UM ANJO VIAJANTE
Olhava pela janela do meu carro e via tudo ficando rapidamente para trás, eu tinha pressa, olhei pelo retrovisor e imaginei como tudo se torna passado tão rapidamente. Fiquei a imaginar como teria sido se tivesse eu escolhido outra rua para passar, tudo seria diferente, movimentos diferente, mas nem por isso deixaria de ser passado.
Uma musica tocava, me sentia só, lembrei de momentos já vividos que se tornaram passado, mas eternizados.
O movimento na avenida era grande, uma cidade que não para, pessoas que vem e vão muitas vezes sem saber para onde, todos tem pressa, para quem sabe chegarem a algum lugar.Mas no meio de todo aquele movimento, barulho, eu estava só.
Então algo me chamou a atenção, um vulto, uma sombra que me olhava. Ouvi meu nome. Resolvi parar e descobrir o que aquela sombra desejava.
Me aproximei enquanto ouvia meu nome.
Medo? Não! Pelo contrário, me sentia em paz, como se nos conhecêssemos a muito tempo.
Sem dizer nada, apenas me olhando com os olhos brilhando, me estendeu a mão e disse suavemente, VENHA, VENHA COMIGO, DESEJO LEVA-LA PARA CONHECER UM MUNDO DISTANTE, senti um frio por dentro, uma vontade imensa de ceder, estender minha mão e deixar me levar.
Algo me impedia, me mantinha no chão.
Então respondi, NÃO POSSO, NÃO AINDA.
Aquele belo vulto me respondeu: COMPREENDO.
Delicadamente segurou-me o rosto, olhou me dentro dos olhos como se tocasse minha alma, senti-me estremecer e me disse: NÃO SE PREOCUPE, ESTAREI SEMPRE PERTO DE VOCÊ.
Virou-se e foi embora, fiquei ali parada por um longo tempo enquanto uma lágrima descia pelo meu rosto, e fiquei a imaginar quando eu veria novamente este ANJO.
Voltei para meu carro e segui em frente, mas com uma única certeza. Eu já não estava só.
Elcia Garcia