SIMPATIA PARA O ERÊ
REPUBLICANDO EM HOMENAGEM ÀS CRIANÇAS
SIMPATIA PARA O ERÊ
Estávamos lendo o jornal numa sexta-feira, pois queríamos ir ao cinema, à noite, assistir a uma sessão numa sala bem baratinha como as do Estação Paço ou do Cine Odeon, um programa gratuito, ou viável para nós. Era inverno e não havia sol suficiente para a praia, estava muito frio por sinal. Desejávamos que nosso amor se estendesse até as ruas e a companhia um do outro era extremamente agradável. Não tínhamos vídeo cassete, quanto mais aparelho de DVD, nada atrativo em casa, até a nossa cama era um sofá-cama muito duro e estreito, mas era nosso ninho. Éramos dois duros, morando numa pequena casinha nos fundos de uma vila, no bairro do Estácio, só havia um quarto, uma pequena cozinha, onde o fogão não cabia, tinha que ficar na sala, e um banheiro. Trabalhávamos, honrávamos as dívidas, mas nunca tínhamos dinheiro suficiente para um lazer melhor, para as necessidades básicas, para o essencial. Contávamos centavos, mas nos amávamos e apesar de tudo éramos felizes, tínhamos a paz das pessoas que se amam, só que mais um pouquinho não seria demais. Pois bem, lendo o jornal ( um dos mais baratos, popular ), nos deparamos com uma simpatia para ter prosperidade : “ Compre um saquinho com balas e doces, leve até uma encruzilhada, na última sexta-feira de lua cheia do mês e diga: - Erê, estes doces são para você, se possível, atenda meu pedido.... ( faça o pedido) e deixe os doces.”
Decidimos comprar os ingredientes para a simpatia, vale ressaltar que nós somos agnósticos, mesmo assim, não custava quase nada tentar realizá-la, porque as crianças são levadas, mas são espontâneas e puras, acreditamos nelas. É tão engraçada a harmonia dos casais que se amam, são afins até nas crenças. Acreditamos em destino também e que pessoas se merecem, são feitas umas para as outras. Escolhemos um cruzamento próximo de nossa casa, e depositamos as guloseimas, nossas expectativas e nossos corações. Fomos com o nosso fusquinha ano 1979, amarelo-ouro chamado Moisés, depois pegamos o túnel Rebouças e paramos em Copacabana, nem sabíamos que estava acontecendo um show com um famoso DJ Inglês, voltamos para casa às 20 horas. Passaram-se três dias e meu amor recebeu um telefonema avisando ter sido depositada uma boa quantia em sua conta, referente a uma dívida. E eu recebi no mesmo dia gratificações retroativas. Exclamei : - Funcionou...A simpatia funcionou!
No outro final de semana à tarde, estava só em casa, no sofá, quando escutei um barulho de pratos na cozinha. Estiquei meu pescoço para ver o que era, mas não tive medo. Perguntei: - Quem é? E veio um menino negrinho de uns oito anos correndo em minha direção, ele virou de costas, deu um salto para dentro do meu corpo, que foi para frente e para trás com o impacto. Não me lembro de mais nada do que aconteceu naquele dia.
Encontrei, no domingo seguinte, minha irmã que tem espiritualidade e às vezes sabe desvendar certos enigmas. Contei tudo o que aconteceu, e perguntei se o fato de eu ter talvez ( porque eu podia ter me sugestionado) incorporado o escurinho tinha a ver com a simpatia na encruzilhada. Ela simplesmente respondeu : - O Erê aceitou o seu pedido!
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COLEGAS, ESCUTEM MEUS ÁUDIOS MUSICAIS! BEIJOS
REPUBLICANDO EM HOMENAGEM ÀS CRIANÇAS
SIMPATIA PARA O ERÊ
Estávamos lendo o jornal numa sexta-feira, pois queríamos ir ao cinema, à noite, assistir a uma sessão numa sala bem baratinha como as do Estação Paço ou do Cine Odeon, um programa gratuito, ou viável para nós. Era inverno e não havia sol suficiente para a praia, estava muito frio por sinal. Desejávamos que nosso amor se estendesse até as ruas e a companhia um do outro era extremamente agradável. Não tínhamos vídeo cassete, quanto mais aparelho de DVD, nada atrativo em casa, até a nossa cama era um sofá-cama muito duro e estreito, mas era nosso ninho. Éramos dois duros, morando numa pequena casinha nos fundos de uma vila, no bairro do Estácio, só havia um quarto, uma pequena cozinha, onde o fogão não cabia, tinha que ficar na sala, e um banheiro. Trabalhávamos, honrávamos as dívidas, mas nunca tínhamos dinheiro suficiente para um lazer melhor, para as necessidades básicas, para o essencial. Contávamos centavos, mas nos amávamos e apesar de tudo éramos felizes, tínhamos a paz das pessoas que se amam, só que mais um pouquinho não seria demais. Pois bem, lendo o jornal ( um dos mais baratos, popular ), nos deparamos com uma simpatia para ter prosperidade : “ Compre um saquinho com balas e doces, leve até uma encruzilhada, na última sexta-feira de lua cheia do mês e diga: - Erê, estes doces são para você, se possível, atenda meu pedido.... ( faça o pedido) e deixe os doces.”
Decidimos comprar os ingredientes para a simpatia, vale ressaltar que nós somos agnósticos, mesmo assim, não custava quase nada tentar realizá-la, porque as crianças são levadas, mas são espontâneas e puras, acreditamos nelas. É tão engraçada a harmonia dos casais que se amam, são afins até nas crenças. Acreditamos em destino também e que pessoas se merecem, são feitas umas para as outras. Escolhemos um cruzamento próximo de nossa casa, e depositamos as guloseimas, nossas expectativas e nossos corações. Fomos com o nosso fusquinha ano 1979, amarelo-ouro chamado Moisés, depois pegamos o túnel Rebouças e paramos em Copacabana, nem sabíamos que estava acontecendo um show com um famoso DJ Inglês, voltamos para casa às 20 horas. Passaram-se três dias e meu amor recebeu um telefonema avisando ter sido depositada uma boa quantia em sua conta, referente a uma dívida. E eu recebi no mesmo dia gratificações retroativas. Exclamei : - Funcionou...A simpatia funcionou!
No outro final de semana à tarde, estava só em casa, no sofá, quando escutei um barulho de pratos na cozinha. Estiquei meu pescoço para ver o que era, mas não tive medo. Perguntei: - Quem é? E veio um menino negrinho de uns oito anos correndo em minha direção, ele virou de costas, deu um salto para dentro do meu corpo, que foi para frente e para trás com o impacto. Não me lembro de mais nada do que aconteceu naquele dia.
Encontrei, no domingo seguinte, minha irmã que tem espiritualidade e às vezes sabe desvendar certos enigmas. Contei tudo o que aconteceu, e perguntei se o fato de eu ter talvez ( porque eu podia ter me sugestionado) incorporado o escurinho tinha a ver com a simpatia na encruzilhada. Ela simplesmente respondeu : - O Erê aceitou o seu pedido!
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COLEGAS, ESCUTEM MEUS ÁUDIOS MUSICAIS! BEIJOS