O mistério da luz vermelha - Introdução

Era fácil de notar que ele não sabia o que estava fazendo. Invadiu as grandes portas que guardavam segredos que, para ele, eram maiores do que significaria para outra pessoa e que ninguém nunca descobriu, talvez por não terem descoberto as perguntas ou por falta de interesse. Sua curiosidade fazia o suar: seus pés escorregavam dentro de seus sapatos velhos, suas mãos, brancas, suavam enquanto delicadamente driblavam a segurança da fechadura da porta que escondia seu grande mistério. Pensava que seria um grande tesouro, ou um pergaminho, ou então algo que o surpreendesse.

Estava prestes a realizar o projeto que arquitetara a tempos e que o faria descobrir o que escondia aquela bendita porta. Estava a tanto tempo plantado em frente a porta que já conversava com a fechadura e ouvia cada estalo que fazia, até que ou ouviu passos, desesperado, correu até o altar e se escondeu atrás da grande cruz, ficou ali por alguns minutos até que foi vencido pela curiosidade e sorrateiramente espiou: vir três clérigos andando do lado de fora da Igreja, um para, olha para a porta e caminha atentamemte em direção a ela, passa o olho por todos os lados, olha para seu companheiro de caminhada e diz: “ Eu já não te disse para fechar essa porta, qualquer dia encontraremos um gatuno dentro da igreja e a culpa será toda sua!”, dito isso, fechou a porta e se foram.

Ao notar que já não estavam por perto, levantou-se, foi em direção a porta e se empenhou novamente sobre ela. Pensou nas palavras daquele senhor, mais precisamente na voz dele, ela o lembrava alguém. Quando estava para retomar sua ambição alguém entra na igreja e aos prantos ajoelha-se e grita: “ POR QUE? É SEMPRE COMIGO QUE ESTAS COISAS ACONTECEM?”.

Tomado pelo ódio e impulsionado por seus reflexos investiu num impulso ágil, para trás do altar, decidiu que seria melhor ficar ali, imóvel, até que o desesperado, terminasse sua súplica em forma de poesia melancólica, sem rimas nem métrica, mas com puro sentimento.

Encostado, tendo que aguardar o incerto, começou a pensar em tudo que passara, no porquê tinha tanta curiosidade de descobrir o conteúdo daquela sala, em sua mãe, em seu passado e principalmente em seu futuro. A princípio não encontrara respostas, muito menos as perguntas certas, só o breu da ignorância e a ganância de saciar sua curiosidade.