"VIAGEM A MARTE 05/01"

(Capitulo 05 especial.) Obs. Pode parecer um capitulo sem muita aventura, mas necessário para que cada um conheça seus amigos nesta saga, então aguentem o tranco. Alguns dos participantes terão nas entrelinha uma pista para que se saiba de quem estamos falando, cabe a cada um imaginar quem é “o” ou “a” pessoa.

A DESPEDIDA.

Os quarenta convidados estavam no salão principal da R M 01 ou: NAVE RIMAMESMO 01. Ao ultrapassar a faixa laranja cada um teve um pensamento sobre seu novo destino. A primeira a cruzá-lo num ato até de ousadia foi PF 01: talvez até por esta ousadia ela tenha recebido a sigla primeiro do que os outros. Ao olhar os dois mundos do qual todos eles faziam parte ela teve um estremecimento involuntário, voltaria a ver aquele céu azul aquela terra verde tudo o que amava na terra? Era uma pergunta sem resposta, mas talvez a vida seja isto, eternos desafios a serem vencidos para se descobrir as respostas. Olhou para sua imagem refletida no portal brilhante da nave e suspirou estava jovem novamente, sua mente começava a assimilar os detalhes daquela figura que quase se apagara da lembrança... Era magra, esbelta, talvez até mais magra do que as colegas de escola, loura olhos claros, se definisse seu biótipo seria chamada de “Raça ariana” desprezava esta palavra... Sempre achara que os seres humanos deveriam ser pintados de uma só cor, qualquer cor, mas que tivesse evitado o holocausto feito pela ignorância humana. Quando terminasse a aventura e voltassem a terra... Se voltasse, teria que reaprender a amar sua forma real, mas agora estava com mil sonhos tomando conta da sua cabecinha de dezessete anos, tinha a chance de fazer agora o que não tivera coragem para realizar antes e o faria com certeza, caminhou para o meio dos colegas e do burburinho de vozes jovens, disposta a seguir em frente.

PF 15: Loura não muito alta também se despediu mentalmente do que via da terra que tanto amava; Também ela se viu refletida no portal da RM 01, gostou do que viu era uma figura que chamaria a atenção de qualquer rapaz, agora se lembrando, porque não tivera tantos interessados em namorá-la quando jovem? Era linda estava vendo isto como nunca à vira antes, talvez... É isto, ela não tinha a experiência para usar aquela máquina da maneira correta, mas agora tinha e ela iria usar a máquina ah se ia. Entrou e foi se misturar entre aquelas figuras jovens e saudáveis que esbanjavam alegria. Procurou entrosar-se com as convidadas mais falantes, de tristezas bastavam os problemas que estava deixando para trás, agora queria mais é curtir sua juventude nesta fantasia, que algum maluco resolveu inventar e vamos que vamos.

PM 01: Olhou também para o que via da terra, mas acostumado a interpretar a vida como ela se apresenta, e conjeturar como ela pode ser vivida, não temia a viagem, não pensava em volta, pensava sim em viver a aventura a que se propuseram; Seus longos cursos de filosofia, seus estudos de teologia faziam dele alguém preparado para viver a vida, não vegetá-la, olhou sua imagem naquele espelho do portal e sorriu, cabelos na cabeça, ah, ah, ah, tinha esquecido de que um dia os tivera, mas eles estavam lá e agora ele ia gastar um tempo extra para penteá-los talvez até fizesse um topete igual ao do Elvis Presley, Sua figura atlética sempre atraíra as mulheres, tinha vivido bem a sua vida até ali, agora tinha chances de usar sua experiência para conquistar principalmente as gatas de plantão. Se cuidem mulherada, o gavião carcará está solto e voando alto, entrou para a nave como se esta fosse sua própria casa e rindo se misturou a galera.

PM 06: Calmo olhou para o quadro que via à sua frente e pensou, até a volta terrinha vou a Marte fazer um show e já volto, ele era assim, um artista, sua vida dedicada ao trabalho, aos estudos, mas suas horas de folga eram usadas na musica, razão principal da sua vida, tinha desistido de trabalhar em outras coisas, agora o pouco que ganhava era abençoado, pois era o fruto da sua arte e isto fazia dele um ser humano melhor, viu sua imagem no portal, era como se lembrava dos seus dezessete anos, o violão às costas como agora, só a barba não estava lá. Não precisava de muito falatório ele se apresentaria melhor quando demonstrasse sua arte, não estava recebendo para esta viagem, mas dinheiro não é tudo, o amor sim, esta é a mola principal que impulsiona a vida. Entrou já visando à possibilidade de um palco cheio de instrumentos musicais e ele arrasando nos acordes. Sabia que ao fim da viagem seria muito mais conhecido, talvez como o primeiro cantor a fazer um show em outro planeta, sim, pois, apesar de estar próximo a ida de outros humanos a Marte, só o Brasil tinha desenvolvido tecnologia capaz de levar e trazer astronautas com segurança numa viagem deste porte. Ele não sabia quando voltaria, mas tinha fé e fé abre caminhos e remove montanhas então tchau terrinha.

PF 02: Olhou através das lágrimas para o que conseguia ver da sua amada terra. Ela era assim: chorona, delicada, apegada ao que faz parte da sua vida, lembrou dos netos, filhos, soluçou, não tinha vergonha de chorar, despediu-se era inevitável o olhar para o portal, além dos ricos arabescos que enfeitavam o beiral, era como um espelho refletindo com nitidez tudo que se enquadrava nos seus doze metros de altura por vinte de largura, la estava ela com seus dezessete aninhos, era bonita, mas sua figura chamava mais a atenção pelo conjunto pernas, braços, cintura, tudo proporcional à altura, riu e pensou esta menina agora não vai ficar de bobeira como da outra vez que teve dezessete, tão comportadinha, casou como se aquele fosse o sonho de toda garota, com seu príncipe no cavalo branco, mas parece que o príncipe fugiu e ela casou apenas com o bicho de quatro patas ah, ah, ah, brincadeira, ela pensou... As coisas apenas não deram tão certo como ela esperava. Mas podia ser diferente, agora ela tinha uma mente para comandar aquele corpo lindo e o faria. Decidida, entrou e se misturou aos desconhecidos da mesma idade que a sua, como ademan, disse: aqui vou eu.

PM 02: Calmo, risonho e com cara de bonachão, tocador de blues, soprava gaita e tocava violão, não seguira carreira, mas quando jovem chegou a tocar no clube da esquina em Belo Horizonte, montou um conjunto musical, “se fosse hoje seria banda”, que ficou famoso na época, não gostava muito de relembrar, viu seu nome e dos amigos estampados na revista “O Cruzeiro e Manchete” e frequentou as páginas do maiores jornais do país, guardara os recortes, mas há muito tempo não olhava pra eles. Sua vida tomou novo rumo quando um dos amigos morreu desfalcando o conjunto e ele simplesmente sumiu com uma nota de despedida, o conjunto seguiu sem eles, mas também foi engolido pela falta de gente com massa cinzenta na direção. Agora estava olhando sua figura mais alta do que o normal para a idade, riu e pensou, vamos a isto, quem sabe eu possa voltar a tocar meus blues? Com mais uma olhada para a terra, entrou na nave e foi saudado pelo PM 06 com quem já fizera amizade.

PF 03, Esta não chorou, pelo contrário deu uma olhada rápida para o céu dizendo: daqui a pouco estaremos lhe olhando lá de cima, olhou para a mata, o pequeno lago, os riachos descendo pelas pedras e finalmente para a sua imagem no portal deu uma gargalhada e falou: Menina você está com tudo em cima, nada tinha a reclamar da vida, vivia como se viver fosse uma via de direção única com um único propósito: ser alegre, nos momentos bons e tentar contornar os momentos difíceis com alegria redobrada. Olhou mais uma vez o conjunto bem feito daquela menina de olhar maroto e pensou este corpo e esta cabeça de agora vão dar pano pra manga.

PM 03: Escritor, jornalista, homem do povo, sua vida foi de se preocupar com os outros sem pensar muito em si, adorava as mulheres e sempre soube como tratá-las. Não se ligava muito a uma apenas, era discreto, mas se alguma lhe desse bola recebia sua atenção e se bobeasse acabava sabendo como era macia sua cama de casal com colchão d’água e o gosto do seu café forte. Sabia o que o esperava nesta viagem, o comandante Mirote era seu amigo de longa data e tinha confiança absoluta de que ele saberia resolver questões de ordem psicológicas entre os participantes na longa viagem que fariam. Estava disposto a ajudar o amigo e sabia que o fato de ele tentar papar alguma possível cliente, desde que não em horas de atendimento não afetaria a sua amizade. Disse baixinho, audível apenas para ele próprio: adeus terra, se eu não voltar obrigado por ter sido tão generosa com este seu filho. Entrou e foi à procura de alguma jovem donzela solitária que precisasse dos préstimo do rapazinho esbelto de olhar vivo e jeitinho de que: eu sei como fazê-la feliz. Continua amanhã se não chover no meu barraco, obrigado.

Trovador das Alterosas
Enviado por Trovador das Alterosas em 28/02/2013
Reeditado em 03/03/2013
Código do texto: T4164097
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.