A FESTA

Boa noite.

Era uma noite de sábado. Fazia calor, o cheiro das flores era forte. O céu estrelado e a lua latejavam lá no alto.

Longe da cidade onde os bares, os cinemas, os bailes, os casamentos, e os mais diversos tipos de comemorações aconteciam, estava eu solitária na minha casa.

A vontade de me arrumar para uma grande ocasião, de sair de casa, de conversar, de ir a uma festa, de rever amigos e de dançar era imensa.

Não queria estragar aquela noite e aquele desejo enorme de aproveitar aquele momento especial que passava no meu íntimo e que tomava conta de mim.

Pensei comigo, vou dar uma festa para mim. Empolguei-me, tomei a decisão e fui aos preparativos da festa.

Arrumei a casa. Coloquei aquele vestido lindo que estava louco para ser usado. Calcei aquela sandália bela comprada para ocasiões especiais. Arrumei o cabelo e fiz uma maquiagem perfeita. Coloquei os brincos, as pulseiras e os anéis. Passei o perfume francês e me senti radiantemente pronta para a festa que estava começando.

As músicas animadas dos anos setenta começavam a tocar. A alegria respirava no ar.

Coloquei uma dose de uísque com muito gelo para mim e fui receber os convidados que começavam a chegar.

Os convidados eram amigos daquela época. Alguns eu não via há muito tempo, outros haviam mudado de cidade e outros eram mais próximos.

Eles iam chegando. Saudávamos uns aos outros. Abraçávamos, ríamos, dançávamos. A alegria de ver e rever amigos eram contagiantes.

Todos queriam saborear aquele momento que há muito tempo havíamos vivido. Recordações, lembranças boas vieram à tona. Quem se lembrava de um fato, falava alto e ria mais.

Dançávamos sozinho, a dois, a três, todos juntos. Ninguém queria parar. Um dizia: - bota aquela música, e o outro: - bota aquela outra, e assim foi a noite inteira.

E dançamos, e rimos, e conversamos, e regozijamos com aquele momento.

A noite foi passando naquela verdadeira alegria contagiante.

Mas a noite foi chegando ao final.

E no começar de um novo dia as despedidas foram acontecendo.

Os convidados aos poucos foram saindo levando um gostinho prazeroso do imenso prazer vivido naquelas horas inesquecíveis.

Quando todos foram embora me vi sozinha transbordante de felicidade, por ter proporcionado a mim esta festa onde todos saíram saciados de alegria, prazer e felicidades.

Fechei a porta de casa, apaguei as luzes ainda acesas, desliguei a música, guardei os copos, troquei de roupa e fui dormir em paz pela imensa alegria vivida.

Você foi a esta festa?

Bons sonhos.

João Pessoa, 04 de abril de 2014

Ana Amélia Guimarães