As crônicas da luz e das trevas - As guerras celestiais - Capitulo 3

A mão de Carlinhos doía por causa do soco que deu no vulto que apareceu em sua frente, o soco foi tão forte que o vulto permanecia imóvel deitado fazendo Carlinhos pensar que fora forte demais, aproximou-se para ver no que ou em quem ele bateu, quando chegou perto viu que o vulto tinha aproximadamente o mesmo tamanho que ele, cabelos curtos e desarrumados e pelas vestes Carlinhos sobe que se tratava de mais um menino de rua, Carlinhos fez com que ele se sentasse.

- Por que você fez isso? – gritou o menino com a voz abafada pela mão que cobria a face.

- O que você quer aqui? – perguntou Carlinhos, tentando fazer uma voz que soasse o mais grave possível.

- Eu estou perdido, estava passando e vi você gritando qualquer coisa com Graça e saia demônio, você por acaso anda frequentando alguma dessas igrejas evangélicas?

- Claro que não, mas me desculpe tenho tido pesadelos desde que minha mãe morreu. – agora Carlinhos não apenas estava com dor na mão, mas também com pena do rapaz.

- Meu nome é José, mas me chamam de zé.

- O meu é Carlinhos, e você disse que está perdido?

- Sim, mas não sei explicar como, estava dormindo na casa de meus pais adotivos, e quando acordei estava a duas quadras daqui.

- E por que você estava parado me olhando?

- Não sei por que, mas enquanto você dormia vi um brilho estranho aqui então você começou a falar em anjos e demônios a quer saber já te contei isso, agora você pode me dizer onde diabos eu estou e como cheguei até aqui?

- Este é o viaduto da Conceição, e não faço ideia de como chegou aqui.

- Nunca ouvi falar neste viaduto, eu ainda estou em São Luiz Gonzaga?

- Que bairro é esse?

- Não é bairro é uma cidade.

- Nunca ouvi falar nessa cidade ai, mas aqui é Porto Alegre.

- Sério!? Como vim parar tão longe de casa? – Zé encheu os olhos d’água.

- Não seja maricas, só por que esta longe de casa não quer dizer que tudo esta perdido, vou ajudar você a voltar pra casa.

Enquanto conversavam, um homem que ouvia a conversa escondido em atrás de um pilar do viaduto sorriu e se afastou. Carlinhos achou sua velha mochila e colocou dentro seus poucos pertences e se preparava para partir quando os três velhos Zacarias, Moisés e Adão, apareceram.

- Onde pensa que vai Carlinhos? – Perguntou o Zacarias.

- Vou ajudar o zé a voltar para casa?

- E onde você mora Zé?

- São Luiz Gonzaga. – respondeu zé.

- Isso vai ser interessante. – Disse Adão.

- Esperem aqui. – Disse Moisés.

Então Zacarias, Moisés e Adão se retiraram voltando pouco tempo depois cada um com uma mochila nas costas, Carlinhos achou estranho ver aqueles três acordados e ainda prontos para sair.

- Aonde vocês vão? – Perguntou Carlinhos.

- Junto com vocês. – Respondeu Adão.

Carlinhos ficou intrigado, mas não quis questionar o motivo e ficou feliz por eles irem junto afinal seria um longo caminho para apenas duas crianças percorrerem. Então saíram rumo a São Luiz Gonzaga.

Enquanto caminhavam Carlinhos lembrou o que acontecera a sua mãe, com a chegada de Zé parecia que fazia anos que sua mãe se fora, apesar de ainda não ter completado nem um dia.

- Moisés você viu o que aconteceu com a minha mãe? – Perguntou Carlinhos a Moisés que estava próximo a ele.

- Infelizmente não vimos nada, nem vimos a hora que sua mãe foi levada pelo IML. Desculpe.

Carlinhos notou certa hesitação em sua vos, mas achou que fosse apenas sua imaginação. Então notou que os outros velhos o olhavam, olhares atentos esperando que Carlinhos lhes falasse mais, Carlinhos contou tudo das visões em frente a igreja e até os pesadelos que vinha tendo, os velhos então entregaram-lhe um presente, uma caixinha feita de um metal brilhante que se Carlinhos não soubesse que aqueles velhos moravam embaixo de um viaduto e viviam de esmolas ele poderia jurar que aquilo era ouro, com uma fechadura trancada e sem chave, curioso Carlinhos perguntou o que significava aquele presente.

- Quando chegar a hora essa caixa se abrira. – falou Zacarias.

Carlinhos começou a achar que estes velhos estavam começando a ficar caducos, mas não queria ofende-los então guardou a caixinha na mochila e seguiram viagem, caminharam por dois dias parando para descansar apenas a noite até chegar à cidade de Santa Maria, um buraco entre montanhas baixas, mas uma cidade universitária muito movimentada para uma cidadezinha do interior e foi nesta cidade que algo estranho aconteceu.

Eram aproximadamente 20:30, quando se aproximavam da rodoviária de Santa Maria onde pretendiam passar a noite, Enquanto passavam por uma rua com mata fechada dos dois lados um enorme cão saiu da mata e se aproximou deles, o cão deveria ter uns 2 metro de altura e rosnava seus olhos de um vermelho sangue e dava para ver que estava prestes a atacar. Todos pararam e ficaram imóveis para ver se o cão ia embora então o cão emitiu um uivo e atacou buscando primeiramente Carlinhos que como um gato pulou para o lado e as garras do cão passou a centímetros de seu pescoço e atingindo Zé que foi arremessado mata a dentro, então o cão se virou olhou dentro dos olhos de Carlinhos, Carlinhos sentiu como se o cão estivesse lhe farejando de dentro para fora, então ouviu em sua mente a voz.

- Matamos sua mãe agora chegou sua vez. – Disse a voz que Carlinhos achou que fosse do cão.

- O que vocês querem de mim e como assim mataram minha mãe? – Perguntou Carlinhos que já não estava mais com medo, mas com muita raiva daquele monstro.

- A sua mãe estava atrapalhando não queria dizer onde você estava, mas agora acabou vamos levar você Miguel. E depois seu amiguinho que está lá no mato.

O cão terminou de falar e atacou, Carlinhos conseguiu novamente se esquivar, mas acabou escorrendo e bateu com força a cabeça contra uma arvore fazendo Carlinhos perder os sentidos.

Quando acordou Carlinhos estava com muita dor de cabeça deitado em um dos bancos da rodoviária, viu que o sol já estava alto no céu e perguntou-se sobre quanto tempo dormira, então se lembrou do que aconteceu e deu um salto do banco parando em pé assustado, perguntando o que aconteceu ao cão, e por que o Zé não estava mais machucado afinal ele vira o cão batendo no zé que voara. Então Moisés se adiantou e apresentou a Carlinhos mais um integrante do grupo, Pedro.

<CONTINUA>

Adilson Roldão
Enviado por Adilson Roldão em 18/02/2013
Código do texto: T4146342
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2013. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.