VÍCIO

VÍCIO

Corre o ano de 2025. As liberdades individuais estão em sua plenitude, vigora um estado democrático de direito e tudo corre as mil maravilhas em Zilbra, uma potência da América Latrina.

Em uma rua de sua principal cidade, Marcos corre em desabalada carreira, fugindo de uma patrulha de policiais que o perseguem. Exausto, é alcançado e algemado, sob aplausos de um grande número de transeuntes aparvalhados. Ao efetuar sua prisão, um dos policiais relata a razão e informa seus direitos. Está sendo preso por consumo ilegal de tabaco, droga de alto poder destrutivo, que além de causar dependência, afeta todo o comportamento do indivíduo, que passa a ser um risco a sociedade no seu livre ir e vir. O crime é inafiançável, portanto aguardará julgamento em prisão de segurança máxima, as penas variam de 10 a 50 anos em regime fechado.

Após a informação, entre tragadas profundas em cannabis e em cachimbinhos de crack, injeção de coca nas veias e carreirinhas aspiradas, bebeção de energéticos com ecstasy e outras inúmeras variações, o grande número de populares tem que ser contido, para não partirem para o linchamento do detido. Com dificuldade a ordem é restabelecida e todos partem para mais um dia, com seus olhares perdidos num horizonte inexistente, mas, livres da praga da nicotina e de mais um viciado extremamente perigoso.

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 27/10/2012
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