A maldição de Alabin
A fé dos egípcios em seus deuses era, literalmente, inabalável. O respeito aos deuses era imenso e a intervenção de um deus na vida de alguém era certamente uma honra. Porém, com o passar do tempo, a maioria das crenças começa a se defasar e a população começa a desacreditar em algumas crenças que antes eram fonte de louvor de todos.
Assim aconteceu com Maet, deusa da Justiça e do Equilíbrio, que passou a ser desrespeitada pelo povo. Isso aconteceu quando o Faraó Alabin estava no poder. Ele possuía doenças neurológicas não constatadas na época e, por isso, dava ordens inexatas e incoerentes. Assim, os atos do líder eram inteiramente insanos e sem sentido para sua cultura.
Certa vez, ele decretou que queria sua pirâmide com duas pontas, mas os escravos que trabalhavam na construção concluíram que era algo inviável e tentaram fazer algo que se assemelhasse ao que Alabin queria, mas, ao ver a construção, ordenou que todos fossem mortos por desobediência a sua ordem - que nunca foi atendida.
E, como ele nunca possuíra grande gosto por Maet, deusa da Justiça e do Equilíbrio, declarou que ela era indigna de ser louvada na categoria de deusa com ele, um deus Faraó. E, portanto, ela não era mais considerada uma deusa.
Diante de seu decreto, Alabin lançou uma maldição faraônica sobre a deusa e seus elementos simbólicos: todo aquele que venerasse à justiça e à sabedoria seria dado, pelo menos uma vez na vida, como insano e ninguém a sua volta atenderia àquilo que fosse decretado como justo, logo, todos que não prezassem a sabedoria e a justiça seriam acometidos de um ceticismo ímpar e de uma aguda ignorância, de modo que aquele que prezasse os elementos fosse inteiramente ignorado pelos demais. E assim se fez.
Até hoje essa maldição vigora, com uma única chance de o mundo livrar-se dela: todos serem adeptos à sabedoria e à justiça, de modo que não haja pessoa contrária aos elementos simbólicos de Maet, que voltou a ser reconhecida como deusa pelo Faraó que sucedeu Alabin.
Convenhamos, vamos viver com a maldição até o fim dos tempos.