Diálogo com um dragão
A subida era íngreme e exaustiva. Sabíamos que aquela meseta servia de reduto para Ajax, que se abrigava nas cavernas naturais ali existentes. Eu praguejava com o cansaço e os joelhos esfolados pelas pedras, e intimamente me maldizia por ser o líder da expedição. Afinal de contas, faziam parte do grupo uma elfa cheia de truques, um anão maciço e forte, um duende agilíssimo e um orc corpulento e enfezado. Por que eu, um reles humano, tinha que assumir a responsabilidade da liderança? Só porque eu era um famoso cavaleiro andante?
Mas o cabeça-de-arroz do rei fizera questão de designar um humano como líder da missão e seu porta-voz oficial. De bom grado eu abriria mão do privilégio. Se o dragão resolvesse nos atacar, o líder seria o primeiro a morrer. E nem pudéramos trazer os nossos cavalos, por causa daquela subida angulosa.
Eu portava uma bandeira branca. Na minha imaginação eu já a via em chamas, inflamada pelo primeiro bafo da besta. Começava a me arrepender de todo o empenho que eu fizera, ao longo de vinte anos, para manter acesa a minha fama de herói durão. Aquela fama era a responsável pela encrenca em que eu estava metido.
Ao galgarmos as últimas ingremidades, vendo-nos afinal no pátio do dragão, lembrei-me de avisar a Milne:
— Por favor, mantenha o feitiço da água engatilhado; poderemos precisar dele a qualquer momento.
— Não imagina que eu vou abrir a guarda — respondeu ela secamente, coçando uma de suas grandes orelhas.
Olhei para a frente. Da caverna principal lá vinha o mastodonte, fitando-nos com seu ar de ferocidade. Na minha imaginação — e por que é que eu tenho imaginação assim tão fértil? — o solo estremecia a cada passada gigantesca. Só que isso na verdade não estava acontecendo, e nem o Ajax era tão grande assim.
— Tenham calma — disse Brutus, o orc, empunhando a sua clava cheia de pontas metálicas. — Afinal de contas, ele não passa de um dragão.
Avancei, liderando o grupo, e agitei a bandeira, suando frio.
— O que vocês querem? — fez-se ouvir a voz cavernosa do réptil.
— Queremos falar com você! — exclamei, esforçando-me por me fazer ouvir sem ter que chegar muito perto.
— Isso eu já sei, imbecil. O que é que vocês querem falar?
Engasguei-me. Começávamos mal. Não queria dar parte de burro perante aquele lagarto vitaminado.
— Vi-viemos da parte de Sua Majestade Estroncius III, Rei e Soberano de Maltose, pa-para negociar diplomaticamente a presença e atuação de Vossa Senhoria ne-neste planalto e nos vales adjacentes.
— E o que é que tem?
O cheiro de enxofre era nauseante, Ajax era mal-encarado como uma gárgula, mas eu tinha que fazer das tripas coração e prosseguir. De preferência, sem gaguejar.
— Vossa Senhoria, Senhor Dragão Ajax, vem causando grave prejuízo e inquietação às populações humanas locais. Seja cozinhando e levando a colheita de batatas, seja apossando-se dos nabos, das melancias, das abóboras e até das cebolas...
— Preciso de tudo isso. Não espera que eu morra de fome, é claro. Além disso, como já notaram eu sou um dragão vegetariano. Vocês ainda têm sorte que eu não preciso dos seus rebanhos.
— Um momento! — gritou Snif, o anão, sujeito especialmente cabeça dura e que, de resto, deveria ter-se mantido calado. — O senhor não plantou as frutas e hortaliças. É trabalho de outros, que o senhor está frustrando e arruinando...
— Ora, não me amole, anão ridículo! O que você sabe da história dessas terras? Há séculos e séculos, nós, os dragões, fomos os donos incontestes da península de Orgad e de muitas outras terras deste continente. Foram os humanos, com sua civilização predatória, que aos poucos foram nos empurrando de nossos redutos ancestrais até ao ponto de quase não nos restar mais espaço. E, por falta de caça, que vocês dizimaram, muitos de nós se tornaram vegetarianos, como é o meu caso. E a sua raça abjeta, seu anão imundo, colaborou amplamente com a expansão dos humanos, a destruição das florestas...
— Não admito que fale mal da minha raça! — berrou Snif, mas o duende Derby deu-lhe uma cacetada na cabeça.
— Pare com isso, idiota! Deixe o Cid falar!
Tornei a engolir em seco. Esquecera até de me apresentar ao dragão, lapso indesculpável numa missão diplomática. Tentei consertar a coisa:
— Senhor Ajax, permita que me apresente. Sou o Cavaleiro Cid Pompéia, herói e paladino das estradas, a serviço de Sua Majestade...
— Está bem! — berrou o réptil. — O que vocês querem que eu faça?
— Nosso rei ordena que o senhor abandone imediatamente estas paragens e se dirija sem demora para a Reserva de Dragões, na Ilha Longínqua...
— Reserva? — berrou ele, deixando escapar uma baforada de chamas. — Eu não sou um dragão de reserva! Não vou compactuar com essa tramóia nojenta!
— Acho que o senhor não tem escolha. O Rei já decidiu que o senhor está banido destas terras. Veja, aqui está o decreto de banimento, com o selo real, incluindo a ordem para que o senhor se mude...
Acostumado a ver como os mortais comuns tremiam à simples menção dos soberanos, deixei-me levar por um arrebatamento de coragem e me aproximei da fera, exibindo o diploma real.
Ajax mandou uma baforada bem dirigida e o decreto virou cinzas na minha mão felizmente enluvada com asbesto.
— Ainda bem que era uma xérox — foi tudo o que consegui dizer.
— Já acabou, cavalheiro Cid? Já está quase na hora do meu almoço, portanto é hora de caírem fora. E digam ao rei que daqui eu não saio!
O orc e o anão avançaram e eu fui subitamente empurrado. Derby ajudou-me a levantar e declarou desolado:
— Acho que esses dois não deviam ter vindo. Acabamos de perder o controle!
Brandindo as suas armas — a clava espinhuda de orc e o machado de dois gumes de anão — Brutus e Snif avançaram contra o lagarto. Este encheu bem o pulmão e soltou a maior labareda que eu já vi na minha vida, e, com ela, um vento arrebatador. Fomos lançados, o grupo todo, para fora do platô, e fizemos desastradamente todo o caminho de volta.
Já no chão, vendo estrelas, olhei em volta procurando alguém para culpar pelo nosso fracasso, e escolhi a elfa:
— Milne! Você não ficou encarregada de nos proteger com a sua magia? Como explica o que aconteceu?
— O que está querendo dizer, seu idiota? Eu fiz a minha parte! Não vê como estamos todos encharcados? Sem a minha magia da água, nós cinco teríamos virado churrasco! E sem a minha magia do vento, que acolchoou a queda, teríamos nos arrebentado!
— Ah, bom! — foi tudo o que consegui dizer.
Snif e Brutus levantaram-se penosamente, entre pragas:
— Se eu tivesse chegado um pouco mais perto, rebentava-lhe a cabeça! — lastimou-se Brutus.
— E eu, por poucos metros não lhe decepo o pescoço! — queixou-se por sua vez Snif.
Derby ajudou-me novamente a levantar e eu me lamentei:
— O que iremos dizer ao Rei Estroncius? Ele provavelmente nos mandará voltar, para tentar de novo! Afinal, nós somos os heróis do reino!
— Nada disso, Cid — opôs o duende. — Se agirmos com esperteza, liquidaremos facilmente o assunto e não teremos que retornar.
— Como assim? — quis saber a elfa. — Também não quero voltar!
— É simples, Milne. Pelas regras da Cavalaria Nobre, que o Mestre Cid aqui conhece bem, o dragão ganhou o direito de permanecer morando em seu reduto atual. Ele lutou e venceu lealmente. Assim, ele tem todo o direito de permanecer na Meseta Escaldante. Se Estroncius III for esperto, até nomeará Ajax como Guardião Real da Meseta ou coisa parecida. E, afinal, ele se portou como um cavaleiro, pois não desceu para acabar de nos matar, limitou-se a defender o seu território.
— Você acha mesmo, Derby, que o soberano vai aceitar tão facilmente a derrota, apenas com base na tradição da cavalaria?
— Encare a coisa por outro ângulo. Dragões são metidos a eremitas e passam décadas ou séculos sem se visitarem, mas se resolverem podem se reunir contra um inimigo comum. Se o rei ficar pressionando muito o Ajax pode chamar os outros dragões para ajudá-lo e, pense bem, acha que o nosso exército vai poder enfrentar uma revoada fumegante? Eles podem queimar todas as nossas cidades! E se Estroncius ainda teimar, o Conselho o chamará à razão!
— Concordo com Derby — disse a Milne. — Vamos deixar esse monstro em paz que é melhor!
— Mas e as batatas? E os repolhos? E os nabos? E as alcachofras? — protestou Snif.
— Sim — ajuntou Brutus. — E as abóboras? E as couves-flores? E as cenouras? E os tomates? E todo o prejuízo às colheitas...
— Basta, seus broncos — replicou o duende que, obviamente, era o mais inteligente do grupo. — O Rei dará um auxílio-dragão aos lavradores, e fica tudo resolvido.
Pegamos os nossos cavalos e fomos embora. Quando começamos a nos afastar, olhei para trás e para cima, e os demais fizeram o mesmo.
— Vejam — murmurou a elfa.
E vimos. Ajax, do alto da meseta, botou-nos a língua: uma língua vermelha, bifurcada, longa e zombeteira.
Leia "O estigma do feiticeiro negro", romance de fantasia de Miguel Carqueija e Melanie Evarino (a aventura da elfa guerreira Gislaine Pétala num mundo alternativo), recente lançamentp da Editora Ornitorrinco.
imagem do cadê
A subida era íngreme e exaustiva. Sabíamos que aquela meseta servia de reduto para Ajax, que se abrigava nas cavernas naturais ali existentes. Eu praguejava com o cansaço e os joelhos esfolados pelas pedras, e intimamente me maldizia por ser o líder da expedição. Afinal de contas, faziam parte do grupo uma elfa cheia de truques, um anão maciço e forte, um duende agilíssimo e um orc corpulento e enfezado. Por que eu, um reles humano, tinha que assumir a responsabilidade da liderança? Só porque eu era um famoso cavaleiro andante?
Mas o cabeça-de-arroz do rei fizera questão de designar um humano como líder da missão e seu porta-voz oficial. De bom grado eu abriria mão do privilégio. Se o dragão resolvesse nos atacar, o líder seria o primeiro a morrer. E nem pudéramos trazer os nossos cavalos, por causa daquela subida angulosa.
Eu portava uma bandeira branca. Na minha imaginação eu já a via em chamas, inflamada pelo primeiro bafo da besta. Começava a me arrepender de todo o empenho que eu fizera, ao longo de vinte anos, para manter acesa a minha fama de herói durão. Aquela fama era a responsável pela encrenca em que eu estava metido.
Ao galgarmos as últimas ingremidades, vendo-nos afinal no pátio do dragão, lembrei-me de avisar a Milne:
— Por favor, mantenha o feitiço da água engatilhado; poderemos precisar dele a qualquer momento.
— Não imagina que eu vou abrir a guarda — respondeu ela secamente, coçando uma de suas grandes orelhas.
Olhei para a frente. Da caverna principal lá vinha o mastodonte, fitando-nos com seu ar de ferocidade. Na minha imaginação — e por que é que eu tenho imaginação assim tão fértil? — o solo estremecia a cada passada gigantesca. Só que isso na verdade não estava acontecendo, e nem o Ajax era tão grande assim.
— Tenham calma — disse Brutus, o orc, empunhando a sua clava cheia de pontas metálicas. — Afinal de contas, ele não passa de um dragão.
Avancei, liderando o grupo, e agitei a bandeira, suando frio.
— O que vocês querem? — fez-se ouvir a voz cavernosa do réptil.
— Queremos falar com você! — exclamei, esforçando-me por me fazer ouvir sem ter que chegar muito perto.
— Isso eu já sei, imbecil. O que é que vocês querem falar?
Engasguei-me. Começávamos mal. Não queria dar parte de burro perante aquele lagarto vitaminado.
— Vi-viemos da parte de Sua Majestade Estroncius III, Rei e Soberano de Maltose, pa-para negociar diplomaticamente a presença e atuação de Vossa Senhoria ne-neste planalto e nos vales adjacentes.
— E o que é que tem?
O cheiro de enxofre era nauseante, Ajax era mal-encarado como uma gárgula, mas eu tinha que fazer das tripas coração e prosseguir. De preferência, sem gaguejar.
— Vossa Senhoria, Senhor Dragão Ajax, vem causando grave prejuízo e inquietação às populações humanas locais. Seja cozinhando e levando a colheita de batatas, seja apossando-se dos nabos, das melancias, das abóboras e até das cebolas...
— Preciso de tudo isso. Não espera que eu morra de fome, é claro. Além disso, como já notaram eu sou um dragão vegetariano. Vocês ainda têm sorte que eu não preciso dos seus rebanhos.
— Um momento! — gritou Snif, o anão, sujeito especialmente cabeça dura e que, de resto, deveria ter-se mantido calado. — O senhor não plantou as frutas e hortaliças. É trabalho de outros, que o senhor está frustrando e arruinando...
— Ora, não me amole, anão ridículo! O que você sabe da história dessas terras? Há séculos e séculos, nós, os dragões, fomos os donos incontestes da península de Orgad e de muitas outras terras deste continente. Foram os humanos, com sua civilização predatória, que aos poucos foram nos empurrando de nossos redutos ancestrais até ao ponto de quase não nos restar mais espaço. E, por falta de caça, que vocês dizimaram, muitos de nós se tornaram vegetarianos, como é o meu caso. E a sua raça abjeta, seu anão imundo, colaborou amplamente com a expansão dos humanos, a destruição das florestas...
— Não admito que fale mal da minha raça! — berrou Snif, mas o duende Derby deu-lhe uma cacetada na cabeça.
— Pare com isso, idiota! Deixe o Cid falar!
Tornei a engolir em seco. Esquecera até de me apresentar ao dragão, lapso indesculpável numa missão diplomática. Tentei consertar a coisa:
— Senhor Ajax, permita que me apresente. Sou o Cavaleiro Cid Pompéia, herói e paladino das estradas, a serviço de Sua Majestade...
— Está bem! — berrou o réptil. — O que vocês querem que eu faça?
— Nosso rei ordena que o senhor abandone imediatamente estas paragens e se dirija sem demora para a Reserva de Dragões, na Ilha Longínqua...
— Reserva? — berrou ele, deixando escapar uma baforada de chamas. — Eu não sou um dragão de reserva! Não vou compactuar com essa tramóia nojenta!
— Acho que o senhor não tem escolha. O Rei já decidiu que o senhor está banido destas terras. Veja, aqui está o decreto de banimento, com o selo real, incluindo a ordem para que o senhor se mude...
Acostumado a ver como os mortais comuns tremiam à simples menção dos soberanos, deixei-me levar por um arrebatamento de coragem e me aproximei da fera, exibindo o diploma real.
Ajax mandou uma baforada bem dirigida e o decreto virou cinzas na minha mão felizmente enluvada com asbesto.
— Ainda bem que era uma xérox — foi tudo o que consegui dizer.
— Já acabou, cavalheiro Cid? Já está quase na hora do meu almoço, portanto é hora de caírem fora. E digam ao rei que daqui eu não saio!
O orc e o anão avançaram e eu fui subitamente empurrado. Derby ajudou-me a levantar e declarou desolado:
— Acho que esses dois não deviam ter vindo. Acabamos de perder o controle!
Brandindo as suas armas — a clava espinhuda de orc e o machado de dois gumes de anão — Brutus e Snif avançaram contra o lagarto. Este encheu bem o pulmão e soltou a maior labareda que eu já vi na minha vida, e, com ela, um vento arrebatador. Fomos lançados, o grupo todo, para fora do platô, e fizemos desastradamente todo o caminho de volta.
Já no chão, vendo estrelas, olhei em volta procurando alguém para culpar pelo nosso fracasso, e escolhi a elfa:
— Milne! Você não ficou encarregada de nos proteger com a sua magia? Como explica o que aconteceu?
— O que está querendo dizer, seu idiota? Eu fiz a minha parte! Não vê como estamos todos encharcados? Sem a minha magia da água, nós cinco teríamos virado churrasco! E sem a minha magia do vento, que acolchoou a queda, teríamos nos arrebentado!
— Ah, bom! — foi tudo o que consegui dizer.
Snif e Brutus levantaram-se penosamente, entre pragas:
— Se eu tivesse chegado um pouco mais perto, rebentava-lhe a cabeça! — lastimou-se Brutus.
— E eu, por poucos metros não lhe decepo o pescoço! — queixou-se por sua vez Snif.
Derby ajudou-me novamente a levantar e eu me lamentei:
— O que iremos dizer ao Rei Estroncius? Ele provavelmente nos mandará voltar, para tentar de novo! Afinal, nós somos os heróis do reino!
— Nada disso, Cid — opôs o duende. — Se agirmos com esperteza, liquidaremos facilmente o assunto e não teremos que retornar.
— Como assim? — quis saber a elfa. — Também não quero voltar!
— É simples, Milne. Pelas regras da Cavalaria Nobre, que o Mestre Cid aqui conhece bem, o dragão ganhou o direito de permanecer morando em seu reduto atual. Ele lutou e venceu lealmente. Assim, ele tem todo o direito de permanecer na Meseta Escaldante. Se Estroncius III for esperto, até nomeará Ajax como Guardião Real da Meseta ou coisa parecida. E, afinal, ele se portou como um cavaleiro, pois não desceu para acabar de nos matar, limitou-se a defender o seu território.
— Você acha mesmo, Derby, que o soberano vai aceitar tão facilmente a derrota, apenas com base na tradição da cavalaria?
— Encare a coisa por outro ângulo. Dragões são metidos a eremitas e passam décadas ou séculos sem se visitarem, mas se resolverem podem se reunir contra um inimigo comum. Se o rei ficar pressionando muito o Ajax pode chamar os outros dragões para ajudá-lo e, pense bem, acha que o nosso exército vai poder enfrentar uma revoada fumegante? Eles podem queimar todas as nossas cidades! E se Estroncius ainda teimar, o Conselho o chamará à razão!
— Concordo com Derby — disse a Milne. — Vamos deixar esse monstro em paz que é melhor!
— Mas e as batatas? E os repolhos? E os nabos? E as alcachofras? — protestou Snif.
— Sim — ajuntou Brutus. — E as abóboras? E as couves-flores? E as cenouras? E os tomates? E todo o prejuízo às colheitas...
— Basta, seus broncos — replicou o duende que, obviamente, era o mais inteligente do grupo. — O Rei dará um auxílio-dragão aos lavradores, e fica tudo resolvido.
Pegamos os nossos cavalos e fomos embora. Quando começamos a nos afastar, olhei para trás e para cima, e os demais fizeram o mesmo.
— Vejam — murmurou a elfa.
E vimos. Ajax, do alto da meseta, botou-nos a língua: uma língua vermelha, bifurcada, longa e zombeteira.
Leia "O estigma do feiticeiro negro", romance de fantasia de Miguel Carqueija e Melanie Evarino (a aventura da elfa guerreira Gislaine Pétala num mundo alternativo), recente lançamentp da Editora Ornitorrinco.
imagem do cadê