Pequenas histórias 39

Venham ver

- Venham ver.

- Nossa! Que bonito!

- O que é essas luzes brilhando mais que as estrelas.

- Não sei, só sei que é bonito.

- Realmente. Veja. Elas saem de traz das nuvens...

- Não só de traz das nuvens como do meio também.

- Pó, que pena não ter a máquina fotográfica aqui.

- Realmente, vale à pena fotografar.

- Olha!

- O que?

- Que coisa é isso?

- Nossa, parece uma nave!

- Não é nave e nem disco voador.

- Casa?

- É o que parece.

- Como eles conseguem representar uma casa no espaço?

- Coisas misteriosas.

- Apenas sei que é fabuloso.

- Olha. Os detalhes.

- Veja. Tem mais saindo das nuvens.

- Magnífico.

- Olha aquela, está abrindo a porta.

- É mesmo!

- Está saindo um homem.

- Homem!?

- É.

- Está vestindo armadura medieval.

- Será?

- O que?

- Um dos Cavaleiros do Apocalipse?

- Não creio.

- Se for estamos perdidos.

- Por quê?

- Por que ele dizimara a peste entre nós.

- Mas não é, veja.

- Está descendo naquela igreja.

- Arrancou a espada.

- Que horror!

- Além de destruir tudo, está matando as pessoas.

- Não te disse. É um deles.

- E onde estão os outros?

- Não sei e nem quero saber.

- Só sei que vou ao banheiro urinar.

- Tudo bem.

- Vocês vão ficar aí?

- Vamos.

- Então até mais...

No entanto ele não chegou a ir ao banheiro. O Cavaleiro medieval já estava ali destruindo tudo. Ele correu, pois se o Cavaleiro o visse iria matá-lo.

Deu meia volta. Correndo encontrou-se com as amigas que lhe perguntaram:

- O que foi?

- Ele está aqui.

- Quem?

- O Cavaleiro...

No mesmo instante em que disseram isso, arrancaram as espadas e foram defrontar o misterioso Cavaleiro.

- Vocês vão morrer.

Não esperou pela respostas delas. Saiu correndo. Sabia que o Cavaleiro iria procurá-lo. Correu mais que pode. Sentindo-se seguro, encostou-se numa árvore para urinar.

Abriu os olhos. Não enxergou nada. Estava tudo escuro. Apalpou o corpo e sentiu a coberta.

- Ahn! Que foi? Onde estou?

Por fim, despertou. Acendeu a luz. Estivera sonhando.

- Nossa, parecia tão real. Tanto é que estou me sentindo envergonhado por elas terem enfrentado o cavaleiro e eu ter fugido. Que merda!

Foi até a cozinha e bebeu um copo de água.

Voltou para a cama, mas não conseguiu dormir, o sol da primavera chuvosa e fria veio encontrá-lo de olhos abertos.

pastorelli

Pastorelli
Enviado por Pastorelli em 03/07/2014
Código do texto: T4869018
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