O Retorno do Pedreiro
Era uma vez um jovem, que precisou fugir de sua aldeia porque odiava o senhor da gleba e ateou fogo em um celeiro, causando-lhe um enorme prejuízo. Pôs o pé no mundo e, depois de muito peregrinar, chegou em um lugar onde ouviu dizer que um grande rei desejava iniciar a construção da maior e mais bela obra de arquitetura já vista sobre a face da Terra, que na verdade era uma cidade inteira, com castelo, muros, templos, monumentos.
O jovem se engajou na obra e ali trabalhou durante 30 anos, cortando pedras, desbastando e polindo, entalhando estátuas e outras peças decorativas. Quando a obra foi concluída, com saudades do pai e dos irmãos, reuniu suas economias e voltou para casa.
Ao chegar de volta à cidade de origem, seu pai já estava morto há anos, e foi informado que senhor da gleba mantinha prisioneiro um de seus irmãos, em seu lugar. Usou então todo o dinheiro que tinha para resgatar a liberdade do irmão. Novamente pobre, abriu mão dos sonhos de comprar uma pequena fazenda, e resignou-se à vida de agricultor da gleba da qual fugira na juventude.
No entanto, sua fama de bom pedreiro havia se espalhado e o rei de um reino vizinho o mandou chamar para ser o mestre-de-obras em um castelo que pretendia construir. Embora já se sentisse velho e cansado, aceitou a proposta e levou consigo seus irmãos e sobrinhos, e lá viveram todos felizes, para sempre.
Moral da história: “Tudo o que fazemos tem um preço ou uma recompensa. Se não pagamos o preço, alguém paga por nós. Os méritos que acumulamos podem ser aproveitados por outros. Porém, no final das contas, tudo volta para quem de direito.”