Tricky, o Marujo

Um jovem casal de brasileiros, milionários, resolveu fazer algo excêntrico na lua de mel. Conseguiram acomodações num pequeno navio de cabotagem que operava de Lisboa ao Mar do Norte.

O Rose Pena estava atracado num dos píeres em Bristol. Ventava e chuviscava um pouco. Isto não impedia que o comandante Patrick Higgins passeasse na asa do passadiço a bombordo. Ele tinha recebido um comunicado sobre o casal de brasileiros que embarcaria ali para ir até Bergen, na Noruega. Parecia que aqueles brasileiros eram sócios daquela companhia de navegação. Enfim, excentricidade não era uma praga somente reservada aos ingleses.

O casal acomodou-se na pequena suíte do armador (proprietário do navio) ao lado do camarote do comandante. O capitão Tricky gostava de fazer as refeições junto com o resto da tripulação, assim ele convidou Carmem e Francisco que o acompanhasse.

Como era de se esperar, a presença de uma mulher a bordo não deixava ninguém à vontade. No entanto a tripulação foi cortês e houve até uma certa socialização, mas notava-se o excesso de maneirismos do casal em querer ser agradável. Francisco, principalmente, sentia-se incomodado pela atenção explícita, dada a Carmem.

Depois do jantar, já com o Rose Pena a toda força enfrentando as águas do Mar da Mancha, o capitão Tricky os convidou para um drinque, conforme a tradição. Depois da primeira rodada, servida em pequenos copos com brandy, Francisco passou a ser Chico e ficaram conhecendo melhor o capitão Patrick, agora Tricky.

- Aqui no Reino Unido, o militar não se mantém trabalhando para as forças armadas em tempo integral. Nós podemos ter um trabalho paralelo. Há cada três meses eu substituo o capitão Cobbett, enquanto ele tira um mês de férias. E sempre no verão...

- Voce é casado? – pergunta Carmem num inglês perfeito.

- Ainda não. – responde Tricky, um pouco encantado com a beleza de Carmem, que apesar do nome latino, parecia qualquer garota européia. Aliás, aquilo intrigava Tricky. O que ele sabia do Brasil era Pelé e de uma visão de uma multidão de mulatos e negros tocando pandeiros fantasiados exoticamente. A conclusão que Tricky chegou era que o Brasil era ainda uma colônia. A elite branca era a elite governante. Ele tinha ali dois exemplos.

Chico já começara a administrar as empresas da família. Seu inglês era perfeito e sua conversa divergiu sobre operações de trafego de mercadorias e transportes. E por mais que Tricky lhe fazia notar que ele pouco entendia sobre tais assuntos, Chico continuava martelando sobre como se deve empresariar uma companhia de navegação e numa total desinibição começa a se servir da garrafa de brandy. Carmem não demonstrava preocupação pois sabia o quanto o marido podia beber. Só começa a ficar enfadada por não conseguir manter uma conversação junto com os outros dois. Isto era uma coisa que chateava Carmem a respeito do marido, o ego enorme.

Chico, um homenzarrão, quase da altura de Tricky que tinha um metro e noventa e cinco, sabia beber como qualquer europeu bom de copo. Porém, Chico não sabia dos efeitos do balanço do mar. Duas horas depois, ele estava deitado, gemendo, depois de ter vomitado todos os jantares que ele tinha lembrança. Carmem, por sua vez, parecia que era imune ao enjôo marítimo. Tricky, depois de tê-lo medicado, deixou-os e foi para o passadiço fazer o seu quarto de serviço.

Carmem, sentada ao lado da cama, observando o todo poderoso Chico, agora reduzido a um feto gigante que gemia, sente algo como uma sensação de glória por ser mulher e aparentemente mais fraca. Somente Chico era imprestável. Ela era tão forte como aqueles viris tripulantes. Ela era poderosa! Tinha vontade de sair comandando a todos, conquistando a todos. Naquele navio, naquele mundo, ninguém era mais forte que ela.

Provavelmente devido aos dois cálices de brandy e aquela atmosfera de exarcebação de sua personalidade, Carmem decidiu ir até ao convés principal.

Os balanços eram suaves e se podia andar com firmeza no convés ao ar livre. Fazia um pouco de frio e algumas rajadas das cristas das ondas alcançavam Carmem. Mais uma vez a sensação de poder tomou conta dela. Mas, o porque ela foi até o passadiço com as roupas molhadas coladas no belo corpo, só ela mesma pode justificar.

- Seria conveniente que a senhora fosse se enxugar. Poderá pegar um resfriado...

- Voce teria uma toalha por aí?

- Deve ter uma, no lavabo, atrás do camarim das cartas.

- Eu não sei o que isso de camarim de cartas... Voce não poderia pegá-la pra mim?

Quando Tricky volta trazendo a toalha encontra Carmem sem a blusa, mas com o sutian e despindo a última perna das calças. Com típico autocontrole britânico Tricky entrega a toalha a Carmem fingindo não perceber a seminudez dela.

- Me ajuda a enxugar as costas?

Tricky tem a sua frente uma bela mulher de quase um metro e setenta e curvas carnudas milimetricamente perfeitas. Carmem não se mexeu quando ele pousou as mãos em seus ombros, mas estremeceu quando sentiu seus glúteos serem pressionados pela protuberância dele. Ela esperou pelo próximo passo. O ato sexual iria culminar com toda a sensação de poderio que ela sentia.

Tricky a virou e suavemente colou seus lábios nos dela. Carmem correspondeu ao beijo, mas permanecia inerte de corpo. Ela se sentia uma deusa em que seu súdito tem que elevá-la ao êxtase. Todas as ações deveriam ter como mérito o seu corpo e nada poderia ser pedido em troca.

Toda contida atitude de Tricky se anula ante ao calor e gosto dos lábios de Carmem. Parece que seus músculos se expandem como se ele fosse o Hulk. O monte de Vênus de Carmem reage ao exaspero carnal dele. Ela ficaria assim para sempre. Livre, dona de si, nada a impedi-la de fazer o que quisesse.

Tricky acaricia o corpo de dela aonde é possível. Logo ele vai abaixando as calcinhas dela.

- Não! Não, pára! Não é assim que quero!!

As mãos de Tricky estão por dentro das calcinhas, já arreadas até o meio das polpudas nádegas. Os hormônios ainda o dominam, portanto ele não pode parar.

Carmem consegue por os dois antebraços no peito de Tricky e o afasta abruptamente. Ele leva uns dois minutos para sair do atordoamento que Carmem o levara. Ele a vê se vestindo e arrumando os cabelos e desaparece do passadiço.

Na manhã seguinte, uma viçosa Carmem aparece no passadiço. Não encontra Tricky, mas o oficial de serviço. Ela pergunta aonde pode tomar uma xícara de café.

- No camarim de cartas tem uma mesinha com uma chaleira elétrica, saquinhos de chá e café instantâneo. A senhora pode se servir.

- Ah... muito obrigada. Voce sabe onde está o capitão?

- Provavelmente no escritório de carga.

- Bom. Vou fazer um chá. Café solúvel não é meu forte. Obrigada

Ao passar pelo refeitório, Carmem vê alguns tripulantes. Ao cumprimentá-los, um deles puxa conversa. Carmem se sente bem, exultante até, por está ali, sentada na borda de uma mesa conversando normalmente enquanto ela nota que disfarçadamente eles estão avaliando suas curvas. Então ela vê Tricky passar e ele pergunta como está passando Chico.

- Ainda enjoado.

- Isso dura até três dias, às vezes. À propósito, estaremos chegando a Rotterdam às dezesseis horas – comenta Tricky impávido.

- Capitão, gostaria de falar com...

- Pode falar...aqui mesmo.

- É...bem. É sobre os passaportes. Sim, é sobre os passaportes – Carmem disfarça sua decepção.

- O primeiro oficial cuidará disso pra vocês. Não se preocupe – E lhe dando uma continência, Tricky segue seu caminho.

- Capitão! – Tricky ouve a voz de Carmem atrás de si – Capitão, o Francisco pediu que as refeições fossem feitas em nosso camarote. É possível?

Chico não tinha pedido nada disso. Carmem queria voltar a dominar aquele marujo.

- Está bem – e mais uma vez a decepcionada Carmem vê o seu objeto de desejo se afastar.

Chico, Carmem e Tricky estão sentados em volta da mesa na sala do camarote do comandante. Chico apesar de ainda estar se sentindo mal, não deixa de ser um falador nato. Ele faz mil perguntas e às vezes não espera a resposta e já engata outra pergunta. O ambiente começa a ficar enfadonho. O belo pezinho de Carmem vem alegrar toda atmosfera. Como uma fuinha, os dedinhos do insinuante pé acariciam até onde pode a parte interna de uma das coxas de Tricky.

A única noção do perturbamento de Tricky é que ele bebe todo o brandy de uma só vez.

Netuno devia estar aflito pra saber o quê aqueles dois iriam fazer, assim ele decidiu intervir.

- Uau! Que balançada – exclama Carmem se segurando nos braços da cadeira.

- Devemos estar entrando na embocadura do rio Maas. Em duas horas estaremos chegando – esclarece Tricky.

- Acho... acho que vou ao banheiro! – um pálido Chico penosamente se levanta.

- Eu lhe ajudo – Tricky o ampara pelos ombros e o leva até a porta do banheiro, seguidos por Carmem.

Assim que a porta se fecha, Carmem, ainda por trás de Tricky, alcança um rodo que estava do lado da porta, o inverte e o coloca por baixo da maçaneta. Tricky sabe o que tem a fazer agora.

- Nada de penetração... – lhe diz Carmem se aconchegando no tórax dele e oferecendo os carnudos lábios para serem beijados.

Tricky a beija. De repente ele a vira e com uma das mãos espalmada nas costas dela, ele a mantem suave mas firmemente encostada com o rosto e o busto à porta do banheiro. Com a outra mão ele suspende o vestido, acha o elástico da calcinha e com um forte puxão deixa todos os orifícios de Carmem a sua mercê.

Carmem não pode reagir. Ela não pode protestar nem esmurrar a porta e com certa apreensão ela sente a rombuda ponta da protuberância fazer um sobe-e-desce pelos seus lábios vaginais.

Carmem sente a pressão em suas costas desaparecer, mas sem saber porque ela permanece nessa posição. Algo na vulnerabilidade a excita mais ainda. A mão de Tricky lhe acaricia a nuca por alguns segundos e depois pegando um chumaço de seus cabelos, puxa delicadamente sua cabeça para trás e torcendo ambos os pescoços, eles se beijam sofregadamente ao mesmo tempo em que a coluna de músculos de Tricky é aceito no aveludado recanto vaginal da bela adúltera.

A volúpia de Tricky não se resume somente a esta posse. Aquilo era somente o hors-d´ouvre do dote que Tricky tinha direito por ter sido levado aquela “situação de leviandade”. Carmem também se encontrava num estado de prazerosa levitação que sentia todo seu corpo como uma só zona erógena. Mesmo assim ficou com a respiração suspensa quando percebeu a intenção de Tricky.

Nesse ínterim, Chico, já refeito do mal estar, vai pondo a mão na maçaneta e Netuno intervém novamente. Um balanço mais forte faz Chico recuar e ele apóia-se na antepara. O mesmo balanço ajudou Carmem aceitar mais da metade da alma cilíndrica de Tricky aonde só saia e antes nunca entrara.

Chico torce a maçaneta e ela não cede. Ele grita pela esposa e soca a porta.

- Calma! Calma, Chico! O balanço deve ter empenado a porta! Fique calmo que vou chamar o mecânico para arrombar a porta – grita o apalermado sodomizador de Carmem.

Só resta a Chico a sentar-se no tampo da vaso sanitário e de vez em quando escutar leves socos e arranhões do outro lado da porta.

-É voce quem está aí, Carmem?

- Sou...sim sou eu... meu amor! O capitão foi... buscar... ajuda! Estou...tentando...abrir de qualquer jeeeiiito!!

- Não se preocupe! Eu estou bem. Pode levar o tempo que for que eu não vou entrar em pânico. Estou bem!

Quinze minutos depois a porta é aberta por Tricky e um calmo Chico vê sua bela esposa com rosto afogueado sentada elegantemente, mas de ladinho, bebericando alguma coisa.

- Não me diga que voce chorou! Está com as faces vermelhas! Vocês, mulheres... são tão bobas!- Chico se inclina e a beija ligeiramente nos lábios. Ele já está se sentindo bem melhor.

Raferty
Enviado por Raferty em 23/02/2007
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