Cortando Vento

Descendo a rua, vai o rapazote, e suas duas mulheres o acompanham, as únicas de sua vida! Caminha desconfiado, pouco acreditando no que via..

Um senhor gordinho vinha subindo a rua em sua bicicleta, em sentido contrário, e intima o jovem para uma queda de braço.

O rapazote, agora muito desconfiado, olha para suas mulheres e diz para elas irem indo na frente. Elas saem.

O homem gordinho deixa a bicicleta de lado e chega mais perto. Faz-se perceber - nitidamente - seu estado de embriaguez, agora que ele cambaleava segurando sua garrafa de vodka smirnoff tridestilada.

O rapazote estava bem, jovem, sadio, duas mulheres o acompanhando mas não se sentia à vontade para lutar. Parecia preso pelas correntes da imposição moral que o acometia.

- Mas que inferno de karma e praga seria aquela? - pensava agora.

O senhor da bicicleta já estava empaciente e começava a rodear um carro ali próximo, procurando externar a sua ansiedade.

Enquanto isso o jovem conseguia distanciar-se daquilo tudo e pensava, perplexo:

-Um velhote, barbudo, usando camisa apertada, ou seja, gordinho, chinelão rayder nos pés, numa bicicleta. Como pode? Como ousa me desafiar dessa maneira.

Não obstante estar consciente da incapacidade do velhaco, pior ainda seria atestar sua frouxidão, ao fugir de tal duelo.

E aconteceu como por último quisera. E fugir pelos ares era a melhor opção. Afinal, sabia de tudo mas não acreditar doeria menos. Preso nas própria armadilha, proseguiu, alçando voo:

O Céu seria o limite. Pudera!! Mal sabia o mancebo que os tesouros vindos da terra valeriam ainda mais que todas as nuvens que pudesse alcançar.

Thome
Enviado por Thome em 24/09/2012
Reeditado em 28/09/2012
Código do texto: T3899409
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.