O caminho mágico

Vocês já ouviram a história do menino que seguiu por um caminho mágico até o fim do mundo, e no final encontrou um tesouro tão precioso que tornou-se rei? Está esquisita essa história? Está nada. Vou contar do começo.

Era uma vez um adolescente chamado Pedrinho que morava num lugar distante de todas as cidades grandes. Para qualquer lado que fosse, podia viajar dezenas de quilômetros de campos e florestas. Seu pai era lavrador: fazia plantações e criava animais para sustentar a família; sabia ler e escrever e guardava alguns livros, que lia à noite para os filhos, à luz do fogão à lenha. Pedrinho, a mãe e os irmãos ouviam aquelas histórias incríveis, quietos e bem juntinhos para aproveitar melhor o calor do fogo.

Uma daquelas histórias falava de um caminho mágico que leva até onde existe um tesouro, e quem segue por ele até o fim e encontra o tesouro torna-se um rei.

Quando Pedrinho já era adolescente, o pai morreu. Estavam cortando uma árvore e esta caiu sobre o pai, matando-o. Enquanto o pai agonizava, Pedrinho ficou segurando sua mão, para confortá-lo. Não sabia o que dizer, então começou a lembrar as histórias e a repeti-las, para que seu pai se distraísse das dores que sentia. Ao lembrar da história do caminho mágico, perguntou ao pai onde ele ficava e o pai disse, então:

— Sabe a estrada que passa lá onde acabam nossas terras, aquela que tem uma fileira de árvores altas em cada lado? Ali começa o caminho mágico, e segue na direção em que nasce o sol. Siga por ela, Pedrinho, e encontre o seu tesouro, para você será melhor do que ficar - disse o pai.

Assim que o pai foi enterrado, Pedrinho disse à mãe que iria em busca do tesouro e que voltaria quando fosse um rei, para ajudar seus irmãos. A mãe brigou, mandou ele parar de pensar bobagens, disse que o caminho mágico é apenas uma lenda e que ele, Pedrinho, precisava era trabalhar para ajudá-la a sustentar seus irmãos. Mas o jovem estava com tanta vontade de seguir em frente que não lhe deu ouvidos e partiu, levando a guaiaca que pertencera ao pai, a faca na bainha e o dinheiro que havia dentro dela.

Como o pai orientou, foi até a entrada que passava no limite das terras da família, e lá foi para o lado onde nasce o sol. Havia muitas árvores em casa lado, e muitas borboletas azuis revoavam na sombra das copas.

No primeiro dia de caminhada Pedrinho ficou encantado com as belezas que via a cada passo. Eram paisagens surpreendentes, animais que nunca tinha visto, casas bonitas, pessoas alegres e bem vestidas, montadas em cavalos majestosos ou em carros confortáveis com enfeites dourados, uma porção de coisas que não imaginava que fosse possível existir com tanta abundância. “Esse é mesmo o caminho mágico. Vejo que muitos já chegaram ao seu final e encontraram seus tesouros”, pensou o menino, esfregando as mãos satisfeito.

Chegando a noite, Pedrinho comeu o lanche que havia levado de casa e abrigou-se em um estábulo cheio de capim seco, onde deitou-se, dormiu e sonhou coisas boas até o raiar do dia. Ao acordar, estava rodeado de meninos e meninas, alguns bem maiores e mais robustos que ele, todos olhando-o de cara feia.

— O que está fazendo aqui, mendigo?

— Não sou mendigo. Sou um viajante.

— Dá o fora! – gritaram os meninos, ameaçando bater nele. — Não queremos você aqui!

— Não se preocupem. Eu não ia mesmo ficar – disse Pedrinho, pondo-se a caminho, antes que o surrassem.

O segundo dia de caminhada foi cansativo. Os pés doíam e a comida havia acabado no dia anterior. Quando encontrasse uma estalagem compraria alimentos, pensou. Mas enquanto seguia em frente, pensando no tesouro que encontraria, um homem cortou-lhe o caminho, suplicando:

— Ajude-me, por favor. Minha família está morrendo e eu preciso completar o dinheiro para comprar remédios. Falta só um pouco. Qualquer moeda que você tiver será importante para mim.

— Não sei se devo – disse Pedrinho. — Tenho pouco dinheiro e não sei quanto durará minha jornada. Posso precisar de cada centavo.

— Não se preocupe, meu jovem. Vejo que você é um homenzinho esperto e de bom coração. Pessoas assim nunca ficam sem nada. Sempre haverá uma boa alma para ajudá-lo e com certeza um dia será muito rico.

— Então darei metade do meu dinheiro.

O jovem tirou a guaiaca da cintura e abriu-a. Quando o homem o viu distraído, tomou a guaiaca de sua mão, arrebatou todo o dinheiro que havia nela, jogou a guaiaca no chão, e foi embora correndo. Cheio de tristeza, Pedrinho chorou até anoitecer e foi dormir embaixo de uma árvore, sentindo muita fome. Pensou em voltar para casa, mas a vergonha era tanta que não teria coragem de enfrentar sua mãe.

No terceiro dia, ao amanhecer, Pedrinho saiu caminhando até encontrar umas pessoas, e pediu um pouco de comida. Alimentado e reconfortado, recuperou as esperanças de encontrar o seu tesouro, e caminhou, caminhou, caminhou, até encontrar um grupo de pessoas, a quem perguntou se ainda estava no caminho mágico.

— Essa estrada é mágica mesmo – disse um deles. - Quer ver uma mágica de desaparecimento? Empresta-me essa guaiaca que você tem na cintura. Veja que bela faca tem aqui. Agora tire toda a roupa.

— Como assim? Está frio.

– Eu disse 'tire a roupa' – falou o homem, ameaçando o rapaz com sua própria faca. — Isso mesmo! Agora a mágica do desaparecimento. Feche os olhos e conte até cem. Se abrir os olhos antes, faremos picadinho de você.

Tremendo de medo, Pedrinho obedeceu. Contou até cem e abriu os olhos. Os malandros haviam sumido, levando sua roupa, a guaiaca e até suas botinas. Sem saber o que fazer, continuou caminhando, até encontrar alguém a quem pudesse pedir ajuda.

Logo adiante encontrou um bando de meninos que voltavam da escola. Feliz com a rapidez com que encontrava ajuda, Pedrinho correu até eles. Mas ao invés de ajudarem o menino nú, eles atiraram pedras e bateram nele com paus até deixá-lo caído na estrada.

“Está dando tudo errado”, pensou Pedrinho. “Por que fazem isso comigo? Que fiz eu para merecer isso? Já sei. Todos sentem inveja de mim, porque eu ficarei rico quando encontrar o meu tesouro. Então eu mostrarei a eles o quanto são maus e merecem castigo”. Enquanto assim pensava, uma mulher o encontrou e perguntou o que havia acontecido. Pedrinho contou tudo e a mulher o levou para sua casa, deu-lhe banho, comida, roupas e um lugar para dormir à noite. Nessa noite o menino teve pesadelos, mas pela manhã, antes de acordar, voltou a sonhar com o tesouro no fim da estrada mágica.

No quarto dia o jovem viajante caminhava por lugares estranhos, quando encontrou um velho caído à beira da estrada. Parecia morto, mas não apresentava ferimentos. Tentando virá-lo para ver-lhe o rosto, percebeu que o velho tinha muito dinheiro nos bolsos. Com esse dinheiro poderia ir bem longe, talvez até o final do caminho mágico onde está o tesouro, pensou. Mas o medo e a vergonha o impediam de roubar. Ali ficou algum tempo sem saber o que fazer, até que resolveu pegar o dinheiro, ir em frente até cruzar com alguém que pudesse socorrer o velho. E assim fez. Seguiu adiante cheio de remorsos e tristeza, mas determinado a ir até o fim de sua jornada. De fato, mais adiante, encontrou pessoas a quem contou sobre o velho e pediu que fossem ajudá-lo, dando a eles uma parte do dinheiro. Não falou nada sobre a origem do dinheiro, mas prometeu para si mesmo que devolveria o restante, quando encontrasse o tesouro no final da estrada mágica.

Durante vários dias Pedrinho prosseguiu em seu caminho, dormindo nas estalagens e conhecendo lugares diferentes, cada vez mais próximo do lugar onde nasce o sol. Um dia seu dinheiro acabou, foi pedir comida em uma casa, mas a pessoa disse que não lhe daria comida, mas poderia compra-la se o ajudasse a colher uma roça de milho maduro. Isso era coisa que Pedrinho sabia fazer muito bem e em pouco tempo não restava uma espiga a ser colhida. Descobriu, assim, que poderia trabalhar para ganhar o próprio sustento durante toda a caminhada pelo caminho mágico. E seguiu fazendo isso, durante meses e anos.

Em cada lugar onde parava para trabalhar ou para descansar, ele conhecia pessoas diferentes e ouvia as histórias mais interessantes. Algumas histórias eram divertidas, outras assustadoras. Havia histórias muito tristes e não faltava quem procurasse dissuadi-lo de prosseguir na busca do tesouro, falando para ele ter juízo, ouvir a voz da razão e as mais diversas alegações. Uns diziam que andarilhos não têm futuro, pois morrem jovens e, quando sobrevivem, nunca ficam ricos nem se tornam reis. Outros tentavam convencê-lo que, em vez de um tesouro, no final da estrada se encontra uma maldição. Alguém disse-lhe, um dia, que as estradas não têm fim, pois uma emenda-se na outra e todas juntas dão a volta ao mundo, sem nunca terminar. Não faltavam convites tentadores para que se estabelecesse nas aldeias, compartilhando a vida humilde dos que vivem para sustentar suas próprias famílias, e nas cidades grandes os convites eram ainda mais tentadores, pois diziam que ali já se desfruta o grande tesouro da vida na forma de prazeres e vaidades. "E aqui posso tornar-me um rei?" perguntava, e a respostas eram gargalhadas e galhofas.

Muitas vezes Pedrinho sentia-se tentado a desistir da viagem, porque parecia que o caminho mágico realmente não tinha fim. Estabelecia-se por algum tempo, mas logo voltava a sonhar com seu tesouro e colocava o pé na estrada mais uma vez. Acostumado a seguir sempre em frente, Pedrinho já não via graça em mais nada na vida, a não ser em caminhar, caminhar, caminhar...

Os anos se passaram e o jovem já era homem feito, quando sucedeu-lhe encontrar um grupo de buscadores que, como ele, buscavam o final da estrada mágica, onde encontrariam um tesouro e se tornariam reis. Eram gente de todo tipo: alegres, tristes, apressados, sossegados, humildes, orgulhosos, pacíficos, violentos, educados, grosseiros, mandões, resignados, egoístas, altruístas, espertos, abobados, enfim, cada um tinha seu modo de ser e o mais incrível era que cada um deles dizia ser mais correto o seu modo.

Pedrinho observava os modos de cada um e cada vez convencia-se de que para su o melhor era o seu modo de ser. Procurava imitar aqueles a quem considerava os mais sábios, porém logo mudava de ideia e tornava a ser como sempre havia sido.

Pedrinho agora tinha uma nova preocupação: com tanta gente para dividir o tesouro não sobraria muito para cada um, quando o achassem. Confidenciou as dúvidas a um amigo e este garantiu que o tesouro era suficiente para cada um deles viver como rei enquanto vivesse.

Um belo dia o bando deparou com uma encruzilhada e ninguém sabia para que lado ir. Discutiram muito e chegaram a brigar, até que parte de bando seguiu em frente, parte foi para a esquerda, outro tanto foi para a direita, alguns voltaram por onde vieram. Pedrinho sentou-se no chão, exausto e indeciso. Não conseguia pensar em nada, de tão cansado.

Pensou em chorar e arrepender-se, mas os olhos estavam secos e o coração parecia estar seco também, tão duro quanto seus ossos e músculos acostumados com a caminhada incessante.

Assim que relaxou, seus pulmões puxaram o ar para dentro de si, como se tivesse vontade própria. Com o movimento, a cabeça ficou erguida e os olhos ficaram na linha do horizonte. Pedrinho percebeu que num dos quadrantes da encruzilhada havia uma imensa plantação de milho recém plantada, que se perdia no horizonte da planura quase infinita, parecendo um oceano de folhas verde escuras. Naquela paisagem de duas cores apenas, o verde do milharal e o azul intenso do céu sem nuvens, havia uma pequena mancha branca, muito longe, parecendo a fumaça de alguma chaminé.

— Lá deve ser a sede da fazenda - disse Pedrinho para si mesmo. - É para lá que eu vou.

E foi naquela sede de fazenda que algum tempo depois Pedrinho resolveu qual direção tomar, para continuar sua caminhada em busca do tesouro no final da estrada mágica, que de mágica não tinha nada. Depois de tanto tempo, não havia mais dúvidas disso, mas Pedrinho não desistia de jeito nenhum do seu sonho, pelo simples fato de não pensar em nenhum outro propósito para sua vida, ou por uma enorme e simples teimosia.

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Depois de muitos e muitos anos, quando já estava bem velho, Pedrinho continuava caminhando, em busca do seu tesouro. Ia trôpego pela estrada, ora acompanhado de um ou dois amigos, pra completamente solitário. Seguia adiante apesar da certeza que tinha feito a escolha errada, que devia ter ouvido sua mãe e não o seu pai, afastando do pensamento a cada minuto a tentação de arrepender-se. Levantava-se cada manhã para iniciar um novo dia, e partia como se aquele fosse o último. Estava cansado, mas nunca tinha feito outra coisa na vida senão caminhar, e há muito já não tinha sentido dar meia volta e retornar.

Uma tarde, acompanhado de um pequeno grupo de caminhantes, ia por uma estrada que cortava uma densa floresta e Pedrinho viu uma revoada de borboletas azuis entrando num desvio que havia logo adiante. Convidou os amigos a irem por ali, mas ninguém gostou da sua ideia. Não queriam desviar-se do caminho principal, pois a floresta tinha fama de ser perigosa e eles pretendiam ultrapassá-la o mais rápido possível.

— Vamos por ali. As borboletas são um sinal.

— Sinal de que você vai morrer - disseram os colegas, rindo da própria piada

— Muito bem – disse Pedrinho –, vocês vão por onde quiserem. Eu vou por aqui.

— Você é maluco – responderam os companheiros —, mas nada podemos fazer se você quiser seguir por ali. Nós vamos adiante.

Foi assim que Pedrinho viu-se mais uma vez solitário, dessa feita em meio a uma densa floresta, protegido apenas pela grossa bengala que usava para aliviar o peso do corpo sobre os joelhos doloridos. Após os primeiros passos levantou os olhos surpreso com a tamanha beleza do que via. A floresta estava cheia de borboletas azuis, dezenas delas, revoando na penumbra. “Isso é de fato um sinal”, pensou o velho, e continuou caminhando. Logo chegaram pássaros, muitos pássaros, e começaram a comer as borboletas, mas essas eram tantas que não acabavam nunca.

Mais adiante assustou-se, horrorizado com o que via. O chão estava cheio de rãs, sapos e pererecas, tão cheio que não havia onde pisar. “Isso com certeza é outro sinal, mas meu coração ficou apertado”, pensou o velho, e ficou ali parado, pensando no que fazer. Nisso, vieram cobras, muitas cobras e começaram a comer os batráquios. "Deve mesmo ser um sinal de que está na hora de eu morrer", disse para si mesmo. Para se proteger, subiu em uma grande árvore e nela acomodou-se para passar a noite. Ao amanhecer o dia, o chão estava livre dos bichos do dia anterior. Tudo o que restava eram as asas azuis das borboletas que os pássaros havia comido.

Depois de meio quilômetro de caminhada, Pedrinho divisou adiante uma clareira. Havia alguma coisa, lá. Chegando mais perto descobriu que se tratava de uma grande construção de pedras, um castelo enorme, com torres tão altas que não era possível distinguir o que havia sobre elas.

Entrando no castelo, ficou maravilhado com tudo o que via. Tapetes macios estavam por todo o chão e também nas paredes de pedra fria, com seu colorido alegre e desenhos elaborados com mestria. A luz do sol que entrava pelas altas janelas dava um ar de encantamento ao interior do castelo. Ele nunca tinha visto nada igual em toda sua vida, mesmo nas grandes cidades que visitara, onde vira catedrais magníficas construídas pelos povos mais engenhosos já conhecidos.

Havia algo estranho, porém. Sim, muito estranho! Não havia nenhuma pessoa ali, nenhum ser vivo, a não ser ele mesmo. No fundo do imenso salão, havia uma grande porta de madeira trabalhada a cinzel e talvez houvesse alguém atrás dela. A porta estava destrancada, Pedrinho e entrou.

Era outro salão enorme, igualmente vazio de pessoas. Ao fundo havia uma pequena escadaria e depois dela um bloco de mármore retangular de meio metro de altura, que aos olhos de Pedrinho parecia um trono. Ao lado do trono, estava uma arca de madeira. O velho abriu a arca e dentro havia uma coroa de ouro, um cetro do mesmo precioso metal, e um manto de tecido belíssimo. Seria esse o tesouro? Pedrinho vestiu o manto, colocou a coroa em sua própria cabeça e empunhou o cetro, com majestade. Sentou-se no trono, sentindo-se um rei, e ficou ali meditando, recordando o tempo quando era menino e vivia com a família. Então seu pai tinha razão, afinal de contas. Existia mesmo um caminho mágico, o caminho que se percorre durante a vida inteira, e no seu final há uma recompensa magnífica.

Absorto em seus pensamentos, Pedrinho adormeceu ali mesmo, deitado sobre o bloco retangular de mármore que para ele era um trono, e dormindo passou o resto do dia e a noite.

Na manhã seguinte acordou com o ruído de pessoas ao seu redor. Eram três homens e três mulheres, todos idosos, olhando para ele.

— Quem são vocês? – perguntou.

— Somos seus irmãos. Não lembras de nós?

— Mas como chegaram aqui? Caminhei a vida inteira, sem parar, sempre na mesma direção. Vocês não poderiam ter-me alcançado.

— Não o alcançamos. Estamos nas terras de nossos pais. Você deu a volta ao mundo e chegou ao lugar de partida.

— E esse castelo? Não havia aqui nenhum castelo, quando parti.

— Nós o construímos, enquanto você viajava atrás do seu próprio sonho. Nós realizamos o nosso sonho e você realizou o seu.

A revelação perturbou o espírito de Pedrinho.

— Então, enquanto eu viajava para encontrar o fim da estrada, vocês estavam aqui construindo este belíssimo lugar. Eu não deveria ter partido. Peço perdão, porque deveria ter ficado para ajudar, como queria nossa querida mãe.

— Não se arrependa, irmão – disse um deles. — Seu destino era caminhar, e não construir. Fique conosco, e nos conte suas histórias, pois nós apenas trabalhamos, a vida toda, nunca vimos as coisas interessantes que você viu. Mas agora tire a capa, coloque a coroa e o cetro no baú, e levanta da cadeira, que você está sentado em cima do retrato de papai e mamãe.

À noite, Pedrinho foi convidado para o jantar e, ao final, contou suas aventuras para os irmãos, para uma dúzia de sobrinhos, e três dúzias de sobrinhos-netos, alguns deles com bebês no colo. Todos eles o olhavam encantados enquanto ouviam suas histórias.

Naquela noite, Pedrinho foi dormir feliz, por ter concluído sua jornada. Mas na manhã seguinte não acordou. Foi encontrado morto, e nos seus lábios havia um sorriso.

Marco Antonio Mondini
Enviado por Marco Antonio Mondini em 14/07/2014
Reeditado em 18/06/2024
Código do texto: T4881142
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