A NINFA....
Ela era bela. Tinha os cabelos longos e levemente ruivos, os olhos azuis e o rosto delicado. Seu corpo esbelto, mas curvilíneo, despertava nos homens e nos centauros um desejo enlouquecedor.
Era jovem e tinha o frescor que a juventude carrega, mas trazia dentro de sí a impaciência e a pressa de ser feliz.
Seu vestido branco e diáfano esvoaçava, enquanto ela, descalça, passava de uma pedra à outra, no meio do rio das flores.
O lugar era magnífico.A tarde caia como se quisesse levar consigo todas as cores do firmamento.As árvores milenares, guardavam segredos e deixavam a luz passar, rasgando a escuridão que teimava em aparecer. Os animais mágicos logo estariam por alí, disso ela sabia, mas a ninfa já conhecia todos aqueles caminhos...
Seu peito ardia. Queria aprender a amar. Queria ser amada. Não precisava mais dos belos corpos. Queria o olhar das almas.Queria enxergar as dores e curar as aflições. Queria possuir o sol e beijar a testa da lua. Queria que seu corpo pertencesse ao infinito...
Então, ela que era a mais bela das ninfas, decidiu.
Inspirou fundo o aroma da floresta viva, fechou os olhos cor de mar e sorriu...
Abriu os braços, como se seus braços fossem abraçar o mundo, e pediu aos quatro elementos a FORÇA.
Sentiu a brisa chegando e deixou que ela se transformasse em ventania. Uma ventania repleta de aromas e histórias...
Seu peito expandiu-se,
e num jato de luzes incandescentes,
ela dissipou-se no meio da bruma...
Entregou-se ao uno... E foi ser feliz...
Hoje, ela é o sol,
a lua,
as estrelas,
a areia que corre junto com as águas do rio...
Ela é o próprio rio e suas infindáveis corredeiras...
Hoje, ela é imensidão...