O SÁBIO E A ROSA
Um ramalhete de flores sobre a mesa. Uma garrafa de vinho. Uma canção de Sinatra. Nada mal, pensava o homem. No ramalhete haveria todos os tipos de flores, inclusive rosas. Haveria rosas vermelhas, amarelas, brancas etc. No entanto, não haveria jardim, nem jardineiro e nem pássaros. O que existiria? Talvez, quem sabe a enorme solidão das pessoas.
Quando o homem pegou o ramalhete e prontificou-se a levá-lo para a amada, imediatamente pensou: “Por que nós temos que arrancar as flores para agradar as pessoas?” Logo depois, ele percebeu que se não arrancasse as flores, não poderia dá-las de presente. Mesmo assim, a dúvida permanecia com ele. Então, resolveu sair de casa e pedir conselhos a um casal de idosos que estava na praça.
O homem ficou surpreso ao ouvir a boa senhora, ao lado do velhinho, dizer assim: “Meu esposo nunca maltratou as flores, quando ele quer presentear-me, leva-me até o jardim. Quando ele quer homenagear as rosas ele as rega. Ele não me dá flores. Ele me mostra as flores. Deixa-me vê-las, tocá-las e cheirá-las. Depois, leva-me a passear por entre elas. Ele nunca arrancou uma flor da sua haste”.
O homem, após ouvir isso, deixou o ramalhete de flores delicadamente sobre o banco da praça. Ao chegar a casa resolveu convidar a sua esposa para um passeio no jardim.