Amor de gato IV
Em uma noite Allan estava remechendo sua comida enquanto pensava nos animais.
- Thomas, você não acha engraçada a forma como Lala e Woru são amigas? É como se elas já se conhecessem há muito tempo. - Ele nem sabia se isso era algo bom.
Allan acariciava a gata em seu colo pensando. Olhou para Thomas e viu um olhar que nunca pensou que veria, uma esécie de carinho estava ali e todo esse carinho era em direção a Woru.
- Hey... Você gosta dela, não é?
- Hein? - Thomas piscou - Ah, da cachorra? É, tenho que admitir que ter um cachorro não é tão ruim assim. Mas ela come bastante...
- Você sempre tem que ver um ponto negativo em tudo, Thomas... Por que você não pode apenas se prender ao lado positivo das coisas? Ela gosta e você, te protege, protege a casa... E eu vi você conversando com ela anteontem enquanto lhe dava banho...
- Ah, mas isso não conta. Ela fica mais calma quando converso com ela durante o banho.
- Viu? Já existe uma relação entre vocês dois. Por que se desfazer dela agora?
- Ela tem um dono e ele deve estar procurando por ela, Allan. - Disse Thomas, O cabeça dura.
A única coisa que Allan conseguia pensar para descrever Thomas naquele momento era "teimoso"
Depois do jantar Allan subiu as escadas com Lala em seus calcanhares. Ele ajudou a gata a posicionar o costumeiro livro em cima da cama e foi estudar enquando ela admirava as figuras. Depois de um tempo parou para olhar a gata.
- Parece que a Lala está com o pêlo mais sedoso depois que veio para cá. - Ela espreguiçou como se soubesse que estavam falando dela mas sem olhar - além de ter engordado um pouco... - A gata parou e virou com um ar que Allan sabia significar que ela se ofendeu.
Lala se levantou e entrou debaixo da cama emburrada. Allan ficou olhando-a e, quando ela não saiu, ele suspirou e ajoelhou-se para ver a gata. O que veio em resposta foi um som como "fssst" que os gatos fazem quando estão irritados. O pêlo dela estava arrepiado e as orelhas viradas para trás indicavam que ele não deveria se aproximar.
- Você entendeu oque eu disse? - Allan se impressionou mais ainda quando veio outro daquele mesmo som irritado como resposta - Não quis dizer que está gorda, mas quando você chegou era muito magra. - Oque ele estava fazendo? Se explicando para um gato? - Vem aqui vai, não fique irritada comigo. - Ele esticou a mão devagar, ela fechou os olhos e, depois de um tempo, se aproximou. Allan puxou Lala para seu colo tentando parar de ser racional até que disse - Me perdoe?
Lala miou e passou a cabeça na mão de Allan, ele entendeu que aquilo fora uma aceitação do pedido de desculpas. O rapaz colocou a gata na cama e fechou o livro, ja estava na hora de dormir. Apagou a luz e ela se aconchegou no peito dele como sempre.
De manha o despertador tocou fazendo a cabeça de Allan doer. Tomou seu banho costumeiro e passou perfume, reparou que Lala o seguia com um olhar preguiçoso e sorriu para ela. Se vestiu e olhou no espelho, via em si mesmo um ar mais alegre por ter um novo animal. Pegou a mochila e fez um leve carinho na orelha da gata como despedida. Desceu as escadas e a gata foi para o encontro de sua melhor amiga. Elas se cheiraram em cumprimento e allan saiu pela porta com um pão na boca.
Chegando na faculdade encontrou Vitória. A moça estava muito bem arrumada sempre com uma roupa que ficava decotada em seus fartos seios.
- Linda como sempre senhorita.
- Allan, nós nos vemos todos os dias. Vai dizer isso todo dia sem me convidar pra sair? - Ela afastou o rosto da mão do rapaz sem parar de olha-lo.
- E os almoços? - Allan não entendia bem o que ela queria dizer - E o sorvete aquele dia? - Ele pausou esperando uma resposta e não a conseguindo disse - E o cinema?
- Bom dia classe. - O professor entrou colocando uma montanha de papeis enrolados e livros em cima da mesa - O professor Heitor infelizmente não poderá vir para a aula hoje, ele dará uma palestra fora da cidade. Além disso, a professora Olga mandou um recado para o Estágiario dela, ele está de folga hoje. Posso começar a aula?
A sala consentiu e Allan começou a escrever em uma folha de seu bloquinho, dobrou o papel cautelosamente e deixou cair em cima da mesa de Vitória, a folha dizia nas letras bem feitas do rapaz:
Que tal vir almoçar la em casa hoje?
eu prometo não queimar nada
Podemos estudar um pouco, você me ajuda?
Se alegrou quando o bilhete volto com um "claro, mas se queimar terei que ir embora?". O bilhete fez e voltou em seu caminho diversas vezes e, para a sorte dos jovens, o professor não se incomodou. Após a aula Allan se virou para trás e começou a conversar esperando que todos saíssem:
- Então, Lá em casa ás 11:30? Em uma hora você vai para casa se arruma e me encontra na minha?
- Claro bobo. -Vitória riu aproximando dele - Acha que eu demoro mais que isso? - Disse a moça sussurrando no ouvido dele
- Não quer que eu te busque? - Allan mordiscou o pescoço, beijou sua acompanhante e ela se afastou
- Claro que não - Dizendo isso rindo ela se retirou.
Allan correu como o vento para o restaurante próximo a sua casa e disse a cozinheira Maria, uma senhora robusta e de uns 50 anos que o tratava como adolecente, que preparasse alguma comida que pudesse parecer que ele quem fez. Além disso pediu para que ela esperasse ele voltar depois de passar em sua casa correndo. Ela sorriu aceitando o desafio rindo e brincando com o rapaz. Chegando em casa correu para seu quarto escondendo toda e qualquer bagunça que a moça pudesse encontrar. Quando voltou para a sala arrumando tudo sentiu os olhos confusos da gata o seguindo Allan suspirou a olhando e disse sorrindo
- Hoje vamos ter uma linda companhia Lala... não é ótimo? Comporte-se - Acariciou a orelha do animal como de costume mas não sentiu o ronronar costumeiro. Apenas olhos questionantes vieram então ele voltou novamente sua atenção ao trabalho.
De alguma forma mágica Allan conseguiu organizar a louça e lavar um pouco de forma que ela não ficasse assustadora. era apenas a louça de uma casa normal, ele julgava.Foi pegar e pagar a comida e quando voltou encontrou os olhos confusos de Lala e woru. Arrumou tudo e até andou vergonhosamente pela cozinha com a travessa de macarrão para espalhar o cheiro da comida pela casa.
Quando viu que faltavam 15 minutos. Foi jogar uma água no corpo e foi descendo descendo as escadas que o som da campainha ecoou pela casa. Fechou Woru gentilmente no quato de Thomas e ela não pareceu ligar muito. Ele não sabia como ela reagiria a uma estranha. Atendeu a porta correndo com desculpas saindo por sua boca pelo nervosismo
- Sinto muito eu estava arrumando as ultimas coisas e... - Vitória o cortou com um beijo - nossa. Quero dizer, por favor, entre.
O almoço foi normal. Ela era uma moça alegre e cheia de charme e Allan esperava que ficasse tenso, mas não ficou muito. Para ser sincero consigo ele não ligava tanto quanto achou para o que ela pensava sobre ele ou sua casa. Tirando quando ela riu e caçoou da pilha de louças para lavar e ele pensou consigo "você não viu como estava antes.". Sentiu seus esforços em vão.
-Você não tem um companheiro? - ela disse enquanto eles subiam as escadas. - Ele não vai chegar?
- Ah! o Thomas trabalha de tarde, só chega em casa depois.- Disse puxando a garota pela cintura para perto e abaixando para beijar-lhe o pescoço.
Quando entraram no quarto Lala estava deitada na cama olhando com pouco caso os amantes que trocavam carícias. Vitória produziu um "ah que lindinha" e foi para perto da gata. Lala virou as orelhas para trás e arrepiou o rabo.
- Acho melhor você não... - Mas já era tarde, a moça ja havia estendido a mão para acariciar a gata. Recebeu uma patada ríspida avisando-lhe para se afastar.
As duas voltaram os olhos para Alan como se ele tivesse que resolver aquilo. A gata miou com ar ofendido para ele e bateu a pata na cama enquanto Vitória dizia "é assim que seu gato trata visitas?" mostrando dois, o indicador e o dedo do meio, cortados. Allan suspirou pensando e então se virou para a gata
- Lala, não pode! Não se trata visitas assim. - a gata lhe passou um olhar de decepção mas ele continuou - Você vai ficar la fora enquanto estudamos viu? - ele apontou para o corredor - vá.
A gata pareceu confusa e inocente. Desceu da cama e olhou para seu dono, ele permaneceu firme sem dizer uma palavra então ela murchou as orelhas e saiu. Allan fechou a porta.
- Eu tenho antisséptico e curativos aqui, pode se sentar, fique à vontade. - ele revirou a caixa de remédios e pegou as coisas se sentando ao lado da moça.
- Obrigada por me proteger. - ela se aproximou colocando as pernas em cima das dele quase sentando em seu colo e lhe mostrou a mão. - Vai arder?
- Não - Ele sentiu a saia da moça subir do joelho para o meio da coxa mas não olhou. Segurou a mão dela com carinho passando algodão com antisséptico nos dedos dela - Serei gentil. - Sorriu
- Por favor bem gentil. - Ela sorriu de volta e quando ele terminou de colocar os curativos ela beijou-os de forma sensual.
Allan tocou a face da moça e com o outro braço laçou sua cintura se perguntando se Lala estava bem. Vitória o beijou e ele a puxou para seu colo. Nunca havia precisado brigar daquele jeito com a gata. O beijo foi esquentando e o rapaz sentia sua respiração e a de sua parceira começar a pesar, mas não parava de pensar se algo errado estava acontecendo com seu animal. Quando deu por si estava com as mãos nas pernas de Vitória, sem camisa, bem exitado e pensando até se o gato estaria com raiva ou câncer ou se existia TPM em gatos. Podia ser algo sério não é? Ele se perguntou com a garota desafivelando seu cinto.
- Vitória espere, não é normal a Lala atacar pessoas. Ela pode estar com algum problema, nada assim nunca aconteceu, ela se dá bem até com o cachorro.
- Que? - ela disse como quem acaba de acordar - O gato? - e então sua espressão mudou para alguma coisa muito maligna - Você ainda está pensando no gato!?!? - Ela ajeitou seu cabelo e arrumou seu vestido saindo do colo do rapaz.
- Não é isso. Ela pode estar doente, ou sofrendo. Eu não devia ter falado daquele...
- Se vai ficar aqui falando de gatos e doenças eu vou para casa. Muito obrigada pelo almoço. - Ela saiu do quarto batendo a porta e Allan pode a ouvir descer as escadas e a porta da sala batendo também.
Ficou ali parado um instante até que suspirou abrindo a porta do quarto chamando Lala, nada veio em resposta então ele abriu a porta do quarto de Thomas.Woru saiu calmamente e foi direto para a cozinha. Lala saiu debaixo dos armários, trocou cheiradas e pequenas lambidas com sua amiga e então Woru olhou para Allan, e então para seu peito sem camisa, e então finalmente rosnou. Quando Allan ouviu aquele rosnado baixo mas profundo ele teve certeza de umca coisa: Era um imbecil.
- Meninas, não fiquei bravas comigo. A Vitória e eu só estava-mos... - mas Woru latiu cortando a explicação como se não precisasse ouvir mais nada. Allan se virou revoltado murmurando - agora eu devo explicação aos animais.
Subiu as escadas se vestindo e ficou um tempo em sua escrivaninha pensando onde havia errado, depois de um tempo chegou a uma conclusão: Mesmo sendo um gato Lala também era dona do quarto, talvez 10 ou 20% dele. Virou-se para os restos de material que sobrou da ultima maquete e começou a criar algo simples mas de coração para o animal.
Allan ja estava se sentindo melhor quando desceu as escadas e foi para a sala, onde Lala e Woru estavam deitadas descansando. Faltava pouco tempo para Thomas chegar e ele não queria que o colega de apartamento presenciasse esse dialogo então se apressou tossindo.
- Lala? Bom, eu queria te pedir desculpas pelo que aconteceu mais cedo. - Woru se levantou e foi em direção a cozinha como se não quisesse ouvir o que estava por vir. Allan continuou - Não devia ter trazido alguem para nosso quarto, afinal agora ele é seu também não é? - a gata o olhou satisfeita e miou em resposta e então um barulho veio da cozinha e quando Allan foi olhar era Woru pulando a janela.
O rapaz correu para fora atrás do cachorro mas não a alcançou, voltou então para casa e viu Lala sentada na porta calmamente.
- Você não entende né? Ela fugiu! - mas teve em resposta um miado tão calmo que com certeza queria dizer que ela iria voltar. - Fêmeas, até de outra espécie vocês são incompreensíveis.
Ele então abriu a janela da sala que fecilitava a entrada do cachorro quando ele voltasse. Foi para o quarto com Lala deitando na cama com ela. Entregou o presente, a acariciou e a assistiu miar e olhar para ele e para o presente com a maior cara de satisfação que ja vira em algum ser vivo.
- Você é muito bobinha - Disse ele e se pegou dando um beijo na orelha do animal.
Quando Thomas chegou com Woru Allan pode finalmente descansar a mente completamente e então mais um dia havia se passado com as "garotas."