Mãe Gaia
Era uma noite de lua cheia calma, tão calma que nem uma leve brisa soprava, toda a vegetação do bosque estava imóvel e banhada pelos raios pratas da lua, que junto das estrelas brilhavam sem nenhum escrúpulo, chamando toda a atenção para elas e assim completando o cenário típico de uma noite de verão por essas bandas.
Perto da meia noite o bosque estava tomado pelos raios da lunar e por milhares de vagalumes quando o silêncio foi rompido pelo barulho de passos produzidos por de cinco pessoas, dois homens e três mulheres, caminhando a passos lentos, sem dizer nada um a outro, a única coisa certa era o destino deles uma clareira localizada no coração do bosque.
O grupo caminhou pouco mais de dez minutos até chegar no lugar desejado, adentraram a clareira trocaram olhares e como por telepatia combinaram o lugar predestinado para cada um ocupar formando assim um círculo. Todos ficaram por um momento de olhos fechados, como que se estivessem meditando, logo após um por um foi abrindo os olhos e quando o ultimo abriu-os novamente trocaram olhares, suspiraram e em coro disseram:
“Graciosa Deusa,
Rainha dos Deuses,
Lanterna da noite,
Criadora de tudo o que é silvestre e livre;
Mãe de homens e mulheres,
Amante do Deus cornudo e protetora de todos os wiccanos,
Compareça eu peço,
Com seu raio lunar de poder,
Cá em meu círculo.”
Eles entoavam aquela oração pagã de invocação a Gaia Deusa mãe e protetora de uma religião antiga, tão antiga quanto o cristianismo. Acabaram a invocação, o grupo ficou novamente em silêncio, mas poucos instantes depois tornaram a repetir aquela oração, uma atrás da outra, seguida de um breve silêncio entre elas, em uma sincronia esplendida e ao final da sétima repetição para a surpresa e satisfação do grupo suas expectativas foram superadas. Um turbilhão de vento vindo de todos os lugares invadiu a clareira levantando as folhas secas do lugar banhando-as ainda mais com o brilho da lua, no mesmo instante todos os vagalumes do bosque começaram a se reunir no centro do círculo formando e quando todos no centro estavam um brilho dourado ofuscou a vista dos sete amigos que ali estavam. Esse brilho foi reduzindo lentamente, assim se tornando possível para o grupo enxergar nitidamente a figura de uma linda moça de cabelos longos e escuros como a noite, a sorrir amistosamente, que num piscar de olhos se transformou em uma mulher de aparência mais madura com cabelos levemente grisalhos e como uma mãe disse acolhedoramente:
- Eu vos saúdo-os, meus belhos filhos, de hoje em vós estarás em mim e eu estarei e vós! Ao dizer isso aquela mulher se curvou ao grupo como quem os abençoavam, quando se descurvou sua aparência era de uma idosa com todos seus cabelos pratas como os raios lunar, com isso sua figura foi desaparecendo lentamente com a mesma expressão de uma avó que se despede de seus netos e assim revelando aquele grupo a tricípes da Deusa mãe Gaia.