Parafina
Certo dia em que havia um punhado de nuvens acinzentadas no céu pela manhã, um certo homem acordou e logo estava preparando-se para trabalhar. Após realizar as atividades de rotina e já prestes a sair de casa, o homem reparou, por um acaso frugal, numas marcas de parafina que haviam sobre sua cômoda. Como reflexo ou atividade lúdica, o homem raspou com o dedo os restos endurecidos do material e tomou a rua para o trabalho.
À noite, de volta à sua casa, viu novamente o local onde ainda havia resquícios da parafina e que agora ostentava também pequenas ranhuras provocadas por suas unhas arranhando a madeira. Foi quando se deu conta de que aquilo simplesmente não fazia o menor sentido. Morava só, sua casa possuía energia elétrica, odiava fumaça, pois era alérgico e já há meses não precisava fazer uso de alguma vela, de modo que achou por bem vigiar as suas noites à procura da origem do incidente.
Deitou-se, por fim. A noite estendeu-se, clara, sobre seus pensamentos e o cansaço do dia longo de trabalho tomou conta de todo o seu corpo e sua mente. Adormeceu em sono profundo.