Eclipse
Os dias e as noites se misturavam naquele lugar. O tempo era só um conceito humano e sua verdadeira aplicabilidade jamais foi descoberto, pelo menos não ali. O céu estava quase sempre claro, mesmo assim, em todos os corredores havia velas acessas, sempre acessas e jamais precisavam ser trocadas.
Aquele lugar não era uma biblioteca, na verdade, não era nem um lugar exatamente. Muitos seres sabiam de sua existência, raros já viram o lugar com seus próprios olhos. Alguns a chamavam de Biblioteca, mas o termo estava errado. Só havia as Grandes Bibliotecas da Vida, que se tratava de algo completamente diferente daquele lugar. A guardiã gostava de se referir a ele como o Depósito, aonde ideias inacabadas, humanas ou não, iam quando abandonadas. As ideias geralmente vinham em formas de livros, de cadernos, de pergaminhos e de folhas avulsas. Certa vez, a guardiã encontrara uma grande placa de pedra com escritas tão antigas quando a própria definição de tempo. Ela tinha certeza que em algum lugar na extensão infinita do Depósito, mais placas, talvez maiores e muito mais antigas estavam escondidas e suas ideias, perdidas para sempre.
Não havia paredes nem telhado, portanto não era um lugar fechado. O chão era coberto por um gramado que parecia nunca crescer, portanto o cheiro era sempre de um campo aberto. Os livros, folhas, pergaminhos e outros veículos da forma escrita se espalhavam por infinitos corredores, alguns estavam em altas prateleiras, outros ainda no chão, em cima do outro. Não havia uma ordem lógica de organização, nem por data, por tipo de ideia ou até mesmo por nível de periculosidade, todos se misturavam e descansavam naquele lugar nenhum.
A guardiã sempre andava pelos corredores se certificando de que tudo estava bem e quase sempre estava. Ela estava lá há muitos e muitos anos, quase tão antiga quanto a primeira ideia que surgira no mundo. Seu tempo era gasto lendo. Era quase impossível ler tudo, afinal a cada segundo milhares de ideias novas nascem e morrem, mas não ela não se importava, ela tinha a eternidade e talvez mais para ler cada história, cada pedacinho perdido de ideias abandonadas, que jamais passariam a existir de fato no mundo real. Algumas ideias mereciam terem sido esquecidas, algumas outras, não. Às vezes, uma boa ideia sumia do Depósito, indicando que seu dono não só se lembrava da ideia, mas tinha começado a sua implementação no mundo real. Algumas vezes, as ideias sumiam e reapareciam várias vezes antes do fim: o verdadeiro abandono ou existência como algo físico no mundo.
Ela não ficava sozinha naquele velho e antigo lugar. Seu maior companheiro era um cachorro, que às vezes se perdia nos corredores e às vezes, não saíra detrás dela. Ele se chamava de Yujin, seus pelos eram negros como a noite e seus olhos eram brancos como mármore. Ele surgira em algum tempo durante os milênios que a guardiã existira e ela jamais se questionara sobre a presença do animal, nem de onde ele viera, afinal ninguém aparece no Depósito por acaso ou sorte, se ele estava ali era por que sua presença era, de alguma forma, necessária. Algum tempo depois de sua aparição, a guardiã fora atacada por uma forma negra e disforme, que foi felizmente destruída pelo grande cachorro negro.
Nuntius, o corvo que sempre a trazia noticias, a avisou que um grupo de bruxas e bruxos tentava localizar o Depósito e que em alguma página daquele lugar infinito jazia informações muito importantes a respeito de algum tipo de feitiço. Ela extraiu toda informação que podia do corvo e o mandou embora.
- “Não se preocupe, croo” –disse o pássaro negro. – “Já estamos tomando conta disso”.
Nunca mais teve problemas, mas a presença do cachorro negro se tornou obrigatória e insistente. Nuntius ria quando se lembrava do episódio e a guardiã jogava chá quente nele, que gritava e ia embora irritado. Apenas, para voltar algum tempo depois com notícias novas.
Seus dias eram sempre os mesmo, tediosos e eternos. Quando se cansava de andar, havia um pequeno lugar reservado para ela no meio de um corredor, com uma velha cadeira reclinável, uma mesinha com uma chaleira que estava sempre cheia (e o chá sempre quente) e Yujin estava sempre lá, olhando-a com aqueles olhos brancos indecifráveis.
Se ela fosse humana, o silêncio e o isolamento a deixaria louca e mesmo não sendo humana, às vezes sentia a loucura sussurrando para ela. Mesmo assim, a maioria do tempo, tudo era paz e silêncio.
Até que aquela ideia surgiu.
No começo, a guardiã não percebeu a presença do livro novo e bem grosso. Ela estava ocupada terminando a leitura de um livro jamais publicado de H.G Wells, mas quando Yujin começou a rosnar para uma pilha nova de livros, ela sentiu um arrepio que a fez tremer. Depositou o velho livro na mesa e se levantou da cadeira, ignorou completamente a xícara branca de chá quente e foi até a nova ideia que atraíra a ira de Yujin.
Antes de tocar no livro, ela sentiu todo seu corpo tremer novamente e recuou. Aquilo acontecera pouquíssimas vezes nos últimos bilhões de anos e nada de bom resultava daquilo.
- Eu não me lembro de Nuntius comentar sobre alguma ameaça. – comentou para Yujin. Se bem que, provavelmente, se passaram muitos e muitos anos desde a última visita do corvo.
Ignorando o tremor sem sentido que a acometera, a guardiã pegou a nova ideia, que era pesada e fria, a ponto de fazer suas mãos arderem.
- Isso não é um bom sinal. – comentou e o abriu.
O livro continha uma ideia louca, mas bem pensada e que poderia trazer destruição para, não só os humanos, mas todos que habitava a terra. Aquela ideia poderia abalar as estruturas bem delineadas entre os diferentes mundos e dimensões, tanto que possivelmente até aquele Depósito de ideias seria afetado. O que não era nada bom. Escondidos nas prateleiras estavam ideias muito boas que poderia trazer paz e a harmonia, mas havia também ideias, que como aquela que ela segurava, trariam somente caos.
Olhou para o guardião que rosnava, irado, depois voltou a olhar o livro aparentemente inofensivo.
- Devo esconder isso? – indagou para si mesma. Não gostava de interromper o fluxo dos acontecimentos, por isso não se incomodava quando uma ideia, não particularmente agradável, sumia do Depósito, mas aquela ideia era muito perigosa até para ela.
Ideias terríveis já haviam aparecido e desaparecido daquele lugar e ela jamais se incomodara em avisar alguém ou tentar evitar que aquele ideia acontecesse. Sinceramente, não era esperado isso dela. A missão da guardiã era guardar o Depósito e apenas isso, sempre foi assim, desde o começo, desde a primeira ideia. Se ela interrompesse o destino que aquela ideia traria ou não, ela estaria quebrando a rotina que foi estabelecida por milênios. Civilizações cresceram e foram destruídas e ela não fizera nada, pessoas morreram e foram torturadas – as ideias de torturas eram desagradáveis, mas interessantes de certa forma – e ela ficara em silêncio, outros guardiões, como ela, sofreram e já foram atacados e ela novamente ignorara.
Deveria interromper o destino só por que sua própria existência estaria em risco? Deveria ser tão egoísta mesmo quando determinara que outras existências fossem substituíveis? Ora, ela mesma era substituível! Com tantas ideias e conhecimento ao seu redor, a guardiã aprendera, mais do que os outros, o significado da palavra “humildade” para com o que a mente é capaz de criar. Se tantas mentes brilhantes se tornavam vítimas do destino, por que ela, que não tinha ideias, só as guardava, deveria burlar as regras traçadas em fios de ouro?
Sua existência era apenas para guardar aquele lugar, não interromper sua destruição ou qualquer caos que se avizinhasse no universo. Olhou novamente para Yujin, que parecia conseguir ler seus pensamentos e voltou o livro para a pilha de ideias recentes.
- Não é meu dever impedir o caos. – explicou para o cachorro. – Esse é o dever de Nuntius e seus companheiros. Meu trabalho é simplesmente guardar esse lugar, nada a mais, nada a menos. Vamos ignorar a ideia. Uma hora, quem sabe, ela some ou é esquecida de vez.
- Nenhum dos dois, croo.
Ela se virou calmamente assim como Yujin e juntos olharam para Nuntius, que empoleirado na mesa, bicava a xícara de chá.
- O que quer dizer com isso? – perguntou a guardiã – Só há dois destinos para ideias: elas somem e são postas em ação ou ficam aqui e são esquecidas. Não há uma terceira opção.
O corvo torceu o pescoço e com o bico ainda molhado de chá,
respondeu:
- E se ele for roubado, croo? Ele não some nem é esquecido de vez, mas se realiza.
- É impossível. – respondeu. – Ninguém nunca entrou aqui sem a minha permissão. Nem mesmo outros guardiões ou entidades. Nem mesmo deuses são permitidos aqui. Roubar uma ideia? Impossível.
- Croo, tem certeza de que não leu nada similar? Algum livro sobre uma ideia de como entrar aqui?
- Milhares de ideia nascem a cada segundo aqui. Não é possível acompanhar cada ideia em cada lugar.
O corvo ficou em silêncio por um tempo, seus olhos vermelhos firmes na guardiã.
- E o livro, croo?
- O que tem o livro?
- O que irá fazer com ele, croo?
- Nada. – ela respondeu. – Meu dever é guardar e é isso que farei. O seu é de proteger.
O corvo ficou em silêncio, depois olhou para Yujin.
- Concorda com isso, croo?
O cachorro soltou um latido baixo e fraco.
- Entendo, croo. – ficou em silêncio e bebeu mais do chá. – Nenhum ser
entra aqui e nenhum sai. – decretou.
- O que está acontecendo lá fora? – perguntou.
- Nada ainda, croo, mas algo vai e é muito ruim. – os olhos vermelhos pareceram brilhar- Não há garantia de proteção para a maioria das dimensões, não nossa pelo menos. Nossa prioridade serão a Biblioteca 13, o Tear e os Portais. Todo o resto é substituível.
- Eu concordo que sou substituível. – disse a guardiã – Mas, essas ideias não são. Algumas delas jamais serão pensadas por outra pessoa.
- E isso não importa. – respondeu Nuntius – De todos os lugares que guardamos, o Depósito é onde temos menor controle e é o mais perigoso. – olhou o livro na pilha de ideias – Temos vários desses por aí. Se alguém, croo, com más intenções encontrar esse lugar, teremos grandes problemas, croo.
- O que quer dizer com isso? – perguntou – Lacre as passagens por algumas décadas assim ninguém conseguira entrar aqui, nem mesmo você, depois que o perigo passar destranque as passagens. É simples.
O corvo não respondeu imediatamente. Yujin começou a rosnar novamente, dessa vez seus olhos estavam presos no corvo.
- O que vocês estão planejando, Nuntius?
- Essa ideia pode revolucionar a existência como a conhecemos, croo. – começou o corvo – Essa ideia pode alterar tudo, quebrar barreiras, reconstruir a história, mudar o destino.
A guardiã não gostou do brilho ambicioso nos olhos de Nuntius.
- Alterar o destino nem sempre é bom, meu caro mensageiro. – disse – Às vezes, é muito pior.
- Croo, é algo que você jamais saberá. – sentenciou – Ninguém sai daqui.
E tão rápido quanto apareceu, o corvo sumiu. Sua sentença ecoou no Depósito como um tiro e ela tremeu novamente.
- Fomos traídos. – disse e Yujin uivou.
O resto dos anos se passou em completo silêncio, às vezes Yujin uivava, mas nada parecia fora do comum. As ideias continuavam a aparecer e desaparecer, como sempre e se não fosse pela estranha conversa com Nuntius, que não voltara desde então, a guardiã jamais suspeitaria de algum perigo.
Certo dia, a guardiã teve vontade de reler algumas ideias jamais escritas de Clarice Lispector, mas não importava o quanto procurasse nas prateleiras, ela não achava o velho livro de capa azulada. Ela tinha o hábito de separar em lugares estratégicos, as suas ideias favoritas e estranhou quando não achava o livro de Lispector ou mesmo velhas folhas com rascunhos de Poe.
Dias depois ou talvez anos, ela nunca sabia, Yujin pareceu diminuir de tamanho e ela parecia estar mais fraca, se cansando apenas depois de algumas voltas. O chá começara a ficar mais frio do que de costume. Mesmo assim, a guardiã permaneceu firme em seu dever. Suas rondas normalmente terminavam com ela ofegante se arrastando para a cadeira, onde dormia por indeterminadas horas.
Sono era algo que ela jamais fizera em milênios de existência, mas naqueles últimos tempos, era uma parte essencial de seus dias intermináveis. Yujin também estava mais cansado e sumia com maior frequência. Ela o viu pela última vez num velho corredor, enquanto olhava algumas ideias de Leonardo Da Vinci e então, ele sumiu e nunca mais retornou.
O cansaço ficou mais forte e mais arquivos começaram a desaparecer. No fim, ela sentou-se na cadeira e não mais tinha forças para fazer as rondas. O silêncio ficara mais aterrorizante e pela primeira vez em sua existência, ela não sabia do que esperar daquele lugar. O Depósito parecia mais um Cemitério.
Lá não existiam espelhos e ela não fazia ideia de como era sua aparência, mas para o estranho que acabara de pisar num dos lugares mais bem escondidos do mundo, a guardiã estava terrivelmente doente, com a pele acinzentada e febril.
- Então, esse é o Depósito! – exclamou o homem impressionado olhando ao redor.
A guardiã não estava surpresa com a presença do intruso.
- Quem é você? – perguntou. Sua voz estava fraca e não tivera forças para se levantar da cadeira.
O chá acabara e a chaleira se tornou inútil há muito anos.
- Oh, perdão! – fez uma reverencia – Serei o novo guardião daqui. Estou em busca de uma ideia em particular, algo que irá mudar o mundo como o conhecemos.
- Nuntius te mandou aqui?
- Sabe que não posso responder a essa pergunta. – respondeu e olhou ao redor.
- O que está acontecendo lá fora?
Ele se aproximou. Andava com muita confiança e um sorriso simpático, mas cruel enfeitava suas feições.
- Uma guerra. – balançou os ombros – ou pelo menos, o começo de uma. Por isso, preciso achar a ideia rapidamente.
- Por que acha que irá achar? São milhões e milhões de ideias.
- Um passarinho me disse onde procurar. – disse com um sorrisinho – Você não me parece nada bem.
- E não estou. Creio que estou morrendo, assim como Yujin já o fez. – olhou ao redor – Não sei o que vocês fizeram, mas foi uma decisão terrível.
O homem olhou ao redor, jogou uma pilha de ideias no chão e pegou um banquinho que as sustentava. Sentou-se em frente à guardiã e disse:
- Valeu a pena?
- O que?
- Você podia ter destruído a ideia ou a entregado para Nuntius, por que
não o fez?
- Eu só estava fazendo aquilo que fui criada para fazer: Guardar as ideias.
- O que você falhou em fazer.
Ela tossiu e sentiu um tremor muito forte.
- O que vai acontecer com a Biblioteca 13?
Ele balançou os ombros.
- Quando eu pegar a ideia, a Biblioteca provavelmente será apagada da existência assim como esse Depósito e o Tear.
- Não havia nada na ideia sobre destruir a Biblioteca. – disse com dificuldade – Vocês também farão com a guardiã de lá o que fizeram comigo?
- Talvez algo mais rápido. Pretendemos assassiná-la com o método antigo. – respondeu como se não fosse grande coisa – Você tinha o Yujin, então tivemos que ser mais cuidadosos.
- Eu entendo. – fechou os olhos e tomou a decisão final.
Com a Biblioteca em perigo e principalmente com a guardiã da Biblioteca em perigo, não havia outra decisão a tomar, não naquele momento. Ela era substituível, mas a outra guardiã jamais seria. Portanto, se tomar uma decisão egoísta, e contra tudo que julgara correto, preservasse a vida da guardiã da Biblioteca da Vida, então ela faria qualquer coisa com prazer.
- Nuntius te explicou como funciona a ligação entre guardião e o
Depósito, certo?
O homem negou.
- Não importa. Você está morrendo e tomarei a conexão assim que você se for. – ele mexeu no palito cinza escura e retirou uma fita vermelha com vários detalhes dourados. – Só amarrar isso nos nossos pulsos e tudo vai dar certo.
- Nuntius te disse isso?
Ele não respondeu, só se inclinou e enrolou um dos pulsos da guardiã que, muito fraca, só observou sem poder realmente fazer algo para impedi-lo. Depois, ele enrolou o outro lado da fita no próprio pulso.
A guardiã olhou para o céu, que deveria estar sempre azulado e limpo, mas não naquele dia. O negro cobria os céus e se ela soubesse sorrir, ela o faria.
- Nuntius não sabe de tudo que opera dentro do Depósito. – disse num sussurro. A fita queimava seus pulsos. – Ele e seus companheiros se esqueceram de um detalhe muito importante.
O homem pareceu não entender e com as sobrancelhas franzidas, perguntou:
- E esse detalhe seria?
- Quem me criou? – perguntou. O homem balançou os ombros.
- Não sei. Quem?
- O Depósito. – respondeu. – O que você acha que eu sou?
- A guardiã do depósito? – perguntou - Eu não sei. – balançou os ombros novamente.
Ela balançou a cabeça negativamente.
- Eu fui criada pelo Depósito para guardá-lo pela eternidade. Se eu não tive pais e mal tenho um corpo que sobreviva fora daqui, você acha que eu sou um ser vivo independente?
O homem não respondeu imediatamente.
- Eu sou o Depósito, senhor. – disse – Ou pelo menos, sou parte do Depósito. Minha existência é para guardar esse lugar e meu coração foi criado para amar o Depósito e a Biblioteca 13, apenas. Não sei o que
Nuntius planejava, mas não vai dar certo.
A guardiã fechou os olhos e a fita parou de arder ambos pulsos. Ele se levantou do banquinho e se aproximou do corpo acinzentado e duro na cadeira, o mesmo corpo que se desintegrou diante de seus olhos surpresos. Ele engoliu seco e olhou ao redor.
- Pelos Deuses. – sussurrou.
No fim, ele sentou-se novamente no banquinho, dessa vez olhando para o Depósito que era sugado por um enorme buraco no céu, dessa vez, claro. Não gritava ou sequer se movia, só observava as ideias subindo aos céus e desaparecendo para algum lugar que ele duvidasse que o próprio Nuntius saberia onde.
A cena seria bela se não significasse o fim dos planos construídos por ele e outros. A cadeira foi sugada assim como a xícara de chá e a chaleira. No fim do corredor, ele viu Yujin e a guardiã o encarando, ambos com olhos tristes, mas foi algo tão rápido, que eles desapareceram novamente num piscar de olhos.
Ele foi a última coisa a ser sugada e escuridão foi a única coisa com o qual foi recebido.
Em algum outro lugar, Nuntius e outros gritavam furiosos, enquanto num lugar ainda mais distante, a guardiã acordava novamente, não no meio do Depósito dessa vez, mas sim na imensa Biblioteca 13.
- Seja bem vinda. – a guardiã da Biblioteca sorria.
A guardiã do Depósito fez uma reverência.
- É bom estar em casa.