Memórias de um aprendiz - 3

Capítulo 3 – O verdadeiro final é apenas o começo

– Como vai ficar o final?

– Do mesmo jeito... No final acrescento algo como "E eis as criações dos deuses, por vezes modestas a ponto de se dizerem meros animais, por vezes pretensiosas a ponto de crerem ser os senhores do mundo, a todo o momento inseridos no duelo do bem e do mal e no conceito metafísico da vida e da morte. Tão pequenos em sua esfera negra agora coloridas por relevos, tão grandes em seu espírito... em seus lugares na história, no espaço e no tempo, no meio da uma história que ainda não parou de nos surpreender. Apareceram divergências nas lendas, mas os sábios concordariam em dizer que isto não é o fim. Não chega nem a ser o princípio do fim. Mas é talvez, o fim do princípio. Os fins justificam os meios pelos quais a história se desenrolou até onde estamos? Se são os deuses, ou os gigantes, ou os humanos, ou elfos, ou orcs, anões, titãs, ou os Duraenai o ou os possuidores dessa resposta, ou se ao menos existe realmente uma resposta... temo eu que seja meramente uma esquecida, épica e arcaica informação confidencial. Sore wa dake.”

– Realmente muito bom, coisa fofa. As últimas palavras não são de sua língua, pelo que percebi.

– São em japonês. O Japão é algo... Incrível, indescritível... E essa é uma expressão que diz algo como "então é isso”... Então, é isso o que posso fazer.

– Podes fazer mais... Estás em processo de constante aprendizado e evolução e a um nível relativamente elevado. Você é a perfeição em forma de aprendiz, e esta foi a melhor forma para um mero aprendiz encontrar ao acaso e lapidar o fim de algo que não se sabe ser apenas uma lenda ou a mais pura verdade. Bom trabalho, raposa. – Responde a sacer-dotisa, enquanto envolve o aprendiz em seus braços da forma mais aconchegante possível.

As palavras de reconhecimento, o calor daquela mulher e um abraço aconchegante. Tudo parecia ter roubado as palavras voltadas a qualquer agradecimento. Resolveu ele apenas se entregar aos braços daquela sacerdotisa élfica de beleza indescritível, mergulhando naquele profundo sentimento misto de paz, alegria e inquietação. Se sentimentos não podem ser descritos com precisão por palavras, diria ele que aquela sensação não seria descrita nem pelos sentimentos. Com a sensação sentida pelo surpreendente aprendiz e a benção da grande Sacerdotisa, a história cresce e continua... O ciclo recomeça, desta vez, será completamente diferente do anterior. A noite finalmente cai sobre o casal e a maga espiã, e o incansável trio se rende ao cansaço, caindo assim os três em um sono tranquilo e profundo... “Mal sabiam eles que a morte usa uma poderosa e lendária foice.”

Dija Darkdija
Enviado por Dija Darkdija em 07/04/2014
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