Terceira Badalada

Faz de mim teu filho

Julga-me

Remete-me á ti

Ó Pai

Busca-me dentre os meios

Encontra-me nos devaneios

Me salva

Liberta-me da dor que aflora

Santifica-me de doçura

Afasta-me da crueldade

Ó Pai

A ti eu clamo

Em desespero

Deixe-me correr

Desejo o encanto

Tira-me

Todo o pranto

Apaga-me da vida

Concede-me o veredicto

Ó Pai

Entenda-me

Não sou teu filho legítimo

Mas sou fiel crente

Na força de Javé

Perdoa-me

Vigora-me

Entrego-me á tua justiça

É o meu fim...

A folhagem seca levantava do solo, enquanto o vento jorrava desprendendo a alma da carne. Os objetos sobrevoavam, conforme o vento os levava. Redemoinhos, tremores e a imensidão de calor cooperavam com a tempestade. Toda penumbra chegara. Sem piedade alguma do filho que clamava com dor ao Pai. A orquestra bradava, os adultos brindavam. Adúlteros beiravam. Era chegada de um novo ano... Uma travessia no córrego, a tortura daqueles que ceavam em comemoração. Renovação no empreito. E o desabar das águas dos céus. O pobre padre ponderava os pecados com a jovem e bêbados pleiteavam o cenário. Havia multidão. Invocação. Adoração. Luxúria, ira e gula. Ocorria de tudo, mais fundo do que mundo pudera pertencer. Lúdico. Frágil. Desgraçado.

- É o diabo! Ele vai nos pegar. Levar-nos e possuir-nos.

- Cale-se demônio!

- Ele está chegando, vai nos levar.

- Em nome de Deus, amarro-te derrotado!

- Procura a fé padre?

- Sempre a tive.

- Não consegue encontrá-la? Não te recorda onde deixou?

- Do que fala?

- Dos espermatozoides que ejaculou naquela mocidade há pouco.

- Saia daqui, afaste-se de mim Satanás!

- HAHAHAHAHAHAHAHA, eu sei que você come garotinhas, padre safado.

- Afaste-se de mim. Deus tenha misericórdia!

- EUSEIEUSEIEUSEIEUSEI HAHAHAHAHAHAHAHA

- Saia de perto de mim!

O padre corre sem um pretérito calculado. Fugia de sua desonra.

- Não fuja padre. Você vai ser julgado também, queimado no inferno.

- Cala-te, semeador da discórdia!

- Posso até apostar que vai masturbar o diabo também HAHAHAHAHAHAHA

O padre escondeu-se á par de um beco, clamando a seu Deus Todo Poderoso:

“Cheguemo-nos, pois, confiadamente ao trono da graça, para que recebamos misericórdia e achemos graça, a fim de sermos socorridos no momento oportuno.”

“Mas a sabedoria que vem do alto é, primeiramente, pura, depois pacífica, moderada, tratável, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, e sem hipocrisia.”

“Por isso o Senhor esperará, para ter misericórdia de vós; e por isso se levantará, para se compadecer de vós; porque o Senhor é um Deus de equidade; bem-aventurados todos os que por ele esperam.”

- Oh Senhor de toda graça, onde está agora? É a hora?

- Claro que é a hora homem...

Uma mulher muitíssimo bela avistou. Seu corpo escultural despertava os desejos. Lábios vermelhos, olhos carentes e cheios de tesão. Despida de qualquer roupa, exibia seu corpo nu, despertando os desejos carnais do pecador.

- Vista algo mulher, vista logo.

- Porque padre, se tu gostas do que vê?

- Afaste-se de mim mulher.

A bela jovem se aproximava lentamente. O padre incendiava por dentro.

- Afaste-se, eu ordeno.

- Com que poder o senhor ordena? É um malfeitor, malfeitor gostoso!

- Sou o mensageiro de teu Deus.

- Pouco o senhor sabe de meu deus, padre... Talvez você ereto, dentro do meu ânus...

- Aniquila-me, mata-me, executa-me, mas não me atente o mal da carne.

- Você o teme?

- Eu temo o homem. Não Deus.

- Um devoto cristão, compreendo... Estou molhada padre, venha cá me comer...

- Não ouse pronunciar difamações.

- Jamais padre. Quero apenas saciar-te neste último instante.

- Não ouse tocar-me.

Elevou as mãos até a face do padre, tocando-lhe. Fixou seus olhos nos do devoto. Ele estava incapacitado de reação. Sua pretensão fugira.

- Você me quer? Em?

Era incontrolável. Não demorou muito para o padre ficar ereto.

Aproximou os lábios ao encontro dos lábios de outrem.

- Não mulher, eu não posso.

O padre empurrou-a para trás. Ela tornou a avançar contra o mesmo.

- Não me recuse. É a morte que esta vindo, sabemos disso padre. Você nem puro é...

- O que disse?

- Ó padre querido, não é apenas você que tem crenças e intuições.

O homem calou-se por um instante, enquanto permitia seus olhos admirarem as curvas da mulher. Ele a desejava.

Beijou-a, enquanto as mãos trataram de tocá-la...

Seus seios redondos encaixavam-se perfeitamente entre as mãos do homem. Os mamilos estavam duros e imensos. O padre os acariciava com fervor. Beijava-os, chupava-os e lambia-os. Poderia sentir a mulher delirar de tanto pecado e prazer. Suas partes mais íntimas umedeceram ao toque do dedo indicador do homem. Em movimento circular ele a fazia gemer nos ouvidos.

- Ahhhhh, ahhhh, ahhhhh... Foda-me, foda-me!

A luxúria ponderou. Foram-se todas as vestimentas. Ela descera com seus lábios, engolindo os testículos enquanto acariciava com as mãos o pênis do padre.

- Bem dotado o senhor padre... Como pode desperdiçar isso?

- Não fale mulher, engula meu brinquedo.

O padre puxou-a para cima pelos cabelos. Colocou-a de costas contra a parede do beco. Empinou suas nádegas e cautelosamente fora introduzindo seu pênis na vagina.

- Devagarinho padre, quero sentir-te todinho!

- Fique quieta! – irritou-se, enfiando os dedos na boca dela.

O sexo fora explícito. E tremendamente tentador. Enquanto suas nádegas batiam com força nas pernas do padre, ambos gemiam de prazer. O padre o tirava e logo, o introduzia novamente, por duas ou três vezes consecutivas.

- Oh, oh, oh... Padre gostoso!

O homem em sua mente implorava:

“Tem compaixão de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados.”

- Relaxe padre, quero sentir você gozar em mim.

- Fale baixo, não se atreva gritar.

- HAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHAHA

A saliva misturava-se com o gosto salgado da pele suada. De costas para o padre, a mulher e suas curvas contorciam-se á cada penetração. Enquanto os céus desabavam seus raios e tormentas, a luxúria dominava o homem. Era o pecado carnal, a destituição da devoção.

- Sente-se padre, quero cavalgar em você...

O padre tirou o pênis e sentou de costas para a parede. A jovem sentou-se sobre o mastro duro, fazendo movimentos constantes para cima e para baixo. Enquanto intercalava os movimentos, saia de cima do padre para acariciar-lhe com a língua. O homem cheios de desejos colocou-a com os joelhos e mãos firmes no chão e pernas pouco abertas, introduzindo seu mastro no ânus da mulher que gritou de dor, até sentir-se confortável. Depois ambos se levantaram e de frente um para o outro, intensificaram o ato.

- E-E-Estou quase! – o padre exclamou.

- O que disse meu amorzinho?

- É que, é que eu vou gozar...

- Então me permita terminar...

- Como?

A mulher virou de frente para o padre. Desceu aos poucos até recostar seus joelhos no solo e ajoelhar-se perante á divindade.

Com sede, desejo e cobiça, introduziu o mastro do padre em sua boca.

Chupando-o ofegantemente.

Até que a excitação total exuberou, mútua potência, o tesão fora pleno.

- Ohhhhhhhhh! – o homem gemeu.

Enquanto o esperma era derramado entre seus lábios, dentes e língua, os demais escorriam pela garganta.

O padre afrontou-se com o feito e sentiu imenso remorso. Correu para longe, enquanto a jovem limpando seus lábios unia-se com as sombras da noite.