Roble – Uma História Esquecida Capítulo 5 – Corbs

Eles apareceram aos montes, vindos de todos os lugares, pulavam ensandecidamente, tinham dentes pontudos, o corpo repleto de pelos esverdeados e os olhos amarelos e cruéis.

Inicialmente nenhum Robleneano sabia o que estava acontecendo, todos paravam para observar e tentar entender.

Foi apenas quando um deles atirou na direção do senhor Theodoro uma flechada que todos compreenderam a situação.

Muitos Corbs corriam rumo aos Robles, degolando-os e causando tristeza e desespero.

Um punhado deles atearam fogo na árvore principal e nas diversas casas mais próximas da região, as crianças berravam por suas mães em completo desespero, o caos tomara conta total do local.

Os homens tentavam enfrentar os malditos monstrengos com garra, seduzindo-os para si pretendendo assim, arranjar tempo para suas esposas poderem fugir dali, mas era em vão, considerando que eles estavam em pencas, correndo de um lado a outro, destruindo tudo o que viam pela frente.

Bartolomeu se sentia péssimo, não teria como proteger aquelas pessoas inocentes que nem sabiam do porque estavam sendo atacadas e mortas, ele era o grande responsável por toda aquela desgraça e o único que merecia a morte.

Viu seu pai sendo atacado e sem pensar pulou nas costas da aberração, pegando sua espada e rasgando sua goela.

Largou-o no chão e já partiu para o próximo, estava alucinado com a situação, cortava braços, pernas, cabeças, sem se dar ao luxo de observar a situação, só queria saber de morte, sentia a raiva emanando em seu ser.

Os Corbs tentavam atingi-lo à todo custo, uma flecha atravessou uma de suas pernas, o que o fez sentir uma dor horrível, escutava os arcos sendo disparados e sabia que ali seria o seu fim.

Um Corb truculento lançou sua espada na altura do estômago de Bartolomeu, que impediu com um golpe rápido.

-Não!

Ouviu Klaus berrar e cortar ao meio o bicho, fazendo um leve sorriso surgiu dos lábios do amigo.

Ele era como um irmão mais velho para Bartolomeu, ambos cresceram juntos e Klaus estava sempre por perto para proteger o pequeno Robleneano.

-Está tudo bem?

O ruivo olhava o amigo esfarrapado.

-Sim, sim, vamos acabar com esses imbecis!

Klaus erguera a sobrancelha admirado, nunca ouvira palavras grosseiras saírem da boca de Bartolomeu, no entanto, ele não se continha diante aquela situação.

Esquecendo-se da dor, ambos começaram a correr e a matar o maior número possível de Corbs, mas parecia que cada vez mais surgia um montante deles.

Lutando com destemor, não notou que Klaus tinha ficado para trás até ouvir um gemido baixo seguido de algo sendo atravessado.

Olhou para trás e viu o amigo sendo atingido no abdômen, não podia ser aquilo não podia estar acontecendo.

Desespero ele correu para o amigo caído, acertando em cheio a cabeça do Corb que estampava um sorriso irônico nos lábios, com ar de vencedor.

-Klaus, Klaus, fique comigo, fique comigo!

O amigo olhava aflito para o ruivo que revirava os olhos.

-Não feche os olhos, olhe pra mim!

Bartolomeu sentia as lágrimas caírem por sua face, as mãos seguravam o corpo do outro fortemente.

Klaus abriu um leve sorriso nos lábios e sussurrou baixo, com certa dificuldade.

-Larga de ser frouxo... Salve a Agnes...

Os olhos demonstravam dor, apesar dele se esforçar para não expressá-la, Bartolomeu não sabia o que fazer o peitoril do outro já estava completamente manchado de sangue e com um suspiro ele fechou os olhos e se foi deixando o pequeno Robleneano aos prantos.

continua...

Jéssica Curto
Enviado por Jéssica Curto em 24/06/2013
Reeditado em 01/07/2013
Código do texto: T4356979
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