Expresso da meia noite
Marcaste um encontro,
Com um Q de Mistério.
A meia noite em ponto,
Na porta do Cemitério.
Veio toda de branco,
E nas mãos um buquê.
De lírios brancos,
Que empunhava com certo blasé.
Seus cabelos negros como a noite,
Tocavam a sua na cintura,
Suas raízes estavam maltratadas,
E pediam uma tintura.
Suas unhas eram compridas,
Além do normal.
Estavam disformes,
Contrastando com a palidez residual.
Pediu-me para lhe acompanhar,
Bem próximo na quadra A.
Tinha um segredo,
E precisava me contar.
Era moça, até entregar-se.
Fui antes desposada,
E deixada no altar.
Solidão doía e da vida decidi resignar.