Primavera dos Povos: Parte 3- Pé na Estrada
-Água?
-Ok.
-Comida?
-Ok.
-Kit médico?
-Ok.
-Roupa?
-Não.
-Por que?
-Isso deixa a mochila mais pesada.
-Mas você tem que levar para a viagem.
Mao pega uma leva de roupas e...
-Não, não, não, não...
... E põe na mochila.
-Yare...Yare...Yare...
Mao olha dentro da mochila de Haru e retira um objeto.
-Haru, o que esse anel de ouro do Ryuu-sama está fazendo na sua mochila?
-Eu peguei emprestado.
-... -Mao fica irritada.
-E os livros?
-Já peguei
Mao olha dentro da mochila de Haru.
-Pamela Anderson no aniversário da Playboy?
-Eu juro que nunca vi essa revista. Muito estranho.
Kubrick está olhando para o céu, concentrado na única estrela visível da noite, devido a atmosfera pesada, cheio de gases tóxicos. Ele está sentando na cobertura do prédio mais alto da China antiga, tendo uma péssima visão do infinito.
-Posso ficar aqui?
Hana, com roupas velhas e um belo sorriso, senta ao lado de Kubrick. Ela possui mais calma que seu irmão, Ryota, e mais beleza que Masumi, além de possuir um cabelo loiro cobiçado pelas garotas.
-Eu permiti que sentasse?
-Kubrick-senpai, você podia ser mais educado, não vê que estou te cantando?
-Vejo e não quero.
-Então me permita pelo menos sentar.
-Sente-se, o prédio é publico.
Eles ficam em silêncio. Hana olha para Kubrick, mas ele nem sequer olha de volta, só olha pra estrela. Ela demonstra interesse que Kubrick inicie uma conversa e torne o clima menos monótono.
-Belas estrelas, né?
Kubrick não demonstra nenhuma reação.
-Eu curto mulheres.
Nada de reação.
-Sua mãe deve estar fazendo um sexo gostoso no inferno.
Kubrick olha para Hana.
-Só apelando que você demonstra reação, né?
-Por que não me deixa em paz?
-Porque eu quero que me perturbe, quero me ame.
-Mas Hana...
-Você só me ignora.
-Hana...
-Só falta eu ficar pelada na sua frente, mas saber por que eu não faço isso? Porque eu tenho amor próprio.
-Hana!
-Eu vou sair da União e não volto mais.
-Por que?
-Eles possuem um rigoroso sistema de entrada e saída da União e finalmente eu tive a chance.
-Mas e eu? Nós?
-Eu voltarei para busca-lá.
-Quando?
-Quando tudo estiver terminado.
-Promete que vem me buscar?
-Eu nunca quebro promessas.
Hana balança a cabeça positivamente e começa a olhar para a única estrela no céu que é visível. Kubrick para de olhar para a estrela e dá um beijo na bochecha de Hana.
Na prisão, Leo arruma sua mala com bebidas, revistas pornográficas antigas e armas automáticas e semiautomáticas.
Ghanzhou aparece para se despedir, como se fosse um ritual de comemoração pelo afastamento do encosto.
-GHANZHOU!!!
-Ah não.
Leo dá um apertado e irritante abraço em Ghanzhou, cuja cabeça se passa um teste de paciência.
-Finalmente você vai embora.
-Creio que ficará triste por minha partida.
-Claro-Ghan não disfarça a ironia.
-Mas não precisa ficar assim.
-Não ficarei.
-Eu estarei aqui em espirito.
-Assim não espero.
Leo ensaia uma cena e corta uma cebola perto dos seus olhos.
-Você não sairá do meu coração.
Lágrimas forçadas caem do olho de Leo e Ghan fica com nojo.
-Seu gay, cai fora.
Ghan sai da cela e Leo solta um sorriso de lado. Talvez Ghan estivesse muito irritado, ou não prestasse atenção nos pequenos detalhes, mas havia um papel com os dizeres “Chute minha bunda gorda” nas suas costas.
. . . . . . . . . .. . . . .. . . . . . . . .
Tóquio, um kãiming, espera pelos três, impaciente. De uma em uma hora ele olha para o relógio e conta mentalmente o atraso do trio.
-Konbanwa.
Haru é a primeira a chegar, algo surpreendente. Sua mochila está um pouco mais vazia.
-Cadê todo mundo?
-Você é a primeira a chegar.
-Que estranho.
1 HORA DEPOIS...
Haru está deitada no chão, lendo sua revista, disfarçadamente, e imaginando coisas peculiares.Tóquio já está impaciente ao extremo.
-Tadaima.
Leo chega ao local, todo animado e extasiado. Ele nota mulheres nuas na revista de Haru e se aproxima.
-Sua safadinha.
Haru se assusta com a presença de Leo, batendo a cabeça no “braço” da ponte e cai no chão.
-KISAMAAAAAAAAA!!!NÃO ME ASSUSTE, ABORTO DO CAPETA!!!
-Calma, calma...
Haru fica “bufando” na frente de Leo, que fica fazendo sinal de calma com a mão e uma cara de sonso.
-Não vamos perder tempo com pornografia e brigas, Haru, você sabe que se Ryuu-sama lhe pegasse com esse tipo de revista, sendo uma garota, você cumpriria um castigo duro.
-Pois é garota, principalmente se você curte algo diferente- Tókio solta um olhar estranho.
-Curti algo diferente? Que tipo de...
Haru se toca do que eles estão falando.
-Espera, eu não sou lésbica. Eu gosto das entrevistas da revista.
-Lendo entrevista enquanto olhava fotos da Pamela Anderson?
Haru nota que todos olham pra ela e se sente corada e, depois, irritada.
-Bakas!
-Vamos logo, mas antes queime essa revista.
-Fala sério?
-Queime!
Todos continuam o caminho em frente, enquanto Haru finge tirar o isqueiro da mochila e queimar a revista.
-Nem a pau que eu queimo.
Haru guarda a revista na mochila e segue os outros na trilha.