O Inferno dos Gnomos - Parte 15

Oportunidade

Uma carruagem luxuosa, em ton vermelho e dourado com um símbolo real, se locomovia por entre as ruas desproporcionais do Reino de Prata. Todos olhavam o seu desfilar, e mais atraente que a carruagem era o pobre Miphelangel por estar nela. Todos paravam estranhando. Afinal, poucos se lembram com exatidão o semblante do homem que fez o silencio gritar em plena noite.

- Gnomo, que alvoroço foi esse que deu na minha vida? Matei o Louco, matei o assassino de eras do Reino, e agora estou indo pro Castelo Prateado! – Disse Miph, desacreditado, porem feliz como criança.

- Vossa Graça, tal metamorfose em seu destino teve inicio quando conseguiu me enxergar, fico exultado em trazer tal satisfação no fluxo de seu tempo de vida. – Respondeu o pequeno cerrando os dentes.

- Por que disso, Dortrit? Por que precisei te ver? Por que a ruiva me...

- Chegamos senhores – interrompeu o cavaleiro que guiava os dois cavalos que puxava o móvel.

Em frente ao Grande Portao de ferro ladeado por Muros enormes e grossos, estavam alguns soldados capa azul em seu posto diário, mas um e o único capa vermelha se aproximou de Miph, que já tinha abandonado a carruagem.

- Olá, senhor Miphelangel – Disse o capa vermelha – Sou Vindie Alar, capa vermelha, Fui designado a espera-lo e leva-lo ao aposento do Rei.

- Er... sério? – Miph coçou a cabeça – ta.. ta bom.... vamos la.

E o Portão foi aberto e começaram extensa caminhada até a sala do rei. Passaram pelo pátio, onde o som de aço chocando em treinamento de soldados inundava os tímpanos. Pelo enorme refeitório que estaria em silencio se não fosse um pequeno grupo de soldados sem o elmo discutindo sobre mulheres. Pelo salão de planos, provavelmente o lugar onde o rei juntava seus soldados para passar suas informações, e muitos outros lugares, grande parte deles tinha o chão bem vestido com um tapete vermelho com alguns detalhes dourados.

Em meio ao trajeto, Miphelangel reconheceu uma bela moça de cabelos encaracolados que vinha pelo corredor principal, Era Nalanda. A prometida de Rouss Darien franziu a sobrancelha ao ver Miph acompanhado de um alta patente, mas não o cumprimentou, ela sempre agia assim quando longe de Rouss.

Em fim chegaram ao destino. O rei estava sentado em seu trono com vestes ricas, com uma perna jogada por cima da outra e um uma taça dourada entre os dedos direito. Ao lado dele, havia um cavaleiro com armadura e espada dourada, de longos cabelos loiros, em posição de guarda.

- Majestade – Ajoelhou Vindie Alar ao dizer – Aqui esta o homem o qual o vento popular espalha como o herói que calou o silencio.

O rei se levantou e fez sinal para que Alar fizesse o mesmo.

- Ora, é uma honra te-lo aqui, senhor...? – perguntou o rei.

- Er... Miphelangel, alteza – Respondeu o garoto.

- Só isso? Ainda não tem nome? – Virou se pra Vindie - Alar, com esse feito ele merece nome. Pegue a pena e os registros, por favor.

- Majestade – começou Alar – esse rapaz, é filho Mipherion Ashwine e irmão de Miphelys capa verde.

O rei olhou a diagonal superior vasculhando na memória tais nomes com um dedo no queixo.

- Mipherion... esse eu me lembro. Conseguiu nome trazendo e aumentando a qualidade do Vinho Cinza. Belo trabalho. Aqueles vinhos são ótimos. Mas Miphelys... esse não me recordo, ele se aposentou? – perguntou o coroado.

- Miphelys, Majestade, faz guarda nas ruas próximas ao grande muro. Se tornou capa verde buscando alem dos muros a, hoje rara, madeira prateada.

- Hun... – coçou a bochecha lisa – esse não me lembro mesmo. Mas a época que éramos fartos de madeira de prata foi uma época abundante. Hoje as coisas mudaram, la fora ta tomado por criaturas desconhecidas, e nem se comunicar dar mais com os outros reinos. – Balançou a cabeça, ajeitou a coroa e voltou a Miph – Bem... Senhor Miphelangel, tenho uma proposta a lhe fazer.

Gnomo olhou, como se hipnotizado, para o tronado. Começou uma ânsia de risos, com alguns vazando e os dentes pontiagudos se mostravam na abertura de sua boca extensa.

- O senhor tirou Prata do Silencio enlouquecedor. – Continuou o Rei – Fiquei sabendo por um de meus cavaleiros, que o senhor já tentou ingressar na cavalaria, mas foi reprovado no corpo a corpo ao perder pra Bryan, correto?

Miphelangel anuiu.

- O senhor Alincer e seus azuis foram derrotados pelo Louco, e você o venceu na mesma noite. Isso prova que você é sim capaz de empunhar a espada a serviço do Rei e de Prata. O que me diz?

- GUAHAHAHAHAHAHAHAHAH – Gargalhou o Gnomo com as mãos na barriga, e liquido azul saindo pelas rachaduras do rosto – OS GNOMOS E SEUS JOGOS, HAHAHAHAHAHA. ACEITE, VOSSA GRAÇA, SE TORNE UM CAVALEIRO.

- Seria uma Honra, Alteza. – Miph anuiu novamente.

O Rei sorriu, o olhou dos pés a cabeça de forma gulosa, e voltou a se sentar.

- Vindie Alar, pode ir, volte ao seu trabalho – Disse o Rei. Alar fez as cortesias e se foi. Após o “Blan” da porta se fechando, A Majestade com o cotovelo pousado no braço da cadeira, apontou o polegar para o Cavaleiro dourado ao seu lado – Esse é Noran Baruth, é o melhor cavaleiro que tenho, ele faz minha guarda pessoal. É conhecido como o Tilintar da Morte.

-Já ouvi historias sobre ele, Alteza. Dizem que qualquer pessoa que escuta o tilintar, só escuta uma vez, ele chegou a capa vermelha em menos de um ano só cumprindo missões alem dos muros. Ao se tornar Dourado, ele abandonou a espada Tilintar, e empunhou junto com a armadura, a também espada dourada.

Até o próprio Miphelangel se espantou com o que soubera sobre “História da cavalaria”. Mas Miphelys vivia jogando sucessos alheios na sua cara então deviam ser daí que lembrou dessas coisas.

- Ès um homem culto Miphelangel! – e o Rei voltou a atenção para Noran – Baruth, traga a capa do nosso novo soldado.

O Dourado afirmou com a cabeça e entrou por uma porta por de trás do trono, depois das cortinas vermelhas. E voltou com uma capa roxa meio suja e rasgada em mãos e pos na mão do Rei.

Dortrit empurrava as mãos de unhas sujas contra a boca a fim de impedir risadas ensurdecedoras, enquanto Miph se assustava com a cor da capa.

- Ma... Mas Majestade, não posso me tornar roxo assim do nada. É muita responsabilidade pra alguém que nem embranqueceu!

- Senhor Miphelangel... – Falou o rei, inclinando o corpo para frente oferecendo a capa – cumpriu uma missão de nível roxo, então merece ela, e comprovou isso com seus próprios olhos. E não ouse negar, pois ela foi de um cavaleiro muito honrado que provavelmente se tornaria Dourado após o aposento de Noran. Essa capa foi destinada pra você, essa é a veste de um homem que se encontra gravemente ferido, que sabe se la se vai viver. Mas que ele não vai mais poder lutar, até um cego pode afirmar. Essa capa era de Bryan Alincer.

“Bryan Alincer”? A memória do que aconteceu na feira voltou a todo vapor nas janelas internas. A surra, a humilhação e Morah presenciando tudo. “A capa de sua autoridade na minhas costas? Não seria tão mal”

- Eu aceito, alteza. Honrado – E Miph Pegou a capa.

Continua...

Pidókka
Enviado por Pidókka em 06/02/2013
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