Evendur, o Zênite

Texto baseado no cenário de RPG Forgotten Realms, para D&D.

Todos conhecem a fama do Vale das Sombras e de seus habitantes, tão propensos a aventuras, visto essa ser uma terra com histórico de conflitos com os Drows e com os Zhentarim.

Exemplos de habitantes notáveis dessas terras são Elminster, o Sábio do Vale das Sombras, e a Barda do Vale das Sombras, Mão Argêntea, notáveis servos de Mystra e Harpistas.

Histórias de jovens aventureiros que começam suas jornadas enfrentando goblins saqueadores de gado, e contam seus feitos na estalagem do Crânio Partido, tentando ganhar a glória dos heróis de outrora, e, talvez, a atenção de uma jovem formosura, são comuns.

O começo desta, meus amigos, não é tão diferente, embora o fim, só Ao talvez saiba em seus desígnios.

Há cerca de duas décadas, os sacerdotes de Lathander responsáveis pelo majestoso templo conhecido como Salões da Aurora da Manhã, notaram algo de diferente na aurora daquele dia. Estava mais radiante, sua luz refletia como pérolas douradas no orvalho, e os pássaros cantarolavam mais alegres do que o de costume, como que anunciando algo.

Eis que, após realizar seus rituais matinais de orações à Aurora e exercícios para manter o corpo vigoroso, quando o Sol atingiu o Zênite, o sumo-sacerdote do templo, ao caminhar de volta para os Salões pelos campos, avistou um clarão, como que uma fração do grande astro tivesse caído no solo, e, ao se aproximar, avistou um menino humano, em pé, aparentando ter de um a dois anos de idade, portando consigo um amuleto com um símbolo desconhecido, similar ao de Lathander, porém simples, sem as jóias ostensivas típicas de seu clero, e parecendo não representar o Amanhecer, e sim o Sol em si:

O menino, ao avistá-lo, o fitou, com seus olhos castanho-claros, quase dourados, e andou em sua direção, sem estranhá-lo ou chorar. Interpretando aquilo como um sinal de Lathander, porém sem entender a fundo o que essas diferenças significavam, o bom clérigo o teve como filho, levando-o consigo para os Salões. Resolveu não contar para os seus sobre os sinais vistos, com medo de criar alarde desnecessário, revelando-os apenas ao garoto, anos depois.

Nomeando-o de Evendur, o doutrinou como um de seus sacerdotes e ensinando os dogmas de Lathander.

Evendur se tornou uma criança perspicaz em suas observações e carismático, atraindo para si a amizade de dois outros notáveis jovens do vilarejo próximo: Brander Selgard, filho do famoso ferreiro Brom Selgard, e Luke Pés-Ligeiros, um halfling órfão de guerra, criado também por sua ordem, conhecido por sua capacidade de gerar problemas rapidamente, e de escapar deles mais rápido ainda.

Dada época, quando Evendur já era um rapaz, os saques a fazendas pelos povos globinóides se tornaram mais frequentes. Não conformado com apenas levar mensagens de esperança por uma Nova Aurora aos afligidos, Evendur decidiu ser essa Nova Aurora.

Junto de seus amigos Brander, na época já honrando o nome de seu pai como um espadachim e hábil ferreiro, e Luke, que, depois de tantos problemas, aprendeu algo de útil, foi investigar os acontecimentos, contando também com a ajuda de um casal de irmãos elfos que viajavam pelos Vales, Aramil, o arqueiro, e sua irmã Lirina, a maga.

Após rechaçar alguns ataques de bandos de goblins e orcs, descobriram que eles vinham de montanhas não distantes dali, e resolveram invadir o covil. Encontraram algo inesperado: os goblinóides estavam sendo liderados por nada menos do que uma sacerdotiza de Lolth, e a Drow estava por terminar um rito de evocação de um poderoso demônio.

Enquanto seus companheiros se digladiavam com a elfa negra e seus servos, Evendur focou toda a energia sagrada que podia canalizar no portal, a fim de evitar a vinda do demônio. Ao perceber que não era o suficiente, por ser apenas um jovem e inexperiente iniciado de sua ordem, suplicou a Lathander, com suas últimas forças, que intervisse.

Eis que, com um clarão, Evendur assumiu um aspecto que só poderia ser descrito como divino: Com seus olhos queimando em chamas douradas, e asas de fogo áureo que surgiram em seu dorso, conseguiu canalizar ainda mais energia positiva, e fechar o portal, desmaiando logo após.

Acolhido por seus companheiros, que conseguiram derrotar os servos da Drow e acuá-la, foi levado aos Salões da Aurora da Manhã.

Seguiu em dez dias com o corpo adormecido, embora sua alma tenha viajado pelos Planos Astrais, sendo recebido pelas Hostes de Celestiais servos de seu senhor com honras.

Ao adentrar em seus salões de colunas douradas e cravejadas de rubis, o Zênite se deparou com uma silhueta humana, cujos detalhes eram ofuscados pelo Sol que brilhava em seu dorso. Mesmo sem ver o rosto, Evendur sabia que estava diante do próprio Lathander, que lhe disse:

- Eu sou o Amanhecer, e tu, ó criança perdida, que resplandece em chamas douradas, é o Zênite. Torna-te poderoso e encontra Crepúsculo, nosso irmão e parte de Nós. Juntem-se a mim, e a Tríade novamente será Um, o Senhor do Sol, do ciclo do Tempo e da Ordem natural das coisas, pois nós somos Amaunator!

Após isso, acordou, e contou suas experiências para seu pai de criação, que reconheceu o nome como de um deus esquecido. Foi renomeado pelo sumo-sacerdote como Evendur, o Zênite, e designado por este a perseguir e cumprir a profecia a ele dada por Lathander.

Em suas andanças pelo significado desses presságios, Evendur se separou de seus companheiros, que seguiram seus próprios destinos, e vaga por Toril, procurando respostas.