesse se falar nesta situação, poderia anular a alegria muitas vezes privada de possibilidades, pois aparentemente sempre seria algo totalmente errado, mas ali , nesta situação, não o era.
Neste emaranhado de ilusões afloradas por sentimentos fortes e verdadeiros, muitas vezes se confundiam com coisas que não seriam assim tão horrivelmente condenadas.
Na verdade, esta pessoa, que tanto tentava ser feliz, muitas vezes se conseguia neste linguajar deliciosamente instigante, porém, proibitivo, e no entanto, tão intenso e real.
Esta alegria, rebuscada do mais íntimo dos seus sentimentos, fazia sentir, que era suficiente para que sua reestrutura, enquanto pessoa, lhe permitisse ser feliz.
O que se pode dizer de importante para ela, esta pessoa, não se sabe se homem ou mulher, é que é mais importante um sentimento verdadeiro, que enganar-se a si mesmo.