O tipo estranho
Ele estava parado olhando uma folha sêca caida no chão, cheguei perto dele, e ele me disse:
- Morreu, temos que enterrá-la.
Para seguir sua vontade, peguei um pedaço de pau, e cavei um buraco, ele enterrou-a, com dois galhos fêz uma cruz, e me disse que tínhamos que rezar por ela, pois se rezamos pelos humanos, porque não rezaríamos por uma planta que também é uma vida.
Em homenagem póstuma ajoelhamos, e ele começou a rosnar um tipo de oração que só ele entendia, e ao término, ele me disse:
- Garoto, cuidado com eles, eles podem te pegar, eles são teus próprios inimigos naturais, e estão em todos os lugares te observando e te esperando.
- Nunca fique desatento com eles, seja impecável, pois eles estão em tua mente, em tua vida, e em teu coração. A vida é teu mais longo caminho.
- Nunca te entregues a teus medos, pois eles serão o fim de teus passos, mesmo com medo siga em frente, que chegarás um dia que compreenderás que esse medo é apenas fruto da imaginação, e que nenhum conceito social fará de tí mais humano que ninguém.
- Nunca te entregues a teus erros, pois o desânimo é o comportamento da rotina, curta a tua loucura, pois só tú podes ser o líder de tua vida, e para saber o gosto da vitória e da derrota de teus passos, viva teus erros para que um dia possa controlá-los, e até derrotá-los.
- Aí então, eles nunca te pegarão, e saberão que eles são os loucos.
O tipo estranho abraçou-me, rasgou um pedaço da minha camisa, pôs na boca e foi embora.
"Meu Deus! Quem será o louco.
Esse tipo estranho? Eu?
Ou você que está lendo
esta história maluca."
- Há, há, há, você é maluco mesmo, você envolveu até o leitor com sua história maluca.
- Essa é a nossa diferença, enquanto você sonha, eu me divirto.
Obs: Este conto é parte integrante do meu livro, "Histórias de um poeta maluco".