O CERIMONIALISTA

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(corrigido)

O CERIMONIALISTA DANDY

Conta-se que de boca pequena e fala miúda que lá onde Judas perdeu as botas, a existência de um cerimonialista encantado, sempre cheio de trejeitos pra lá de afeminados.

Exigente ao máximo, queria sempre justificar os ricos dólares que amealhava. Desta feita, a filha de um desembargador casava-se e o herói de nosso causo fora contratada para orquestrar não glamorasa festa. (Vale aqui lembrar que nem sei se lá na terra dos ricos dólares existe desembargador ).

Tudo pronto, a festa de tanta gala e suntuosidade, inclui-se no cardápio grelhados com fios de ouro, caviar, patê de gansos, (o chique é sita-los em francês, conforme consta no cardápio mas como não sei nada deste idioma e daqui também só um pouquinho de caipirês, pedimos escusas aos leitores pela nossa lingüística falha) , camarões a não sei o que e festival de lagosta e lagostins de toda a parte do mundo. Sem falar nos salmões coloridos e saborosos.

Aí o famoso cerimonialista, jogando gestos pra lá e p"ra cá dá a suas últimas ordens , seguranças muita atenção, exijam o convitinho de todos. Era sabido que Gerson também se faz presente, falsificando convites e outras formas pitorescas de burlar com a intenção explicita de conseguir alguns trocados. ( Como é que se fala trocado no linguajar do dólar). Prestem atenção aos porta-malas dos carros, costuma-se entrar por eles. Também corrompe-se na fila de entrada de serviçais sem convite. (Músicos, bufe, decoradores ) Uns já até estão aqui dentro, alguns vão se retirar, mas muito rigor, não deixe ninguém fora da lista entrar.

O bulorinho da entrada se fazia, as tentativas de suborno eram muitas. No nome está não está na lista dos sem convites. Faz-se negativa a um senhor calvo, ligeiramente calvo, sem estar vestindo o traje para a época, smoking aos homens, longo às mulheres.

A cerimônia religiosa atrasava-se, o Cerimonialista procura saber junto aos seguranças se não viram o padre. Não ninguém o conhecia, mas um manobrista que controlava o estacionamento o virá sair, acha. principalmente depois que um senhor que foi barrado disse: - fala aí que fui, chamo Jorge. O cerimonialista indaga: - Padre Jorge ?...

Imediatamente lembra de não tê-lo colocada na lista de serviçais, se o fizesse como ele é melindrável, surtaria na hora como o fez da mesma forma. (Nesse causo, ainda não havia sido inventado o celular "o redentor" dos esquecidos, salvador dos desorganizados, alegria dos amantes e vanguardeiros da castidade).

Sobre pressão da mãe da noiva, do pai, convidados embora muito bem alimentados, mas irrequietos.

-Como o Padre Jorge foi embora? Eu o paguei muito bem... Esbraveja o comendador.

É que esse tal padre Jorge é a vedete dos casamentos, toda a noiva quer casar com ele, embora muito solicitado é portador de um humor horrível. O que fazer, sem celebrante? Não tem jeito.

Lembrou-se do seu amigo de infância o Padre Manoel, o desembargador, indo pedir opinião com sua esposa.

-O padre Manoel, respondeu ela completando, mas ele não é da igreja brasileira?

- Tem nada não mulher. Padre é padre. Como falta um vamos atrás do outro. Correndo a seu gabinete próximo dali, na sua agenda está o telefone do amigo que o atendeu prontamente chegando uma hora depois do telefonema (ah telefone existe desde a época de Gran Belll ) e realizando a cerimônia.

Até hoje o desembargador não sabe da falha do cerimonialista.

Em tempo DANDY foi só um adjetivo que usei de chamariz para esse causo. Desculpem-me.

Goiânia, 24 de junho de 2008

VIVA SÃO JOÃO

jurinha caldas
Enviado por jurinha caldas em 01/11/2013
Código do texto: T4551592
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