Cisne Negro
Durante o reinado de Luís XIV, no século XVIII, havia um bondoso senhor que era padeiro em Condom, na Gasconha. Ele tinha uma bela esposa que se chamava Claire, ela tinha cabelos castanhos, bochechas rosadas e olhos de um azul vibrante e penetrante como o mar. Claire estava grávida de sete meses. Seu marido, o padeiro Marc, preparava ótimos pães, bolos, biscoitos, doces e croissants. Era um deleite para os olhos! Seu Marc estava ansioso para ganhar um menino, ao contrário de Claire que queria uma menina que fosse meiga e inteligente e ao mesmo tempo destemida e corajosa. Claire dizia a Marc que queria contar sobre seu marido para a filha que escolhera o nome de Madeline. Contaria belas aventuras com muita ação, como ele lutava e enfrentava os bandidos e impostores que armavam complôs contra o rei e se empenhavam em tira-lo de seu trono.
Há muito tempo atrás, Marc foi um mosqueteiro e protegia a França junto com seus amigos Pierre, fidalgo confiável e cortês, forte e astuto como um trovão; Thierry, bravo guerreiro e o melhor ferreiro da França, honesto e cavalheiro; Armand, perfeccionista, sincero e padre; Galvão, melhor amigo de infância, o mais antigo e sábio, também renascentista. Aposentara-se de sua profissão como mosqueteiro há alguns anos e não voltaria mais a segurar uma espada, isso foi por causa de um acontecimento que mudou sua vida.
Certo dia, Marc, jovem e astuto estava tendo uma conversa entre lâminas com seu principal rival, Jacques, um terrível e cruel antigo mosqueteiro que sucumbiu ao mau, porque quando criança seu irmão Louis, era três anos mais novo que ele (um dos motivos de inveja-lo) e recebia tudo de seus pais, eles eram os mais ricos de Annecy. Jacques era menosprezado e desde pequeno treinou com corpo e alma para se tornar mosqueteiro e sempre teve o sonho de ir à Paris e ser o melhor mosqueteiro de todos os tempos. Finalmente conseguiu viajar para lá, se tornou um consagrado e valente mosqueteiro.
Uma vez Jacques estava à beira de um penhasco lutando contra vilões que queriam dominar a coroa do rei Luís. Foi uma luta imperceptível, os movimentos das lâminas eram tão rápidos que não podiam ser captados pelos olhos e certamente ele estava prestes a derrotar três patífes, era apenas um contra três. Após incontáveis minutos, Jacques virou o jogo e colocou os vilões no topo de um precipício sem saída, arremessou com dois golpes as três espadas. Obviamente, os bandidos não tinham mais esperanças de vencer aquela luta. Seguinte de um longo e intrigante silêncio, eis que aparece um quarto bandido mascarado que vem a cavalo, derruba Jacques, que acaba caindo no precipício, de certa forma, ele não esperava por um ataque por um ataque tão repentino. O misterioso se vira para os três bandidos e joga a máscara no precipício, na verdade ele era o melhor amigo de Monsieur Jacques, Jean, um homem com um passado comovente escondido atrás de olhos convincentes. Jean tinha o poder de fazer qualquer pessoa com simples e bem escolhidas palavras. O passado dele somente Jacques conhecia, pois havia presenciado o momento que marcou a vida desta figura interessante. Jean falou a Monsieur Jacques as seguintes palavras:
— Pobre Jacques. Quanto tempo que não o vejo, meu antigo companheiro! — Exclamou Jean.
— Desonra o traje que vestes! Teve a coragem de trair-me, saquear-me e mentir para todos! Onde está meu fiel companheiro agora? Prestes a me matar como se pisa em uma mosca! Covarde!
— Oh, me chamastes de infiel? O infiel sempre foi você! Abandonou-me para seguir carreira de mosqueteiro e esquecer-se de mim, seu melhor amigo desde criança. Para vingar-me jurei também tornar-me mosqueteiro e fazer de tudo para que pagasse o que me deve! — Retrucou Jean.
— Como pôde se tornar tão petulante? Não te deixei nem por um minuto, apenas segui em frente, não quis o deixar sozinho naquela ponte cercado de malfeitores. Velho amigo reconcilie, é só estender a mão e largar o passado para trás.
— Não! Você deve pagar pelo que fez!
A poucos segundos de Jacques cair, uma esperança aparece, Marc! Com sua astúcia e esperteza, luta com Jean e vence! O mentiroso pede clemência e apesar da generosidade de Marc em deixa-lo vivo ele vai preso e tudo acaba bem. Jacques é salvo.
Infelizmente, pouco tempo depois, Jean sai do calabouço com a ajuda do amigo de Marc que caiu nas desculpas esfarrapadas de Jean. Novamente o traiu, Marc ficou sabendo disso e mata Jean em uma viela. Mesmo sabendo que foi enganado descaradamente duas vezes pelo ‘’amigo’’, Jacques se revoltou e armou emboscadas para acabar com Marc, queria que ele não tivesse o matado, ainda acreditava que restava um tantinho de bondade dentro dele, ficou irritado e quase o matou. Jacques propôs uma troca, desistir da carreira de mosqueteiro, somente assim ele iria embora para sempre e Marc ficaria em paz o resto da vida, nunca mais o incomodaria. Aceitou a troca e nunca mais segurou uma espada nas mãos.
Durante quase dez anos ele guardou seu chapéu e sua amada espada que já vencera grandiosas batalhas; um dia, seu filho os usaria com dignidade em nome de seu pai. Para ele, se o desejo de Claire era ter uma menina, que fosse assim, que com a graça de Deus eles iriam ter uma linda filha para ensinar a lutar e ser a primeira e melhor mosqueteira da história. E finalmente teriam uma filha!
O tempo se passou e assim, um mês depois, nasceu Madeline, uma linda menininha de olhos verdes, iguais aos do pai, cabelos dourados e bochechinhas rosadas como as da mãe. Os anos se passavam e Madeline crescia mais e mais. Aos sete anos já era ensinada a lutar igual ao pai, era uma menina ativa, muito inteligente e curiosa. Claire e Marc amavam-na muito, Madeleine era sua princesinha querida.
Infelizmente, quando Madeline tinha treze anos, seu pai faleceu de pneumonia. Foi o dia mais triste da vida das duas! A partir deste momento, Madeline passou a treinar mais intensamente para que seu pai, lá de cima, se orgulhasse dela, seu segundo objetivo agora era vingar seu pai e, dar uma lição a todos os homens que fizeram mal a ele.
Os anos se passaram mais e mais, Madeline já estava prestes há fazer 18 anos, amadureceu e até os treze anos ganhou a aprendizagem de um dos melhores mosqueteiros da França, no ritmo que estava se tornaria a primeira e melhor mosqueteira da história com toda a certeza! Seu sonho sempre foi viajar a Paris para ser mosqueteira (por acaso o mesmo sonho de Jacques). Para Claire, ela não poderia ser aceita por Monsieur Chateu, chefe dos mosqueteiros; sabia que seu marido conhecia o chefe, pois ele mesmo o treinou, era apenas lhe entregar uma carta dizendo que a garota era filha dele.
Três dias antes de seu aniversário ela se preparou, pegou suas economias, o chapéu de seu pai e a velha amiga dele, a espada, faltava apenas uma coisa, o meio de transporte, com o que viajar? — Perguntou-se Madeline — A menina estava pronta, foi para fora de casa para se despedir de sua mãe, que lhe disse:
— Querida, você pode ir com o César, ele foi o cavalo de seu pai e já foi infinitas vezes à Paris. — Disse Claire coberta de lágrimas.
— Ótimo, irei acompanhada dele, é meu cavalo preferido e também meu único amigo, não é César? Meu campeão!
— Adeus minha princesinha, desfrute bastante em Paris, é um lugar maravilhoso e inigualável! Uma vez fui lá.
— Obrigada mamãe! Não tardarei a voltar! Mãe, quer um lencinho? — Ela tirou um lencinho do bolso e o deu a mãe.
— Não chore mamãe! Se não chorarei também!
— Obrigada, querida! — Claire enxugou as lágrimas e prosseguiu — Prometa que voltará em segurança, não desviará de seu curso e seguirá seu sonho.
— Eu prometo! Tenho que seguir em frente! Adeus!
Seguiu seu caminho com o lema de Jacques e seu pai, ''siga em frente'', um ótimo lema para Madeline. César era um cavalo de quinze anos, já bem velho e bem lembrado do caminho que ia e voltava todos os dias. Madeline passou a noite em cima de uma árvore contando histórias de seu pai para César que prestava bem atenção lá de baixo.
O dia amanheceu e com ele os bravos viajantes também! Madeline acordou primeiro, foi na floresta seguinte procurar um lago ou rio para lavar o rosto e beber água. Não achou nenhum lago, rio ou córrego, então resolveu voltar. Na volta ela viu a sua direita uma cachoeira que não estava ali, foi correndo para lá, pois sentia muita sede. Chegando lá, havia um tronco de árvore enorme ligando a floresta à cachoeira, que por incrível que pareça, estava se desintegrando à medida que o tempo corria, ela se pôs, então, no lugar de uma equilibrista de circo, criou coragem para andar sobre aquele largo tronco coberto por musgos e diversas plantas briófitas.
— Perfeito, Madeline, calma, firme, segura, deste jeito chegarei lá a tempo de encher esta jarra com água para mim e César. Olhar para baixo não resolverá em nada, então não o fará, Madeline! — Ela gostava de se dar bons conselhos, sempre os seguia, que era uma ótima qualidade dela.
Enfim, chega sã e salva por ela mesma, enche a pequena jarra de barro que trazia consigo, bebe um pouco e volta a enchê-la para seu leal cavalo. De repente, algo a empurra! Ela atravessa a água com facilidade, porque a cachoeira acabara de desaparecer em um piscar de olhos, como mágica, sumira! Talvez fosse mágica, talvez não, apenas uma ilusão de Madeline, ou um sonho, ela acreditara estar sonhando no momento em que abriu seus olhos e se deparou com um novo mundo, repleto de árvores de um verde tão cintilante que ofuscava os olhos de quem as visse, nuvens cercavam uma montanha bem longe dali, onde aparentemente nevava, a esta altura devia estar perto de Paris, então como poderia nevar em apenas uma montanha e em outubro? — Se questionou intrigada com tal questão — Um belo castelo ficava a cerca de dois quilômetros de onde ela estava, bem no topo de um penhasco onde debaixo dele havia um mar, cogumelos gigantescos cercavam o local, plantas estranhas e desconhecidas residiam naquele curioso lugar.
— Como pode haver mar em Paris? Temos um belo rio lá, mas um mar?! Impossível! — Disse ela admirada com a paisagem, acreditou estar delirando.
— Como sabe o que é possível e o que não é possível tendo apenas 17 anos? O possível não seria possível se não houvesse o impossível para completa-lo. — Uma voz sussurrou em seu ouvido.
Parecia mais um garoto ou um homem que havia falado com ela. Procurou, procurou e não avistou ninguém, perto, longe, não tinha ninguém, isto poderia ser um sonho ou apenas fruto da imaginação dela. Quem teria dito tais maluquices? Estou com medo — pensou ela desesperada, — o que mamãe pensará se eu nunca mais sair daqui?
— Por aqui, venha por aqui — A mesma voz voltou a falar com ela e estava fazendo-a segui-la.
— Quem é você? E como saio deste lugar que me aprisiona? Responda-me ou sofrerá as consequências! Isto é um monólogo?
— Por aqui, venha por aqui.
— Não vejo razão para não seguir esta voz, é tão convincente que, acho que vou talvez me tire daqui. — Ela quase a seguiu — Não! Deve focalizar na saída Madeline, e não seguir a voz de qualquer desconhecido que nem sequer aparece! Isto é fruto de sua imaginação, não vá! — Ela tentou manter-se focalizada na saída, mas esta foi a única vez que não seguiu seu concelho.
— Se for sonho, logo acordarei, fecharei os olhos e me imaginarei no caminho de Paris.
Mas nada adiantou, se beliscou, fechou os olhos, abri-os de novo e nada! Sua única esperança de voltar para casa era confiar em quem estivesse por traz do som acolhedor da sutil voz. Chamava-a para uma velha cabana de madeira onde não fazia sol e também não nevava, estava frio, o ar era úmido demais. Ela entrou pela porta da frente que rangia desgastada pela ferrugem, ninguém devia morar lá há muito tempo. O lugar trouxe paz e alegria a Madeline, aconchegante, com lareira, poltrona, cadeira de balanço, armários repletos de suprimentos alimentícios e retratos de pessoas cobriam as paredes, deviam ser os antigos donos da cabana, um dos retratos era um homem alto de ombros largos e postura exemplar, o outro era uma mulher esbelta e aparentemente esnobe, provavelmente esposa do homem da foto anterior, algumas crianças, e outras pessoas, de fato parentes. Porque motivo teria a tal voz a levando-a para aquele lugar?
— Quero saber quem e por que me trouxe aqui? Responderia-me pelo menos uma vez? Necessito de repostas!
Continuou sem resposta e se irritou, saiu pela porta dos fundos, mas finalmente foi barrada por uma pessoa, deveria ser a voz intrigante de antes. Era um garoto um tanto curioso, bem arrumado, com o cabelo ligeiramente despenteado, elegante, usava chapéu igual ao de mosqueteiro, carregava um arco e flecha nas costas e tinha os olhos mais verdes que já vira, lembrava as árvores do começo do bosque ou floresta, não se sabia que lugar era.
— Olá! Prazer, meu nome é Madeline e você? Diria se era você que me chamava para esta bela cabana?
Ele não disse uma só palavra, apenas fez um gesto que deu a entender que ele não conseguia falar. Seria dor de garganta ou não queria falar com Madeline?
— Ah, sinto muito por não poder falar, então não é quem eu pensei que fosse. Com licença, preciso seguir em frente, tenho que voltar para casa.
No instante em que ela disse que iria embora ele agarrou seu pulso e abriu a porta da cabana, puxou-a para dentro, pegou uma folha de papel e escreveu apressadamente algo com uma caneta de pena de cisne negro, correu como se alguém importante estivesse prestes a chegar e ele não tinha preparado nada. Seria nervosismo? Ela leu o que ele escrevera e levou um susto! Estava escrito as seguintes palavras:
Olá! Meu nome é Remi. Desculpe-me por te arrastar para cá, mas o que tenho a escrever não deve cair nas mãos de indivíduos errados. Trago informações a você, senhorita Madeline, este lugar se chama Green Lagoon. Há muito tempo o povo que aqui morava era feliz e ativo, tinham muitas festas e diversões incontáveis, até o dia em que Jacques, um ex-mosqueteiro que apendeu as artes das trevas se tornou mago e veio ao vale com o propósito de escravizar todas as pessoas para trabalharem para ele. Este homem dominou quase todos, poucos fugiram e se escondem na Toca Elfes a três quilômetros do castelo de Jacques, pretendo leva-la para lá para organizarmos uma invasão, vamos nos infiltrar no castelo e acabar com ele, somente com você, princesa, poderemos salvar as pessoas escravizadas por aquele miserável! Imploro que nos ajude, pois eis que sua chegada nos agraciou, somente você e mais ninguém pode ter a espada de Cygnes e matar o triciatus, um animal de três cabeças ele tem corpo de tigre e cabeças de cachorro, bichinho de estimação de Jacques. Com a morte do monstro, tudo estará salvo! Aceita milady?
— Prazer em te conhecer Remi! É uma oferta um tanto tentadora, mas um tanto louca, como eu poderia matar alguma coisa? — Madeline nunca matara nem mesmo uma mosca, ainda mais um animal de tais proporções!
— Como pode o velho amigo de meu pai sumir por uns tempos e reaparecer aqui, em meu sonho como um mago, o que é um mago? Desculpe, acho que estou louca.
Ele lançou um olhar de decepção a ela, mas para a menina, aquilo era o mais maluco sonho que já tivera. Bem que poderia aceitar para vingar seu pai, acabar com Jacques, faze-lo se arrepender por todas as atrocidades que cometeu, principalmente por ter tirado seu pai de cena durante dez longos anos. Era uma oferta realmente atraente e maluca!
O garoto tirou uma folha pequena, bem dobrada do bolso de dentro do casaco, escreveu rapidamente e a entregou com um suave sorriso no rosto. Ela a leu com precisão; estava decididamente clara sua resposta à pergunta de Remi. Nada hesitou, enfim, respondeu certamente o seguinte:
— Deste jeito me convenceu, aceito sua oferta — uma lágrima caiu de seus olhos —, me responda apenas mais duas questões, por que não pode falar? E como sabe que quero ser mosqueteira?
Antes de lhes contar o que ele respondeu, direi o que escreveu que foi sem dúvida alguma que Madeline aceitou:
Peço perdão por lhe forçar a participar desta contenda, somente digo o que alguém uma vez me disse, não existem pessoas loucas, apenas pessoas diferentes. Acredito que você seja uma delas, diferente, especial, essencial para o mundo, como os raios de sol que aquecem a terra, os peixes que dão vida ao mar, os animais que embelezam a natureza. Não importa o que os outros pensem de você, importa o que você pensa de si, que direções querem que você tome não interessa, o que realmente interessa é que direção você escolhe tomar. Não existe doença que não haja cura, não há rosa sem espinho, alegria sem tristeza e bem sem mal.
Sabe, a vingança é um prato que se come frio, mas o bem sempre vencerá o mal, isso é correto em todos os sentidos! Escolha seu caminho com sabedoria, pois o dia de amanhã somente Deus sabe. Desejo que trilhe os caminhos da paz e da sabedoria, nunca desista de quem você é e de seus objetivos, se quer ser mosqueteira, vá em frente, pule barreiras, vença obstáculos! A vida é para ser vivida intensamente. Sorria para a vida! Ela também lhe sorrirá.
Ele ouviu algo, agarrou o braço dela novamente e começou a correr, cada vez mais rápido, ela quase não pôde acompanha-lo, ele se direcionou para uma floresta não muito distante daquela cabana, Madeline não conseguiu segui-lo e caiu, em segundos se transformou em um cachorro gigantesco, focinho e orelhas imensas, se transformara em um monstro horrendo! Por incrível que pareça o garoto acabara de se transformar em um grande lobo! Madeline era corajosa, não sentiu medo, ficou apenas surpresa.
— Remi?! Você está bem? O que aconteceu?
O garoto se afastava à medida que ela se aproximava, com um gesto de cabeça pediu que se afastasse, seus olhos, agora castanho dourado, não mudaram apenas de cor, sua personalidade mudara também, ficara feroz, voraz, de que seria capaz uma pessoa assim, meio lobo meio humano? Em quem confiar no lobo ou na ovelha escondida atrás de olhos assustadores? — Se questionava Madeline.
No momento em que ela tentou acariciar o rosto do animal, outro monstro a agarrou e voou para além das alturas, levou-a para bem longe dele. Ela sempre quis saber como seria a sensação de voar, mas aquilo era extremamente alto! Estava a cerca de 110 pés de altura, o animal que a carregava combinava um corpo de leão com cabeça, peito, asas e garras de águia. Existiam mais criaturas estranhas naquele curioso lugar? Aonde aquela miscigenação de dois animais levaria Madeline? Seria aquilo tudo realmente um sonho? — Essas eram perguntas que atormentavam a cabeça da garota o tempo todo — Era tudo tão real que chegava a pensar que as unhas daquele poderoso animal estavam machucando suas costas, se sentia como a presa, um coelho talvez, definia o contexto, ela era como o coelho abatido sendo carregado pela águia para alimentar seus filhotes. O estranho monstro poderia comê-la ou até dá-la para seus filhotes famintos. Enfim, chegam a um local silencioso, o ar era seco, terra árida, na íntegra, equivalia a um deserto. Ele gritou e com o soar do grito ardido do animal a terra árida se expandiu em belos campos verdes, o ar se umidificou, o silêncio foi quebrado, em um piscar de olhos, tudo que era monótono se tornara deslumbrantemente vibrante! Ficara tão belo quanto o nascer do sol!
— Que encantador se tornou este lugar! Tão feliz, traz-me a mesma felicidade de anteriormente naquela cabana.
Uma luz brilhante e impetuosa veio em sua direção! Esquivou-se, mas nada adiantou! Magicamente se transformara em um sublime cisne negro; desajeitada esmorece e do modo como estava demasiada, desmaia. Quando acordou estava deitada em um emaranhado de palhas. Tentou se levantar, mas não resolveu absolutamente nada, suas pernas evidentemente estavam paralisadas, fraca e desorientada tentou lembrar o que acontecera, olhou para o ambiente em que se residia, recordava muito um celeiro, havia até vacas e cavalos no local, mas eles não eram quiméricos, e sim normais! Olhou-se de cima a baixo, no segundo em que percebeu pés de pato em suas pernas, ficou histérica, atônita, em estado de desespero! Acreditou estar delirando logo que viu que tinha um bico vermelho. Ela disse a si mesma:
— Oh, não! O que acontecera comigo?!
Nenhuma palavra saia de seu bico, apenas grasnava, somente ela e outros animais ouviam o que dizia, humanos não ouviam o som de palavras, isso era frustrante! Alguém entrou pela porta do seleiro, um homem de capa lilás, chapéu azul, e vestimentas compridas, roxas e brancas, segurava um grande cetro de ouro com um animal de três cabeças no topo, deveria ser o triciatus, então, indiscutivelmente era Jacques, a vontade que Madeline teve de bica-lo foi estupenda! Ele entrou e com sua voz dissonante disse ao cisne:
— Que cara aflita é essa, querida? Deve ser detestável ser condenada a viver o resto de sua vida patética presa a um corpo de uma ave aquática australiana, mas não fique assim, ainda há esperanças de salvar seu amigo lobo e você! Suponho que isto não seja um sonho, é real! Eu existo, o grifo, o ignominioso lobisomem, você e o meu leal ''bichinho'' de estimação.
— Então, isto é decididamente plausível para mim agora. Você merece pagar por todas as barbaridades que cometeu, irei fazê-lo se arrepender por tudo! Miserável, covarde, enfadonho! — Grasnou Madeline — Importuno! — Continuou ela quase sem fala.
— Não resolverá insultar-me, isso não a fará levantar, muito menos salvar o povo! Ah, por pouco não esqueci, mago é aquele que tem poder de controlar tudo e todos, fazer o que quiser com o uso da mágica, se essa era sua dúvida. — Afirmou ele com arrogância. — Sabe que sem uma ajuda minha nunca sairá deste lugar, — prosseguiu ele — lhe darei o que quiser, seguir em frente com seu sonho, visitar e até morar em Paris, mas precisaria dar-me alguma coisa em troca, que tal sua voz, o que acha? << Já corrigido
A porta foi arrombada antes que ela pensasse em responder, um grande cachorro estava à frente da porta derrubada, Remi! Exausto, ferido demais, mas inteiro! Pulou em Jacques mordeu o braço dele, que agonizou e desapareceu do mesmo modo que a cachoeira que trouxe Madeline até Green Lagoon. Remi viera para salvar Madeline, ficou um tanto surpreso em ver que a menina adorável se transformara em um majestoso cisne de penas negras e brilhantes como a noite iluminada pela Lua. Ainda não conseguia falar, ele lambeu a cabeça dela que assim conseguiu andar, desjeitosa, mas conseguiu, seria também, o lobisomem, mágico?
— Acho que por ser animal, entenderá o que digo. Obrigada, por tudo! Espere, Monsieur Jacques me ofereceu uma proposta, minha voz e em troca me tiraria daqui, — ela pensou aceleradamente, presumiu — você não pode falar porque fez um troca com aquele miserável! Como voltará a ser humano para poder me escrever em troca do que ele tirou sua voz?
Ele balançou a cabeça, quis dizer não. Madeline entendeu que não diria nada. Remi correu para a porta e a chamou com um uivo, ela compreendeu como se fazia para voar, foi célere, se afastou, começou a correr batendo as assas, pegou altitude e passou pelo amigo, voando graciosamente seguiu o lobo que foi na frente. Levou-a para uma gruta razoavelmente perto do celeiro de que fugiram, havia água sob ela, morcegos penduravam-se no teto da gruta. Ele foi na frente, respingando água nela que foi nadando, já que era cisne, foi fácil nadar com aqueles pés. Chegando no fim do úmido lugar, ele, apressado, uivou e atravessou pela parede indo parar do outro lado dela, Madeline encostou o bico na parede que afundou, se afastou, depois fechou os olhos e atravessou. Abriu os olhos e se deparou com um novo mundo mais belo do que o Green Lagoon, era a Toca Elfes, magnífica, as árvores de lá eram azuis com frutos vermelhos semelhantes a maçãs, os arbustos eram pedaços de nuvens, as casas de tijolos de safiras, diamantes, esmeraldas e outras pedras preciosas, o céu era límpido e azul como o mais harmonioso mar. Remi foi correndo ao encontro de outros grandes lobos, deveriam ser sua família e amigos, cada um de uma cor diferente, um era marrom acinzentado, outro branco inteiro, o vermelho e branco era Remi, havia um branco e preto e outros mais coloridos, tricolores; somente um inteiramente preto e de pelo sedoso ficara bem no topo de uma colina observando tudo distanciado dos demais. Era o alfa, o chefe, olhava furioso para Remi totalmente ferido, ao perceber que o alfa o fitava zangado desviou o olhar rapidamente, Madeline não sabia a razão e apenas assistiu atentamente.
Recebeu afagos e logo em seguida chamou a garota cisne para uma casinha secretamente escondida em uma floresta escura, sem um raio de sol passando pelas folhagens dos pinheiros de um verde fosco, lá na casa de madeira ele latiu bem baixinho e a porta se abriu, uma mulher a abriu, bem, pelo menos metade de uma, devia ser uma elfa ou anã, alguma criatura mística da localidade. Chamou-nos para dentro, ela tinha óculos dourados de meia lua, o cabelo era comprido e castanho, baixinha, rechonchuda, suas orelhas eram pontudas; após entrarmos, Madeline percebeu que a '' casinha'' que do lado de fora nem a cabeça do lobo passava pela porta não era tão pequena quanto assemelhava, do lado de dentro era extremamente alta e espaçosa, a lareira era imensa, havia um caldeirão bem ao lado de uma escrivaninha velha de madeira de lei, um lustre no teto, o tapete devia ser persa ou indiano, quatro prateleiras de variados potes e frascos de líquidos brilhantes e estranhos se encontravam perto de uma porta de uns 40 centímetros, como alguém passaria por uma porta daquele tamanho? Nem mesmo um cisne passaria! Aquilo deveria ser algum tipo de ilusão de óptica, foi o que pensou.
— Ora, ora, vejo que trouxe uma convidada de honra, nossa triunfante Madeline Chevalier! Por onde andou garota? Esperamos por sua visita há décadas. Vejo que já conhece meu aprendiz, ele quer ser feiticeiro, assim como eu sou, desde os seis anos pensa nisso, até que aprendeu rápido certas feitiços de desfiguração, transformação, cura, desaparecimento, levitação, entre outras categorias, pelo que me disseram era impossível treinar um lobisomem, eles têm o mal hábito de se estressar com meras atitudes! - Tagarelou a senhora baixinha.
A senhora tagarelava feito papagaio! Deveria passar muito tempo sozinha, por isso falava mais do que a boca podia aguentar! Para a menina e o lobo ela era meio maluca!
— Esperava que fosse maior, com menos penas e que fosse mais humana que isso. Não posso dar um jeito nisso, querida, terá de comer seus abacaxis desacompanhada. Isto é além de meus simples poderes, Jacques é terrível, eu sei! Foi ele que a transformou neste belo cisne, também foi esse covarde que torturou meu pobre aprendiz, — acrescentou ela torcendo um pano e colocando-o sobre os ferimentos de Remi que parecia demasiado — pobrezinho está se queixando de dor deve fazer horas, isto deve melhorar sua infelicidade, — deu-lhe uma colherada de um líquido pastoso e escuro — ótimo, ótimo, é só esperar alguns segundos e melhorará um pouco!
Ele ficou um tanto agressivo, rosnou e foi perdendo a forma de lobo, se tornou humano novamente, meio aluído e com tontura procurou a cadeira mais próxima e se sentou, estava com uma aparência horrível, deitou a cabeça em uma mesa ao lado da cadeira e adormeceu lentamente. A senhora foi a uma parte da casa buscar um cobertor para cobri-lo, o cobriu e deu explicações ao cisne:
— Minha querida, necessita de muitas respostas, creio que conseguirei lhe dar explicações sobre como as coisas funcionam em nosso mundo. Primeiramente, eu não sou louca, segundamente posso ler sua mente e lhe informarei sobre o passado desta terra. Há cerca de 30 anos atrás em nosso mundo, um humano, um homem vil e covarde encontrou a mesma cachoeira que você viu, e atravessou ela, este homem teve o coração dominado pela maldade e crueldade, ele veio a Green Logoon descobriu as artes das trevas matando o melhor mago que existia aqui, Cornélio, um mago de 458 anos, o mais sábio, aquele homem saqueou tudo que Cornélio se dedicou a vida toda para aprender e com o poder infinito nas mãos, ninguém se atreveu a contraria-lo, uns fugiram e se refugiaram nesta gruta encantada forjada das estrelas e protegida por anjos, fizemos uma comunidade neste lugar, e desde a chegada deste homem esperamos por uma garota capaz de derrota-lo, somente ela poderia matar o triciatus, já ouviu falar nele, a espada Cygnes foi feita especialmente para a guerreira triunfante, você! E você sabe que seu pai tinha uma divida com este homem que é o Monsieur Jacques, e sei que esta era a divida que você quer cobrar dele, estou certa?
A menina não sabia se responderia ou não, pois somente grasnados saiam de seu bico, então esvaziou a mente e liberou os pensamentos para a senhora, pensou e esperou a resposta.
— Acreditava que sua resposta seria indecisa, é difícil escolher entre salvar um mundo condenado a uma eternidade de escravidão e voltar para outro prestes a ser destruído por um ser abominável, — ela fez chantagem emocional com Madeline e, obteve a resposta que sabia que conseguiria — pode pensar com calma, não sou exigente!
— Pare com isso! Quem está ficando louca sou eu! Eu aceito esta profecia de vocês, mas tem de prometer-me que nada acontecerá a meu mundo, promete? — Grasnou ela sem ter escolhas,
— Eu não garanto nada, mas lhe afirmo que voltará a ser humana brevemente, querida. Ah e, só para que saiba, meu nome é Bernadette!
Isso foi o bastante para Madeline, estava agora inquieta, pensando no que fazer, como matar um monstro de tais proporções, isto era exigir demais dela, mas se não o fizesse sua mãe poderia correr riscos de vida, e isso a atormentava, quem a ajudaria a ver quem realmente era, uma campeã ou uma covarde. Decidiu dormir para organizar os pensamentos e descansar um pouco também. Procurou um canto para dormir, pois estava cansada, tinha sido um longo dia, aninhou-se no chão ao lado do garoto com um sono profundo, Bernadette foi buscar mais outro cobertor para o gracioso cisne, colocou-o envolta dela para ficar mais quente, adormeceu facilmente. A senhora sussurrou em seu ouvido:
— Boa noite, minha querida, sonhe com os anjos! Amanhã será o Jour de Gloire, prepare-se em seus sonhos.
O novo dia veio, o sol estava reluzente e esfuziante, seria o dia perfeito para aquele majestoso cisne negro voltar à forma humana, derrotar o triciatus e com a queda dele seu mestre cairá também.
Madeline acordou e a primeira coisa que observou foram seus pés, continuavam iguais aos do dia anterior, estaria condenada a viver o resto da vida como uma ave? Ela olhou para a cadeira em que Remi dormira, ele já acordara há muito tempo pelo que se notava, papéis, penas e tintas se espalhavam por toda a região da mesa, havia um papel jogado em um canto da mesa, um desenho de Madeline matando a criatura tenebrosa com a espada Cygnes, bem ao seu lado dois lobos atacavam o monstro e o mesmo animal que a carregou para os céus arranhava o braço de tigre minaz. Percebeu que seu destino era realmente salvar aquele povo das garras de um monstro, mas, não o triciatus, ela se referia a Jacques. Saiu em disparada, atravessou a janela da casa voando, procurou Remi, quando o achou o garoto estava treinando a pontaria com o belo arco e flecha de prata que sempre carregava, menos quando se transformava em lobo. Pousou e questionou-o com uma pergunta seguida de outra, não se importou se ele entenderia uma só palavra que dizia, estava furiosa.
— Exijo respostas! O que trocou com Jacques que ele arrancou-lhe sua voz? Como sabe que matarei a fera horrenda? Preciso urgentemente voltar a minha forma humana! Não resta tempo, vou vingar meu pai e desaparecer daqui; como mágica, simplesmente desaparecerei.
Bernadette se materializou a frente deles, provavelmente ouvira os pensamentos furiosos e confusos dela, andou na direção do cisne e explicou tudo a ela.
— Oh, não se aborreça nem se chateie. Meu aprendiz é vidente, prevê o futuro, por tal motivo foi expulso de sua matilha, o alfa não admite ''anormais'', por isso veio morar aqui, a mãe foi morta por um dos lacaios de Jacques, o pai foi tentar destruir ele e acabou do mesmo modo que a mãe dele, então o enviaram a mim. Ele tem uma ligação com você inimaginável, confiança é à base de tudo! Remi só poderá falar o dia que o triciatus for morto, a troca que ele fez foi sua voz por seus pais de volta, ele aceitou, mas todos devem saber que o passado não volta, o essencial é deixar tudo para lá e seguir em frente!
Madeline concordou com ela, seguir em frente e esquecer o que se passou é o essencial, Bernadette deu-lhe um pergaminho, disse que se chamava oráculo e mostrava o futuro, assim como o garoto lobo podia prever o que estava por vir, no início tinha uma garota de cabelos lisos numa cabana, falando com um garoto, já no fim, essa mesma garota matava o monstro. Era ela, sem dúvidas! A senhora feiticeira mandou-lhe ir à cabana que lhe trouxera paz, aqueles retratos na bela cabaninha de madeira eram os familiares de Remi, já falecidos. Tinha de recitar um feitiço de voltar no passado, voltaria apenas naquele momento da cabana, assim seria humana de novo, mas, teriam de se comprometerem em ir para o centro do vale e esperarem serem capturados pelos soldados de Jacques, ele a jogaria no calabouço junto com o lobisomem, que recitaria um feitiço de invisibilidade e outro de transparência, passariam pelos guardas e depois iriam a torre mestra pegar a espada guardada pelo grifo, que já tentou te ajuda-la levando-a a sua floresta para se refugiar. Amanhã seria o Jour de Gloire, Madeline teria de cortar a garganta do triciatus e assim redirecionada para Paris e, esquecer-se do que acontecera e pensar que tudo fora um lindo sonho. Ela concordou e na mesma hora, acompanhada do fiel amigo, atravessaram a Toca Elfes passaram pela gruta novamente e foram à cabana, entraram nela. Ele foi de prontidão com seu arco para o caso de precisarem.
— Enfim, posso ser o que era! — Grasnou ela feliz por estar prestes a se tornar humana novamente.
Leu o feitiço em latim dado pela gentil senhora e, começou a perder as penas, o bico, as asas, finalmente voltara a ser o que era, mas somente os dois se lembrariam de que a menina virara um cisne. Encaminharam-se ao centro do vale e esperaram cerca de 30 minutos, até que vieram prendê-los, preparados com uma estratégia de mestre, foram sem se queixar. Chegaram ao castelo de Jacques, simetricamente construído, tenebroso, triste, sem vida, o covil do mau se concentrara ali. Jogaram-nos no calabouço em condições precárias, desabando praticamente, cerca de 80 criaturas ficavam presas lá. Remi se transformou em lobisomem e em sua mente, pronunciou os dois feitiços, tornaram-se invisíveis e transparentes o suficiente para passarem pela parede, afastaram-se e fecharam os olhos, segundos depois já estavam passando pelos guardas, breve, subindo as escadas em espiral, e finalmente na torre mestra, o feitiço terminou e a última torre era a mais alta e empoeirada de todas as torres, um grande baú residia no chão ao lado de uma mesinha, a chave ficava pendurada no pescoço do grifo que dormia tranquilamente do lado de dentro da torre, o lobo rosnou para ele que acordou furioso, ao perceber Madeline reverenciou-a e esperou que pegasse a chave, pois acreditava que ela salvaria a todos do sofrimento causado pelo cruel mago. Ela abriu o baú forrado por ácaros e teias de aranha, pegou ''emprestada'' a linda espada com detalhes de cisnes em ouro puro, e cristais em seu cabo. O bravo lobo pediu que montasse e confiasse nele, pois pularia de uma altura de 40 metros, cairia no pátio nebuloso de Jacques e correriam para o salão onde o monstro ficava. Ele pulou, um forte frio na barriga foi sentido pela garota, imaginou que não chegariam inteiros ao pátio, mas, conseguiram prosseguiram direto para o salão atrás do castelo, o vil mago soube do acontecimento e mandou que abrissem os portões da angústia e do rancor, assim foi solto o triciatus, apenas a garota, Remi, o alfa da matilha dele que chegara há poucos minutos e o grifo contra o abominável e cruel monstro. A batalha épica começara! Alfa e o grifo ajudavam com os gnomos e servos dominados pelo poder de Jacques, Remi contra Jacques, numa guerra de feitiços silenciosos e Madeline, a espada e triciatus, a luta foi fantástica o bem ganhava do mal por milésimos de segundos, a criatura meio tigre meio cão ferira a menina bastante, estavam todos quase sem força, os últimos minutos chegam, ela leva o voraz e faminto triciatus ao ponto mais distante do castelo, encurralou-o, subiu em um telhado pula sobre ele e cortou sua a garganta. O pior passou, a triunfante campeã vencerá! Mas o maligno mago não cumprira o trato e tentara matar Remi enquanto fitava a cabeça da criatura rolando monte abaixo. Paralisou-o, a garota excedera os limites e correra com a espada que para ela leve como pena e tentou acertar o miserável com vários golpes, até que um deles penetrou profundamente sem seu coração.
— Ora, ora, vejo que vingou seu pai, parabéns! — ele disse suas últimas palavras e virou cinzas levadas pelo vento. Ela correu para socorrer o valente lobo, mas nada adiantaria, se foi como o mago. Madeline chorou e suas lágrimas caíram sobre o pelo vermelho dele que acordou como se acorda de um sono profundo, vivera de novo!
Madeline pulou de alegria ao vê-lo vivo!
— Obrigada, por salvar-me, querida, amiga! — Finalmente o encanto se quebrara e ele falara, sua voz era suave e sutil como as ondas do mar.
Tudo acabou bem, e o Sol não veria mais a Lua, a despedida foi triste, a menina levava de lembrança cicatrizes, arranhões e ótimas lembranças para a vida toda.
— Adeus a todos! Bernadette cuide-se! Obrigada grifo, alfa, lobos da matilha, elfos e gnomos, vocês realocaram o pedacinho que faltava de mim. — Se despediu a garota forrada por lágrimas.
— Esqueceu-se de mim? Adeus, para sempre. — disse Remi preocupado que ela tivesse o esquecido.
— Como poderia esquecer-me de ti? Tenho uma oferta a propor a você, hoje é meu aniversário, que me darás de presente?
— Deixe-me ver, quer casar comigo? Mas, diga sim só se quiser viver com um monstro.
— Claro que sim! Não é um monstro, é um gentil e bravo guerreiro.
Essa foi a história do lobo e da ovelha, do bem e do mal, esse foi com certeza, o sonho mais maluco e real que Madeline já teve.