De mãos dadas desceu as escadas
Usava (a propósito) a lingerie mais nova, comprada na última viagem no início do ano, Por cima um lindo robe de seda vermelho rubro. O céu estrelado e a lua majestosa, convidavam para permanecer até mais tarde no jardim. O tempo estava quente. Lá pelas tantas, era quase de madrugada, decidiu tomar um banho frio. Corpo hidratado e perfumado, a cama forrada com lençóis de linho, tornava o ambiente perfeito para o acontecimento esperado e merecido. Uma música suave ouvia-se naquele momento, O amor, a ternura, a sensação de paz eram envolventes e transportavam para outra dimensão. Esqueceu literalmente que pertence a esse mundo, esse vale de lágrimas e incompreensões. Cada minuto e segundo foram saboreados como se fossem os últimos. Em seguida, o sono reparador fez com que, pela manhã (apesar do atraso) acordasse de alma e corpo renovados. Após um banho compartilhado, desceu as escadas de mãos dadas. A mesa estava posta, aguardando para a primeira refeição do dia. Ali mesmo junto à mesa, se despediram... Ela compreendeu. Guardou consigo a esperança e a certeza de que, tudo isso continuará a se repetir sempre com mais intensidade. Por isso deixou que partisse... Precisava visitar muitos lugares, encontrar muitas pessoas. Todas estavam e estão a sua espera. Da janela, durante alguns minutos contemplou o horizonte. Em seguida lembrou que estava na hora de retomar sua rotina. Uma lágrima antecipando a saudade, desceu molhando aquele rosto delicado.
A felicidade não cabia dentro do peito!
A felicidade não cabia dentro do peito!
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Ísis Dumont
Ísis Dumont