O CARVALHO E A VIDA
O que é a vida?
O que vem a ser a morte?
Que momentos são esses que resultam, em segundos e milênios sucessivamente? Questionava eu ao velho paquiderme em seu recanto de sossego.
Como resposta, obtive o silêncio e o seu olhar sereno e debochado.
Esperei um pouco mais e ele me falou de um Velho Carvalho que passou a vida, plantado no seio de uma floresta e que dos acontecimentos sabia de tudo um pouco. Quando forte e majestoso, servia de morada para várias aves que lhe furtavam a solidão. Delas ouvia histórias de povos e distantes civilizações que, achava, nunca ia conhecer.
Quando as aves partiam, cada uma para seu destino, lamentava-se que nunca poderia ser como elas ou qualquer outro bicho que tivesse patas ou asas. Nunca teria a oportunidade de conhecer outras paragens e apesar disso, em seu íntimo, mantinha a esperança.
Passou o tempo e o Carvalho envelheceu e através da serra caiu por terra. Toda a floresta estremeceu, pois caiu o Carvalho sonhador. Faleceu aquele que ousava voar nas asas dos pássaros. Uns se lamentavam, pois agora é que ele não mais teria a chance de conhecer novas coisas, nem ouvir falar. Outros menos compadecidos com a situação soltavam chacotas e diziam que era bom que aquilo tivesse acontecido, pois estavam cansados das ranhetices do velho Carvalho, que queria mudar a natureza das coisas.
Ocorre que depois de ter sido deitado por terra, o velho Carvalho foi serrado em várias partes. Para a indústria de móveis ele foi enviado e lá foi transformado em vários utensílios. Parte dele virou cama e mesa. Outra virou cadeiras e outra ainda, transformou-se em escrivaninha. O mais grato é que foi exportado para várias partes do mundo. Foi conhecer de perto os palácios e as casas mais requintadas que já ouvira falar. Até sua velha casca serviu de cobertura para barracos em favelas perdidas em algum canto do mundo.
Em sua floresta de origem podia-se ouvir sua estrondosa gargalhada de felicidade e toda a passarada entoava seu canto em louvor àquele que sonhou enquanto viveu e se realizou quando morreu.
O que é a vida?
O que vem a ser a morte?
Que momentos são esses que resultam, em segundos e milênios sucessivamente? Questionava eu ao velho paquiderme em seu recanto de sossego.
Como resposta, obtive o silêncio e o seu olhar sereno e debochado.
Esperei um pouco mais e ele me falou de um Velho Carvalho que passou a vida, plantado no seio de uma floresta e que dos acontecimentos sabia de tudo um pouco. Quando forte e majestoso, servia de morada para várias aves que lhe furtavam a solidão. Delas ouvia histórias de povos e distantes civilizações que, achava, nunca ia conhecer.
Quando as aves partiam, cada uma para seu destino, lamentava-se que nunca poderia ser como elas ou qualquer outro bicho que tivesse patas ou asas. Nunca teria a oportunidade de conhecer outras paragens e apesar disso, em seu íntimo, mantinha a esperança.
Passou o tempo e o Carvalho envelheceu e através da serra caiu por terra. Toda a floresta estremeceu, pois caiu o Carvalho sonhador. Faleceu aquele que ousava voar nas asas dos pássaros. Uns se lamentavam, pois agora é que ele não mais teria a chance de conhecer novas coisas, nem ouvir falar. Outros menos compadecidos com a situação soltavam chacotas e diziam que era bom que aquilo tivesse acontecido, pois estavam cansados das ranhetices do velho Carvalho, que queria mudar a natureza das coisas.
Ocorre que depois de ter sido deitado por terra, o velho Carvalho foi serrado em várias partes. Para a indústria de móveis ele foi enviado e lá foi transformado em vários utensílios. Parte dele virou cama e mesa. Outra virou cadeiras e outra ainda, transformou-se em escrivaninha. O mais grato é que foi exportado para várias partes do mundo. Foi conhecer de perto os palácios e as casas mais requintadas que já ouvira falar. Até sua velha casca serviu de cobertura para barracos em favelas perdidas em algum canto do mundo.
Em sua floresta de origem podia-se ouvir sua estrondosa gargalhada de felicidade e toda a passarada entoava seu canto em louvor àquele que sonhou enquanto viveu e se realizou quando morreu.