O Dia em Que A Cidade Parou.

Ele caminhava desolado sem saber nem mesmo que rumo tomar,apenas caminhava levado pelo vento de inverno.Um Hospital à frente.Gritos,correrias,rostos estarrecidos,pessoas em macas e corredores,um desalento total.Os médicos não sabiam o que fazer,nem as enfermeiras.Não havia Eletricidade,nada funcionava,nem o gerador próprio.Os médicos sentiram a impotência transparecida em seus rostos.Enfermeiras choravam,pessoas gritavam desesperadas.Nada a fazer.Não havia como fazer exames e diagnósticos.Ambulâncias não trafegavam por falta de gasolina.E cada vez mais pessoas se aglomeravam na porta do Hospital.Vândalos saqueavam lojas e casas de comércio,fechadas pelo Apagão Geral.Turbas caminhavam em busca de um não-sei-o-quê.A Polícia estava inoperante,pois não tinha como se locomover,apenas alguns soldados se arriscavam,em turmas,a andar pela cidade.Bancos tinham suas portas de vidro estouradas e caixas estouradas pela turba ensandecida.Não havia Governo mais.Grupos se organizavam com armas para defenderem estabelecimentos e casas e condomínios.Uma sujeira total.Ratos e baratas passeavam por sujeiras humanas e restos de alimentos estragados,atirados pelas ruas e praças.Ele,solitário e indeciso,via todas as augruras e viajava em sonhos acordados lembrando da época da infância,da água na bica,do correr livre por quintais e campos.Sonhava porque a Realidade era muito triste e desoladora.Não havia nada a fazer. Em determinado ponto da andança,percebeu um templo religioso.As pessoas cantavam muito alto e choravam.Pessoas tentavam arrancar os cabelos no desespero que pairava sobre a cidade.Não havia dinheiro,nem comida,nem água.Locais onde havia foram todos saquados.Pelo menos orar era uma forma de amenizar o Medo e Temor pelo Desconhecido.Algumas carroças que tentaram se movimentar foram paradas e seus animais sacrificados para fazer comida a bandos amalucados.Pessoas andavam a esmo sem rumo nem direção.Não havia o Tempo. Nenhum relógio funcionava mais.Qualquer noção de Tempo estava perdida ou desvairada,já que o Sol não aparecia coberto por densas nuvens e um negror se espalhava pela cidade.Ele observou tudo aquilo e sentou-se num banco de Praça,respirando um pouco de verde que ainda restara num ambiente quase morto. E dormiu...

Chico Chicão
Enviado por Chico Chicão em 03/07/2012
Código do texto: T3757433