“CAPITULO 8 V. MARTE"
“A PARTIDA”
Uma reunião dos responsáveis pela viagem definiu os próximos eventos até o momento da partida. Num comunicado a todos os poetas, mesmo os que estavam nas cabines dava conta de que o painel de recados estava aberto na nave e poderia começar a ser utilizado sendo que os escritos poderiam ser em versos e prosas, se em versos, feito como trovas ou quadras, para não ocupar muito espaço se em prosa deveriam obedecer o máximo de cinco linhas pautadas “A 4” , feitos o bilhetinhos, deveriam constar a quem era destinado.
Era uma brincadeira que não significava exatamente paquera, uma pessoa poderia escrever a outra apenas para elogiar à pessoa ou como faz a PF 18, brigar com Deus e o mundo. Claro, a paquera livre para homens e mulheres... Não nesta mesma ordem: sabe-se lá e se a pessoa tem outras preferências, é, pois tem quem gosta dos olhos, outro que gosta da remela e ainda outro que não gosta de nada disto, gosta só do buraco onde existiu o olho... “Esta foi péssima”.
Os bilhetes não poderão ser colocados diretamente no painel, pois uma nave espacial é projetada apenas para coisas práticas, mas como esta era uma situação inusitada onde os passageiros são poetas, foi preciso abrir exceções criando formas de lazer ao mesmo tempo em que incentivava à criatividade dos artistas de bordo para não deixar suas inspirações sem atividades. Ao escrever o bilhete este será enviado pelo email. Ge.rais@hotmail.com e o mesmo aparecerá no painel indiferente da epopeia de desenvolvimento dos acontecimentos na nave, ou seja: serão postados no painel mesmo entre um capitulo e outro, conforme a ordem de chegada.
O anúncio seguinte, foi aplaudido por muitas moças e rapazes, na hora que foi anunciado, era que estava liberada a visita de amigos nas cabines, sem restrição. Isto porque houve pessoas que reclamaram, no caso: a PF 01 recebeu oito visitas e não puderam entrar, algumas de homens e outras de amigas querendo fofocar alguma coisa, quase todas as cabines receberam vistas... “Ô pessoal fominha!” Mas o caso pior foi do PM 09 que chegou a armar um chute de kung fu para quebrar a porta da cabine, tentativa inútil, já que; estas portas são inquebráveis, os seguranças chegaram e o convenceu a ficar calmo e aguardar... Engraçado, eles não são os chefes da segurança? Pois é que coisa, ainda bem que a PF 09 saiu tascou uns beijinhos no caboclo e ele ficou calminho, calminho. Pronto foi só abrir o painel e já chegou duas quadras duas trovas e mais um bilhete de resposta e já estão no painel. Aliás, este bilhete já rendeu repreensão, mesmo sendo merecido.
Soaram os alarmes da nave, e um novo alerta, para todos inclusive para a tripulação, dentro de quinze minutos a nave vai partir, todos devem se dirigir às cabines de viagem e se posicionar para a partida. Todos estavam preparados e orientados para este instante e calmamente se dirigiram as camaras instaladas nas divisórias da nave, havia centenas de cabines, o suficiente para duzentos passageiros e trezentos tripulantes, as cabines dos tripulantes estavam noutro setor da nave, isoladas dos passageiros. Rapidamente se posicionaram de pé nas cabines embutidas em painéis especiais e uma nevoa espessa encheu todas elas em seguida, esta nevoa de cor azulada foi se tornando amarela e de repente não se via mais os corpos que estavam lá dentro.
A contagem chegou aos últimos segundos de dez a nove. Ao chegar em zero por um segundo a nave deixou de existir, e reapareceu suspensa, mas invisível a olhos humanos e eletrônicos numa altura de duzentos metros sobre uma grande ravina entre duas montanhas altíssima da Lua.
Aos poucos as cabines começaram a clarear e se ouviu a ordem de abandonar as cabines, para não causar pânico entre os passageiros, não foi explicado como seria a partida até quando tudo tinha terminado. A garota ranzinza PF 18 já saiu da cabine soltando os cachorros, que foi agora, esta merda enguiçou? Eu sabia que não podia confiar nesta lata velha, são uns incompetentes, e agora quanto tempo vai ter de atraso novamente, quero meus advogados. Fim do cap. 8