O Ministério - Capítulo Um: Gato Negro - PARTE 03

Ao lado de Gato Negro havia três pessoas, dois homens e uma mulher. À sua direita um homem alto com pouco mais de 1,90 m de altura. Sua pele era morena, seus olhos castanhos claros. Seu cabelo? Um moicano pontiagudo completamente negro, sendo que aquela era a única parte que possuía cabelos naquela cabeça quase completamente careca. Estava sem camisa, com uma calça larga e confortável de cor branca, que assumia uma extensão cônica: nos tornozelos era fina, porém à medida que subia pela canela se tornava larga, até alcançar a cintura, a qual era presa por uma corda. Suas roupas lembravam muito às de um capoeirista, apesar de suas calças serem bem mais largas.

Sob aquela luminescência seus músculos muito bem definidos pareciam ainda mais belos. O abdômen mostrava o resultado de um árduo e trabalhoso treinamento, assim como seus braços, pernas e peitos. Cada centímetro de seu corpo mostrava-se muito bem definidos e trabalhados. Era óbvio o quanto este homem prezava por seu corpo, mas é claro que nem tudo são flores. Havia também cicatrizes, e como havia. Algumas menores, já outras maiores. Mas uma que muito chamava a atenção era um corte diagonal em sua bochecha esquerda. Digamos que era como um “charme a mais” naquele espécime belíssimo e muito bem trabalhado. Falando em charme, não podemos esquecer a esmeralda em formato de losango que jazia em sua orelha direita.

Enquanto na direita de Gato Negro havia um homem alto e corado, à sua esquerda o caso era um pouco diferente, aliás, muito diferente. Havia lá homem um pouco mais baixo, este tinha um metro e setenta e oito e possuía uma pele alvíssima, lembrava até um defunto de tão pálido. Seus olhos eram azuis, azuis como o mar ao receber os raios solares matinais, porém eram calmos como um lago, mas um lago muito, muito, muito parado. Sua face era de uma beleza diferente, ao mesmo tempo em que ele parecia ser triste e melancólica, sua expressão demonstrava um desinteresse extremo no que quer que estivesse a ocorrer ali. Seus cabelos iam até metade de suas orelhas, sendo loiros e extremamente lisos. Tão lisos que desciam até suas orelhas perfeitamente, sem um único fio rebelde. E possuía uma franja de meia lua que cobria toda a sua testa, chegando bem perto de cobrir seus olhos.

Usava uma luva branca e justa, o detalhe que mais chamava atenção era a costura negra que, apesar de estar em sua palma, chamava muita atenção por envolvê-la formando um símbolo. Aquele símbolo estava em suas luvas, capa e túnica. Aquele símbolo parecia ter um valor místico profundo, ou quem sabe era apenas um símbolo particular aquele Ministro, fosse como fosse, aquele símbolo estava claramente estampado nas vestes daquele homem cujos olhos lembravam os de um peixe morto.

O ser pálido desprovido de expressões vestia uma túnica branca e sem detalhes, com a exceção do enorme símbolo que estava disposto em suas costas. Era folgada e moldava bem em seu corpo, além de parecer um paciente saído de um necrotério com aquelas roupas, ele estava descalço e usando uma capa, que, aparentemente, servia apenas para diminuir o frio, e mesmo assim havia momentos que ele parecia tremer intensamente, ou seria apenas impressão?

De toda forma, sua expressão morta e melancólica unida àquela roupa que descia até seus pés descalços, cobrindo todo o seus pálidos braços que terminavam de encontro com aquelas luvas brancas e grossas muito bem desenhadas, fazendo dele um ser, no mínimo, macabro, afinal um dos Três Ministros Santos ter uma aparência tão decrépita era um tanto quanto estranho, mas é como dizem: “não se deve julga o livro pela capa”. Se ele estava ali como um dos Três Mais Fortes, motivos haviam, e por mais que não venha a acreditar: recomendo que o faça. Pois aquele era Dark Lucius, o Senhor das Trevas.

Se Dark Lucius e o homem alto e moreno, cujo nome é Scorpion, estavam respectivamente à sua esquerda e direita, havia ainda uma terceira figura para compor aquele quarteto. E está é uma figura importante em nossa história, afinal, será ela a chave para diversos acontecimentos futuros, mas isso nem eu posso lhe garantir, porque no fim das contas o único que de fato domina o futuro é o todo poderoso Destino.

Enquanto mulher, esta era a mais bela de todas. Sua beleza era extrema. Seus traços eram leves, seus olhos verdes como uma jade. Seu nariz era perfeitamente proporcional ao seu rosto, seus lábios vermelhos e carnudos, enquanto suas orelhas, que carregavam brincos em formato de um gato negro – por que será? –, eram extremamente uniformes e alinhados aquela face, o que fazia dela uma total perdição e objeto de desejo para quem quer que a olhasse, fosse homem ou mulher.

Isso sem falar em sua maquiagem imprópria para o momento, mais parecia estar maquiada para uma festa do que para uma crise universal! Um batom negro moldava sua boca, dando aquele belíssimo ser um ar de excentricidade e escuridão, enquanto suas bochechas rosadas juntamente com os efeitos estéticos nos olhos, davam o equilíbrio necessário para que sua maquiagem fosse extremamente inovadora e bela. Seus grandes cílios faziam dos seus olhos ainda mais bem definidos e belos: era inegável a sua beleza.

O grande quimono rosa bebê, estampado por flores de Lótus brancas formavam um desenho extremamente diferente, que quando bem observado formava uma segunda lótus, porém muito maior e mais bela, trabalhada nas variações do tom branco. Indo do mais alvo ao mais envelhecido, e já quase amarelado, tom de branco. Sua beleza era tão grande quanto sua dona. Aquele quimono muito justo se tornava ainda mais com a utilização daquele largo e grande cinto negro, desenhado não por lótus, mas sim por diversas flores, dos mais diversos tons, havendo duas que chamavam mais atenção: as rosas e as flores de laranjeira. Porém essas quando unidas às outras flores formavam o nome: “O Ministério”.

Mas haviam outros detalhes que muito chamavam a atenção. Seus leques estavam entre eles. Preso a seu cinto, tinha-se dois deles. Um negro e com a mesma estampa do cinto, porém totalmente em dourado e o outro totalmente branco, porém com as estampa em lótus rosa. Diferente das peças maiores, estes não formavam nomes ou símbolos algum, apenas estavam dispostos de forma elegante sob toda a superfície destes leques.

Seus cabelos eram outro ponto. Loiros acinzentados, porém luminosos como o sol. Era algo inconstante. Ora loiro acinzentado, ora loiros dourados e luminosos. E independente de qual fosse o tom, eram lindos. Ondulados e volumosos, pareciam seda de tão lisos, mas ao mesmo tempo contrastava pelo volume das ondas.

Enfim, aquela bela dama de unhas vermelhas, era sem sombra de dúvidas um dos espécimes femininos mais belos, se não o mais belo. É claro que não foram relatadas algumas outras belezas deste ser, inclusive aquelas extremamente carnais. Mas espero que saibam: estas eram ainda mais volumosas e belas que seus cabelos.

Seu nome? Elizabeth, a esposa de Gato Negro.

Victor Said ss
Enviado por Victor Said ss em 19/04/2013
Reeditado em 19/04/2013
Código do texto: T4248936
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