"Terra encantada misteriosa é Santarém"

Presta bastante atenção

Em tudo que vou contar

Essa história aconteceu

Numa cidade,no oeste do Pará

Em um lugar refletido em magia

Tudo é misterioso,você vai se encantar.

Aqui em Santarém,no estado do Pará

Tudo enquanto se transforma em ousadia

O orvalho que cai,na calada da noite

As gotinhas reluz,na manhã do outro dia

O boto exala cheiro de moço,na beira da praia

Acontece desgraças,quando a coruja pia.

Nossas praias exuberantes nos cativa

Nós enchemos de orgulho ser da quir

O nosso Pará,porém é esquecido

Sempre fora da mídia,e não lhe faltam Q-I

As noticias ruins dominam na tela

Mas nossas florestas,não nos deixa sumir.

Nessa terra,que respira mistérios

Até saci pererê dança de um pé só

Mãed'água se banha na beira do rio

Fogosa rebola dançando carimbó

Mexendo seu corpo,e seus cabelos compridos

Negros como a noite,enroscando no seu mocotó.

No caminho da roça,têm ma tinta perera

Assobiando ao vento,de passos apressado

Seus dentes pretinhos de cor de carvão

Os olhos vermelhos,grandes arregalado

Coberta de folhas,unhas pontudas

Nariz bem comprido,cabelos esticado.

Cai na risada,faz mangofa de gente

Faz o povo tremer com medo medonho

Arrancar na carreira,por dentro da mato

O ser é feioso,o ser é bisonho

Ma tinta perera é figura bizarra

Não quero lhe ver,nem pintada em meu sonho.

Carreira danada deu foi velho pescador

Quando pescava, em um dos rio daqui

Acendeu um cigarro de palha,começou a pitar

Quando avistou, a cobra sucuri

Que engoliu o pobre do velho,de ponta cabeça

Você já imginou,por onde ele foi sair.

O cigarro do velho,uma brasa enorme

Empurrou na barriga da cobra,que ela cuspiu

Todo melado de gosma,e quase quebrado

Três metros adiante,o velho caiu

A cobra sucuri desapareceu,nas águas

Depois do acontecido,ninguém mais lhe viu.

Ainda é mistério,sumiço de rosinha

A moça bonita,que virou sereia

De tanto ser gorda,ser maltratada

A pobrezinha se imginava muito feia

Até hoje não se sabe,em que ela se virou-se!

Se foi mesmo em sereia,ou em uma baleia.

Quem contava esta história,era dona dadá

Velhina corajosa e sasariqueira

Dava cambalhotas,pulava igual canguru

Gostava de pinga,enchia a gaiteira

Falava de mas, que crescia o gogó

Ainda dizia ser parente de ma tinta perera.

Andava nas matas,daquela floresta

Conhecia os segredos de todos os animais

Dividia comida com onças e javalis

Não temia bicho algum,nem o mas voraz

Falava com bicho na linguagem estranha

Coisas de dadá,que era sábia de mais.

Maromba era esperto,filhote zangado

Metade cachorro,metade zumbi

Carregava nas costas,um novelo de carne

Odiava de sangue,ma tinta perera,e saci

Só respeitava curupira,que era dona da mata

Dava-lhe tabaco,pra ela não lhe persegui.

Curupira atormenta toda a floresta

Ai de quém quizer lhe pedir um favor

De repente o assobio transborda na mata

Vivente fica mudo,e surdo é um horror

Encanta os pássaros,até o uirapuru

Cala-se diante de tanto terror.

Macaco em silêncio,e corvo gigante

Nas lascas dos paus,com medo cerrado

Até as borboletas,destacam temor

As quebradas dos bichos,assustado

Curupira advinha em torno da mata

Ninguém se esconde de seus olhos encarnado.

Nas margens do rio aparece Zoyan

O boto bonito de sorriso alarmado

Que encanta cabocla de pele morena

De pés descalços,e cabelos dourado

Louco de amor no leito da lua

Apaixona cabocla,e sume apressado.

Cabocla menina,as cinco,as seis

De volta na praia resume o efeito

Nas ondas das águas,cortantes dos rios

Lágrimas amargas,escorre em seu peito

Descobre que Zoyan sumiu de seus olhos

Onde se esconde,é mistério perfeito.

Nosso céu é tão lindo! E as nuvens se espalham

Escondendo mistérios em noite de luar

Na beira dos rios as sereias se banham

Perfume se alastra o cheiro no ar

O encontro das águas,branquinha e moreno

Encanta os povos de todo lugar.

Branquinha e Moreno,de fortes atrações

Os botos na luta reluzem teu povoado

Minguante nas cores cheias de vidas

Planteia o azul,com seu tom rosado

Feliz a platéia,multiplicando as crenças

Com tantas batidas,coração enfeitiçado.

Mistério do vento,onde as folhas se empenham

Trazendo fortaleza em cada pendão

A terra encantada tem magia e esplendor

No sopro da brisa,da noite de escuridão

Desponta as estrelas brilhando no céu

Em noite de lua cheia,aparece assombração.

O lobisomem,cavolga no lombo da noite

Porteira aberta atravessa o cercado

Na fuga sem rumo,gemido sem dor

Pulo certeiro,canino afiado

Se correr ele pega,se fica ele come

Só bala de prata reduz o resultado.

Gaviões noturnos, e rasga mortalhas

Dana-se no canto,de vez agorando

Tesoura da morte,fiel e fatal

Se deita no leito do povo assombrando

Se afunda com sete,resume a estreita

Abaixo da terra,se dilacerando.

Aterra encantada misteriosa é Santarém!

O Deus soberano se estampa na gente

Branquinha e Moreno,nos enche de orgulho

Torrão abençoado,Deus nos deu de presente

O sol que nos cobre,brilha mas que brilhante

Por isso nós somos um povo contente.

Dalvanir Machado:

Dalvanir Machado
Enviado por Dalvanir Machado em 25/06/2012
Código do texto: T3744726
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