Enfim só...
 
 
...e de repente não mais reconheci aquele rosto, antes tão familiar e sorridente. Era tão belo e iluminado, e num átimo tornara-se, frio, distante, sem luz nem brilho. O tempo lhe consumira os traços, desandara como o tilintar dos pássaros mortos. 
...e liquefez-se na languidez consumada, diante do nada no peso do ar que hora nunca mais sentiria. Foi um terrível cataclismo por onde se via apenas, o colar de seios que beijara e um varal de corações, que despedaçara.


...e todas foram juntas, trajadas em vestes coloridas,
em suas mãos seus notebooks, procurando na internet,
velhas piadas cansadas, que comicamente narravam sua estória.



Serviam bem casados às outras que com elas se amontoavam. ...o defunto ainda sorria, quando em brados alguém, na porta do inferno disse:
 
ENFIM SÓ!

Partiu enquanto a festa rolava ao som dos anos 70.
 
 
Cássia Da Rovare