As cronicas de Luz e Trevas, Lucas Benjamim e o Livro Necronomicon (Cap.5-O PALACETE DOS BENJAMINS)

5.O PALACETE DOS BENJAMINS

No dia seguinte a luz do sol fez Lucas despertar, ele tinha uma sensação de que teve um sonho bem estranho e que aos poucos esse sonho havia se transformado em um pesadelo.

-O mestre acordou! Irish trazer alguma comida pra mestre fazer o desjejum. – diz o Leprechau que por ser pequeno Lucas não o tinha visto.

-Não estou com fome Irish. – diz desanimado ao ver que não foi um sonho ou um pesadelo, o que ele temia era bem real.

-Onde está Allan?

-Irish não saber, ele pediu pra que Irish tomasse conta dos pequenos mestres.

Lucas se aproxima de seu irmão, que dorme um sono tranquilo.

-Sabe, Irish, queria muito ter acordado e tudo isso não ter passado de um pesadelo. Não sei o que será de nós se...

Antes que Lucas acabasse a frase Irish interveio.

-Não, não, não e não. Mestre deve ter pensamentos positivos, como no principio básico da mágica intrínseca. Pensar com força gerar realidade.

-Irish! Não é fácil pra mim, eu e Sam não temos ninguém, além de um ao outro – se lamenta.

-Tic, Tisc, Tisc – estala a língua negando a afirmação de Lucas – Pequenos mestres sempre poderá contar com Irish. Irish sempre ficar do lado dos mestres não importe o que aconteça.

Por mais simples que fosse a resposta do ex-familiar de Sylvia, Lucas sentiu-se reconfortado por tamanha lealdade e amizade daquele pequenino.

-Obrigado Irish. Você tem razão, vai dar tudo certo.

A manhã passou rápida e logo Meieve chegou para ficar cuidando de Sylvia. Meieve era filha de uma Dríade com um Elfo, sua pele é morena semelhante a de uma casca de arvore, seus cabelos castanhos claros longos até a cintura davam um charme especial, ela tinha a estatura de uma pessoa normal mas suas orelhas eram levemente pontudas, não tão grande quanto a de um elfo é verdade, mas era pontuda, ela usa braceletes azuis ornamentados, um com a lua e o outro com o sol, ela vestia uma espécie de bata branca com uma identificação de uma cruz vermelha no braço direito. Samuel só acordou quando a equipe médica chegou para dar continuidade ao tratamento e por isso os três foram “expulsos” do quarto. Irish levou os irmãos Benjamins para o terraço do Curandaris, ali era lindo, o terraço era coberto, tinha um jardim convencional e outro suspenso com varias tipos de flores e plantas. A visão parecia uma tela de algum mestre da pintura e as misturas de cores causava um espetáculo a parte. Alguns magos-médicos estavam ali descansando, deveriam estar em seu horário de folga ou algo parecido. Lucas pela primeira vez dês que chegou a Garia sentiu-se confortável.

-Mano, será que nossa mãe vai acordar?

-Não tenho duvidas Sam.

-Eu sinto falta dela – lamenta Samuel.

-Eu também. Mesmo não parecendo eu gostava de ouvi-la quando ela cantava as musicas que eu não gostava.

-Eu sabia disso! – revela o irmão mais novo – E eu gostava dos sanduiches que ela fazia de manhã cedo, mesmo não conseguindo comer tudo.

-E Irish gostar de quando servia a antiga Mestra.

Os três ficaram ali se lembrando de Sylvia, presos em uma sequência de memorias nostálgicas. Não demorou para a barriga começar a roncar. Deveria ser pra lá de meio dia, agora somente os três estavam no terraço.

-Mano tô com fome – diz Samuel ao ouvir o “RONC” de sua própria barriga.

-Irish onde podemos ir pra comer alguma coisa? Eu também estou com fome.

-Não sei se Irish deve levar os pequeninos mestres, Allan disse que os pequenos mestres não poderiam sair – fala o pequenino retirando sua cartola da cabeça.

-Se você não nos levar eu vou de qualquer jeito, você decide se nos deixa ir sozinho em uma cidade que não conhecemos nada – dramatiza Lucas – ou nos acompanha e nos mostra um canto que possamos comer.

O Leprechau arregala os olhos e imagina inúmeras coisas que poderiam acontecer aos garotos se eles fossem sozinhos.

-Vamos Sam. Vamos procurar algo pra comermos.

-Esperem ai! Irish ir com os pequenos mestres. Ai...ai...ai o que Irish estar fazendo. O que é que Irish tem na cabeça pra concordar com isso!

As pessoas e criaturas que passavam olhavam para Lucas e Samuel, um cachorro de rua até comentou sobre as roupas dos meninos antes de ser enxotado por Irish.

-Aquele cachorro... fala – diz Samuel espantado e olhando pra trás pra tentar ver o cachorro falante.

Lucas também olha perplexo.

-Ué, no outro mundo eles não falam? – fala com naturalidade Irish

-Não! – diz os dois em uníssono

-Hehehe, aqui no mundo de Irish todos os animais falam e têm direitos, só que alguns se vendem por muito pouco, outros não querem nada da vida a não ser virar latas em troca de restos de comidas.

Irish, apesar de saber onde estava indo, ele não costumava levar ninguém com ele e muitas vezes teve que parar para esperar os garotos. Ficava parado esperando os irmãos para dar um sermão de como eles eram lentos, logo em seguida tentava apressar o passo. Sua intenção era obvia: Fazer tudo rápido para dar tempo de chegar antes de Allan ou Meieve perceber a excursão deles.

-Vamos! Os mestres têm duas vezes de tamanho de perna que Irish e mesmo assim, Irish ser mais rápido – disse, quando mais uma vez os meninos ficaram pra trás. Irish era pequeno e esguio o que facilitava passar entre as pessoas, Lucas e Samuel se esforçaram dessa vez para tentar acompanhar o ritmo do Leprechau. Seria realmente possível a existência de um mundo totalmente mágico? Será que existem magos entre as pessoas de nosso mundo e são obrigados a esconder a verdadeira arte da magia? Se os irmãos Benjamin realmente não tivessem visto e sentido a mágica na própria pele, se coisas estranhas realmente não tivesse acontecido com eles, se já não tivesse ouvido um animal ali ou acolá falar, realmente seria difícil de acreditar que isso era possível, mas, mesmo Irish falando e fazendo coisas que ninguém do nosso mundo iria acreditar, os garotos confiavam nele.

-Chegamos mestres – disse Irish parando – Canção do Bardo, aqui tem a melhor comida e musica de toda Garia.

A impressão que os garotos tiveram é que ali deveria ser pequeno, apertado e bem sujo. A entrada ficava em um beco largo, uma placa de madeira acima de um janelão informava “Canção do Bardo”, um quadro de giz ficava escorado na parede no chão ladrilhado do beco no lado de uma pequena escadaria que na verdade dava na entrada, a placa dizia: Promoção: Almoço com melodia: dez Talentos de cobre.

Ali não parecia ser o melhor canto de Garia pra se comer, mas antes dos garotos falarem algo Irish os empurram pra dentro.

-Os pequenos mestres vão adorar – falava enquanto conduzia os garotos.

Todos os receios que tiveram pela aparência do lado de fora se foi quando entraram. Dentro era muito movimentado e tinha garçom indo e vindo fazendo seus malabarismos com as bandejas. Mesas redondas e aconchegantes ficavam na parte central acompanhado por cima de dois grandes lustres, uma escada dava acesso ao segundo andar e dava para ver que as pessoas que sentavam na borda tinham um ar de nobreza ou simplesmente eram esnobes, ali era a área restrita para as pessoas que tinham mais condição ou era um musico ou poeta conhecido, no fundo tinha um balcão típico de bar, cheios de bebidas e garrafas, copos e alguns emblemas de famílias famosas como o dragão coroado em tom vermelho, o grifo em azul e prata, a serpente alada com tonalidades verde e amarela, a fênix flamejante em tons de laranja vermelho e preto, a quimera em preto e dourado, o unicórnio em branco e azul celeste, por de trás do balcão do bar tinha uma porta que dava pra cozinha era de lá que saia os batalhões de garçons com os inúmeros pedidos e por fim o palco ficava no centro arrodeados pelas mesas e cadeiras centrais.

-Bom dia. O que os senhores vão querer? – dizia a atendente que deveria ter no máximo a idade de Lucas, o zunzum ali era grande já que ali tinha uma acústica boa.

-Três promoções de 10 talentos de cobre – afirmava o Leprechau em pé na sua cadeira – Poderia trazer um assento maior pra Irish?

-Vou ver o que posso fazer – diz retribuindo com um sorriso. Ela não parecia ser tão acostumada com aquele emprego e os pedidos se acumulavam em seu caderninho de anotações. Ela é ruiva com sardinhas no rosto, seus olhos azuis piscina iluminava seu rosto. Ali cada pessoa era mais excêntrica que a outra, também tinha as pessoas de aparência normal e aquelas que nem era humano é logico. Todos silenciaram quando um jovem que tinha um palmo de orelhas pontudas, cabelos negros, olhos amendoados azuis com pupilas douradas, pele clara desceu as escadas, sim esse é um Elfo Lunar. Ele trazia na mão um Yacustica, um tipo de violão. O instrumento é bastante popular em Garia, esse em especial era ornamentado de madeira e prata e algumas runas mágicas ilustravam as costas e o braço do instrumento.

-Vejam mestres, esse é Bard, o maior menestrel de toda Garia – comenta ansioso Irish para ver o que ele iria tocar.

Bard se posiciona no palco, afina o violão, limpa sua voz e finalmente agradece a todos pela preferencia de vir no estabelecimento, logo pega uma garvonion, o equivalente a uma gaita acopla em um mecanismo que ele não precise segurar e prossegue.

-Em troca dessa fidelidade irei retribuir com uma simplória canção – dizia o belo Elfo Lunar – Manhã Gloriosa.

Uma explosão de palmas e assovios toma a taberna, o menestrel começa a dedilhar uma bela introdução em dó menor e todos calam novamente, os sons da garvonion junto com a yacustica encantam em uma harmonia única e alegre.

“Talvez seja a nevoa da manhã, eu não sei se foi o dia de ontem, só sei que meu dia brilha quando estou com você.

Nada me faz mais feliz do que cantar pra te vê, a luz das estrelas não iluminam seu coração, e agora me pergunto o que irei fazer?

Sempre terei que me motivar a cantaaar, para os meus males espantar.

E agora se eu te perdeeeer? Não quero ter que me esconder

Só assim, e somente assim eu ficarei sem a nota e o que dizer.

Minha vida inteira procurei algo em que me prender, agora que te encontrei não descansarei até seu coração bater.

Vejo em sua face de criança que só quer voar, assim deixa-a livre pra poder te amar.

E agora depois de escalar as nuvens vejo o brilho de um dia glorioso que chega em minha face pra te contemplar e assim irei te amar.

Nã nara nana

E assim teremos muitas crianças e desejaremos ser jovens pra errar e cantaaar.

Pensaremos em viver cada um em um sonho, e conversaremos sobre nossos sentimentos, sobre a vida e o que é certo e errado.

Não importa se somos livres se teremos certeza de estar vivos o importante é te amaaaaaar.

Nã nara nana

Nada me faz mais feliz do que cantar pra te vê, a luz das estrelas não iluminam mais você, e agora me pergunto o que irei fazer?

Sempre terei que me motivar a cantaaar, para os meus males espantar.

E agora se eu te perdeeeer? Não quero ter que me esconder

Só assim, e somente assim eu ficarei sem a nota e o que dizer.

E por isso quero ser livre só pra te cantar o que eu penso sobre você, mesmo que isso me faça perde-la para os agentes do destino.

Só sei que te quero, não importa como te amo mais e mais

Ouça minha mente, você sabe que estou bem, mas já com você sabe o que te fere.

Não por favor, querida, isso não é engraçado não se vá só por que eu te amo me deixe ser livre

Com você agora ou nunca, e se for assim dormirei pra acalentar minha dor, pois eu rimo por ser cantor.

Tudo é amor em um mar azul. Tudo é amor se tem dor

Tudo deve ser sobre agora e não acreditarei se um dia conseguires amar outro

Tudo não passa de mentiras em um dia glorioso, talveeeez esse dia não seja tão glorioso assim.

Nanana raaaanana.

Não acredito que ninguém sinta por você o que eu sinto

E assim te deixarei minhas canções pra te provar que você é quem eu amo.

Por favor, querida não se esqueça do nosso dia glorioso.”

A música acaba com um solo magnifico de garvonion, todos estavam estarrecidos com aquela canção, que passava amor, tristeza e alegria ao mesmo tempo. Para Samuel e Lucas tiveram uma dor em especial por fazer os garotos lembrarem a sua mãe, apesar de Bard ser umas dez vezes melhor cantor e músico que Sylvia. Naquele momento eles sentiram falta de sua mãe.

A algazarra da plateia se misturava com alegria e tristeza, para alguns essa era uma canção triste, já pra outros essa era uma bela canção de amor verdadeiro.

Tão logo acabam os aplausos e assovios, a comida chega. E aquilo foi um completo desastre, assim que a jovem colocou o prato principal e foi tirar os acompanhamentos acabou derramando arroz no colo de Lucas.

-Desculpe senhor! Eu não tive a intenção – desculpa-se a jovem

-Não precisa se desculpar sei que você não fez por mal – e retribui o sorriso de antes – Não precisa se preocupar, eu não irei reclamar, ainda sobrou um pouco e é mais que suficiente pra nós.

A menina sorri aliviada.

-Me chamo Selena – diz a moça limpando a bagunça que acabara de fazer.

-Prazer, sou Lucas esse é meu irmão Samuel e ali de pé na cadeira é Irish – Sam e Irish estavam disputando quem colocava mais rápido a comida no prato, pareciam que estava há dias sem comer.

-Não vou atrapalhar mais, você deve estar com fome também – Lucas ficou envergonhado pela falta de educação que os dois fizeram com a moça. E quando ela saiu ele tentou esboçar um carão mais o cheiro da comida estava espetacular, a costelinha de porco assada com mostarda e mel, purê de batata com queijo provolone derretido, um pouco de arroz branco que sobrou do desastre e tinha outro prato que os garotos não sabiam o que era, mas se fosse gostoso como o cheiro, deveria ser delicioso como todo o resto. Irish colocou um montão do prato desconhecido.

-O que é isso? – pergunta Samuel com medo de colocar no prato e não gostar

-Isso ser Gruvia com Rócules – afirma Irish

-O quê? Isso é de comer? – debocha Lucas

-É sim, e é delicioso. Hummmmm só de sentir o cheiro, Irish saliva de vontade de comer Gruvia com Rócules.

-Isso não é verdura, é? – diz Sam pegando com a colher e examinado o que parecia um misto de repolho roxo, com couve manteiga em um molho preto que levava pimentão vermelho, amarelo e verde.

-Eca! Não quero deve ser muito ruim! – fala com cara de nojo. Lucas ri de seu irmão.

-Não pequeno mestre é muito bom. Todos aqueles que usam magia devem comer Gruvia, Rócules e vegetais pra renovar a energia que foi gasta.

-Não queria ser mago mesmo – desdenha Sam.

Lucas ri de seu irmão mais novo. Os três comem como nunca comeram antes, depois de um tempo veio um rapaz pálido e esquisito posicionou-se a frente da mesa.

-O Leprecssshau ai é o antigo familiar do Oraculo? – diz com uma voz que parecia mais um sussurro. Os garotos se assustam devido a estranheza da abordagem.

-S...S...Sim – gagueja o Leprechau – o que Quer com Irish?

-Então deduzo que estesss sssão os filhosss do antigo Oraculo – agora se referindo aos garotos – Prazer, sssou Cizzasss, um grande admirador da família Benjamim – aquele homem era terrivelmente estranho e seu modo de falar um pouco perturbador, Samuel e Lucas tiveram a impressão que ele chiava como uma cobra. Suas roupas negras com um pesado manto preto escondiam o restante de seu corpo, ele era tão pálido que suas olheiras pareciam maquiagem mal feita.

Os irmãos Benjamins continuaram calados. Samuel podia jurar que a língua do homem saiu rapidamente de sua boca e era bifurcada como o de uma cobra.

-Hummmm, curioso.

-Mano esse homem... me dá arrepios.

-É melhor irmos embora Irish.

Então saem como estivessem fugindo de alguém, pareceu estranho mais logo que saíram Lucas viu o homem estranho rindo.

-Ei eles vão sair sem pagar! – alguém gritou de dentro da taberna.

Os três estavam com tanto medo que nem pagaram a conta e quando Irish quis voltar pra resolver isso o homem estranho estava na porta o que o fez mudar de ideia rapidamente. E assim correram de volta para o Curandaris.

O sol ia alto ao céu azul quando passaram desesperados pelo Kant’Arte uma loja de “velharias” e artes, foi então que Sam ficou cansado e se apoiou em um muro de uma loja de roupas, a “Lagartoche”, na vitrine tinha manequins amostra usando roupas diferentes da do nosso mundo, lembrava muito um estilo mais antigo, com ternos, coletes, sobretudos, cartolas, chapéus, já os mais pobres usavam o que parecia ser roupas medievais avançadas.

“Uff Uff Uff” – toma folego Samuel – Não... aguento... mais – fala esbaforido.

-Você o conhecia Irish? – pergunta Lucas recuperando o folego.

-Irish não saber quem homem ser. Acho que a comida não quer ficar na barriga de Irish – reclama o pequenino

Um homem gordo todo elegante sai com sua cartola da loja reclamando.

-Quem eles pensam que são cobrando cem talentos de ouro por cinco quilos de seda da Aranha Gigante do Fogo! Só um doido compraria por esse preço...

-Irish achar melhor levar os mestres de volta ao Curandaris.

Como em nosso mundo existiam lojas, casas, casarões, pequenos palacetes, alguns prédios (os prédios eram bastante raros em Garia), Herbacias (lojas que vendiam plantas mágicas, especiarias para poções e remédios naturais), praças, havia também casas onde se vendiam espadas e armaduras de primeira, segunda e terceira qualidade, Exposição de animais raros e mitológicos, loja de poções mágicas...

-Onde pensa que vão! – diz Allan ao pegar os três entrando no Curandaris.

-Er...er... Os pequenos mestres estavam com fome. Dai Irish levou...

-Mentira! Eu obriguei Irish a nos levar para conhecer Garia e aproveitamos e comemos no caminho – fala Lucas aliviando a barra do Leprechau.

-Sendo mentira ou não vocês correram um serio perigo andando por Garia – Allan estava nitidamente preocupado – Se os Darkstalkers já estiverem em Garia é certeza que seus serviçais estejam espalhados por ai levando informações aos seus mestres pela noite.

A menção do nome Darkstalkers aguçou a curiosidade de Lucas e Samuel e antes que despejassem suas dúvidas Allan continuou:

-Venham comigo. Quero que vocês fiquem em um canto mais seguro. Venham meninos.

Uma carruagem sem cavalos aguardava do lado de fora, os garotos entram seguidos por Irish e Allan. Depois de alguns poucos minutos, notava-se pela janela que estavam passando por uma espécie de um bairro muito arborizado e logo a carruagem para.

Allan sorri e abre a porta da carruagem.

-Vamos, agora é aqui que irão ficar.

Uma senhora gorda e baixinha esperava no portão do que parecia ser um imenso casarão, ela esperava ansiosa com um sorriso no rosto. Os irmãos Benjamins estavam confusos não sabiam se isso seria um tipo de castigo por terem saído sem a permissão de Allan do Curandaris.

-Senhora Reine! – se impressiona Irish antes de correr e abraçar a senhora com uma felicidade imensa.

-Hohohoho, meu querido Leprechau Irish – diz a senhora carinhosamente – Na ultima vez que nos vimos ainda era um familiar, vejo que agora é um Leprechau livre.

-Sim madame Reine, Irish ficar feliz em vê-la, agora Irish ser livre. – Irish tenta exprimir toda sua felicidade nas últimas palavras.

-Hohohoho, esse deve ser Lucas Benjamin.

-Sou – respondeu Lucas observando aquela mulher que vestia uma roupa roxa com babados, usava um chapéu de madame roxo e usava um óculos de meia lua.

– E o menor deve ser Samuel Benjamin.

Sam fez que sim com a cabeça.

Logo estavam dentro do casarão, na parte de fora tinha um jardim grandioso com duas estátuas, um Urso negro e um Pégaso, flanqueavam o arco que dava acesso ao casarão, Lucas e Samuel descobriu que essas estátuas representavam cada qual o símbolo da família deles, O urso negro era o da família Benjamim de Cristopher e o Pégaso era o da família Rivera de Sylvia. A casa ocupava um quarteirão inteiro, para os garotos era muito irreal já que eles não eram tão ricos assim, não acreditaram quando Allan disse que essa era a casa de seus pais há quatorze anos. Era uma casa luxuosa de três andares, vinte e cinco quartos, duas cozinhas, uma sala ampla, salas de treinamento magico e marcial, várias despensas, um animário (local onde trata e aloja animais para transporte ou não), garagem e dois “carros”, se é que pode chamar aquilo de carro acho que o termo correto seria carruagem magica, uma parecia demais com a que eles chegaram ai, a outra já era muito diferente com um aspecto mais arrojado e de uma cor prata. Allan e Madame Reine levaram algum tempo para mostrar os cômodos. Os garotos viram o quarto em que Sylvia deu a luz a Lucas, aquilo mexeu com os dois meninos fazendo-os lembrar do estado se sua mãe. Antes que a tristeza voltasse Allan mostra o quarto que os dois irão ficar, um quarto bem amplo com duas grandes camas uma varanda, ali era bem arejado e iluminado.

-Aqui será o quarto de vocês – diz Allan – Esse era seu quarto quando você nasceu Lucas, Madame Reine me ajudou a fazer algumas mudanças para acolhe-los melhor. Ela vai cuidar de vocês até Sylvia ficar melhor.

-E não espero passar muito tempo já que acredito que a mãe de vocês irá se recuperar logo – comenta a sorridente Madame Reine. Ela sempre era positiva e alegre.

-A Madame Reine irá ensinar aos senhores tudo que ela sabe sobre a Terra Alta, o mundo de seus pais. Ela é uma septã – antes que os garotos perguntassem o que era uma septã Allan prosseguiu sem dar brechas pra perguntas – Septã é uma tutora para jovens lordes, a Madame Reine é a melhor de toda Garia e em poucos meses saberão tudo como se estivessem nascido aqui.

-Agora o Justicar Allan tem muito a fazer meninos – fala a septã – Allan pode ir que eu assumirei daqui em diante esses lordezinhos.

-Realmente tenho que ir. Não se preocupem meninos vocês estão em boas mãos, Madame Reine foi a septã do próprio príncipe Bash e sua irmã Andrômeda.

-E Irish onde deve ir? – Irish sentiu-se excluído

-Ora por muito tempo você serviu a casa dos Benjamins como familiar, agora pode servi-los como qualquer pessoa livre o faria.

-Não, Irish será um convidado – diz Lucas – Ele é livre e deve escolher o que irá fazer.

A atitude de Lucas impressiona o Justicar que aprova com um sorriso.

-É mano, Irish é nosso amigo e nos salvou daqueles homens. – complementa Samuel.

-Irish...Irish – o Leprechau tentava procurar as palavras adequadas, seus olhos estavam cheios de lagrimas – Ser amigo dos pequeninos mestres... mas... Irish... querer servi-los de bom grado e com um bom brado. – essas últimas palavras quase não saíram, ele estava envergonhado e tímido. O que resultou em uma gargalhada de todos.

-Tá bom, se nos quer servir então que sirva como um amigo e não como familiar ou serviçal. Você é nosso amigo e pronto. – afirma Lucas.

-Senhor Allan o que o senhor vai fazer? – pergunta Samuel

-Tenho que ir para o conselho de professores de Arcania, como faltam somente quatro meses para a admissão de novos alunos dentro de dois meses terá uma seleção e por isso que não posso ficar com vocês. De lá pedirei a ajuda do diretor, o mestre Lugus Tiranus que também é o diretor de Arcania e ver se ele pode nos ajudar com Sylvia.

Allan se despede dos garotos e de Irish e pede para Madame Reine tomar conta dos três. E parte para a tal reunião.

CONTINUA...

RBDiogo
Enviado por RBDiogo em 12/12/2012
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