Um continho chato
Foi tanta cócega que eu fiz no mosquito, que no fim ele pediu misericórdia, prometendo que se eu parasse, ele iria me contar sobre uma experiência interessante que ele teve. Topei, mas ameacei que se tentasse fugir sem o tal conto, ele encontraria o meu chinelo.
O mosquito então contou:
"Uma vez a pulga, a mosca e o mosquito resolveram fazer uma aposta: quem deles é o mais chato? A pulga começou a dar uns pulos super-humanos, picando e chateando muita gente. A mosca fazia malabarismos aéreos, acompanhados de um zum-zum infernal. Mas quem ganhou a aposta foi o mosquito - sim, o nosso narrador. Ele esperava escondidinho até que as pessoas fossem dormir, e exatamente quando elas estavam quase adormecendo, ele aparecia, zumbindo no ouvido dos pobre-coitados, que depois disso não conseguiam mais pegar no sono.
"O mosquito resolveu celebrar a sua vitória, convidando os dois colegas a uma "Bloody Mary". Mas, quando eles terminaram a festa e decidiram pular ou voar cada qual para o seu canto, eles notaram que estavam paralisados. Sem eles notarem, uma aranha tinha construído uma teia em volta deles, e agora ela ía fazer um banquete dos três chatos".
"Um instante", exclamei ao mosquito. "Se você foi banquete de aranha, como é que está aqui me contando tudo isso?"
"Boa observação", observou o mosquito. "Não tenho a menor idéia".
Mas que chato mesmo esse mosquito!