Eclipse Lunar
Eclipse Lunar
- você já está indo embora?
- Sim, preciso ir! Queria me despedir e dizer que vou sentir saudades. Fica com esse anel de lembranças...
- Muito Lindo! Gosto de Lua!
- Quando ver a Lua lembre-se da nossa história, um dia quem sabe o Eclipse!
- Tá falando do quê?
- Antigamente a Noite e o Dia eram vizinhos, amigos inseparáveis. Brincavam na alvorada e na aurora...
A terra então tentando entender e separar o que era mais importante, começou a analisar quem deveria ser considerado melhor e causou a maior intriga entre os dois, o Dia se achava mais importante, por que carregava o maior astro de todos, o iluminador maior! A Noite por sua vez, acreditava estar com a melhor dama, pois lhe pertencia a Lua, meiga, singela e cheia de graça, fazia serenata com as estações e estava ora sorrindo, outrora rodopiando no céu...
Em um infinito e cansativo debate, Noite e Dia se ofenderam, brigaram por uma bobagem dessa, falaram coisas absurdas um do outro. E o vento e a Terra zangado com a situação, decretaram separação total dos dois. Proibiram que Noite e Dia se encontrassem.
O céu se entristeceu, o Criador teria feito a todos com igual valor! Tudo ficou escurecido, um choro angustiante tomou conta de todo o céu, aquela chuva durou alguns dias e noites. Não se via Sol, nem Lua. O vento que estava muito enraivecido soprou com tanta força que causou uma enorme confusão nas nuvens presentes, houve um clarão, um grito rasgou o céu, nuvens se batiam e muito barulho fazia, o céu estava tão atordoado, que chegaram a achar que ficaria assim eternamente...
O tempo passou e o Vento se acalmou, e permitiu que a Noite e o Dia voltassem a brilhar, mas com a condição que eles nunca se encontrassem. Já era tarde quando acabou a tristeza no céu e o dia, já estava quase se despedindo, o sol então olhou de relance e viu um lindo Arco-íris, pensou que a Lua, sua estimada amiga, tivesse mandado para lhe presentear, enquanto isso, a Lua que já estava no céu também viu o Arco-íris e pensou ter sido um presente do Sol, se entre olharam e sorriram. O vento, percebendo que havia uma magia de apaixonado entre os dois, ordenou que as estrelas ficassem de guarda a noite, protegendo a Lua que parecia ser a mais frágil, e poderia ser roubada pelo sol, deixando a Noite em uma eterna escuridão. E ordenou que as nuvens estivessem responsáveis por esconder a Lua caso estivesse em perigo.
A Lua, mais que depressa, fez amizade com as estrelas, tornando-as cumplices de sua paixão proibida. As estrelas gostavam de passar a noite escutando as estórias que a Lua contava, com aquela voz doce e meiga... Passavam a noite toda ouvindo, cantando e cirandando. De manhã bem cedinho, saiam de fininho e deixavam sua amiga Lua contemplar o Sol, que surgia todo pomposo, lançando seus raios em forma de charme e encantando sua amada.
As nuvens então corriam para expulsá-la de perto do Sol. Todas as manhãs as cenas se repetiam, o sol sempre com a mesma pose, lançando beijos apaixonados em forma de raios à sua amada, e a noite, depois de um longo dia de trabalho árduo, humildemente se curvava ante a sua amante. Deitando-se a Terra, recolhendo seus raios e mostrando seu brio.
A Lua, cada vez mais apaixonada, nas noites de verão, saia sorridente, sabedora que seu amado permaneceria além da conta para enamorarem, Às noites de inverno, saia mais cedo, alegava que estava frio para deixar suas amigas estrelas esperando sozinhas.
Alguns flagrantes faziam com que o Vento se enfurecia, e a cena de tristeza se repetia no céu, depois de muito chorar e derramar suas chuvas, o mar ficou muito cheio e transbordou, quando o Sol se levantava , o Mar que era um amigo íntimo, perguntou o que estava acontecendo, por que tanto choro no céu. O Sol então confidenciou ao amigo o seu caso proibido, e na tentativa de ajudar o Mar lhe disse:
- Amigo que é amigo, arrisca a vida contigo, você sempre me esquenta, então, conte-me seus segredos que revelarei todos à sua amada assim que a Noite surgir, ninguém saberá de nada. Fique tranquilo amigo, sua noiva ficará intacta.
E assim todas as noites a Lua conversava com o Mar para saber de seu amado e deixava-lhe recados. Quando se sentia só, de tristeza chorava lágrimas de orvalho. Baixinho suave, quase sem perceber para que o Mar não contasse ao Sol todo o seu sofrer.
Todas as noites sem descanso a Lua visitava o Mar e o sorriso em seu semblante era de se apaixonar, o Vento então, convencido, passou a achar que a Lua seria amante do Mar, e ficou despreocupado parou de vigiar o céu durante a noite.
A lua que sempre é faceira, esperta menina encrenqueira, montou no céu seu altar. Chamou estrela por estrela para seu plano contar. Ela não estava de brincadeira, queria com o Sol se casar. E um dia desses normais, quando o Sol já despedia-se da terra, o céu inteiro ficou em festa.
Astros e o mundo inteiro pararam só para admirar, essa cena proibida entre o Sol, a Lua e o Mar, O beijo mais Romântico, Sol e Lua a namorar, Com o Mar fotografando o Eclipse Lunar!
Cíntia Flor