O amigo imaginário


Às vezes pensava que não batia bem das idéias, pois não entendia muito bem as coisas que conseguia ver. Minha mãe tinha até vergonha, achava que havia algo de errado comigo, mas eu a compreendia, não era pra menos, quem gostaria de ter um filho que fala com o “nada” ?
Minha melhor amiga, a Julinha, já havia prometido parar de falar comigo, caso eu não parasse de falar no amigo Kaka. Situação desagradável, pobre do Kaka, só tinha a mim como amigo.
As vezes fugia pra bem longe, só pra ficar a sós com o Kaka, assim ninguém chatiaria agente.
As horas pareciam voar quando eu brincava com o Kaka. Corríamos, pulávamos e fazíamos tudo que tínhamos direito, bons tempos.

Mas o tempo foi passando, fui crescendo e o Kaka também. Nunca entendi a razão de Kaka ter sumido assim, de uma hora pra outra. Porém aceitei a realidade, Kaka disse que não podia continuar mais ao meu lado, pois nosso tempo já havia chegado no limite. Nunca entendi bem essa historia de limite, mas acho que é alguma coisa relacionada a nossa idade.

Sinto falta dele, das nossa aventuras no rio, no parque e dentro da escola...Mas minha mãe ensinou-me uma coisa maravilhosa, quando guardamos alguém em nossos corações, guardamos para sempre em nossas vidas. E assim faço, quando sinto saudade do meu amigo imaginário Kaka, penso nele e vivo tudo de novo.


Ao meu amigo imaginário, (Kaka) dedico este conto...

Saudades dos velhos tempos!


Gil Fenandes

Gildênio Assis
Enviado por Gildênio Assis em 13/05/2007
Reeditado em 26/11/2010
Código do texto: T485188
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