A Derradeira Canção dos Pássaros de Fogo - Um texto sobre uma aventura de Changeling, o Sonhar.

Normalmente esse texto deveria entrar como "poesia" aqui neste sítio, contudo não creio que lá seja o lugar dele, pois não sou poeta e ele foi utilizado para finalizar uma saga que narrei, a muitos anos atrás, de uma aventura de RPG de Changeling: the Dreaming, ou Changeling: o Sonhar.

Na aventura um grupo de seres que lutavam para não esquecer sua herança feérica e não tornarem-se banais, consumidos pelo outono das eras, sobreviveram às maiores buscas que os heróis poderiam fazer.

De maneira resumida a aventura foi desenvolvida para eles encontrarem um grupo de pequenas estátuas de pássaros, feitos com vários tipo de pedras diferentes, através de perigos reais, imaginários e políticos. E quando a última ave foi conseguida, elas se uniram e tornaram-se uma grande Fênix, de pedra e fogo, que revelou o "segredo" do jogo.

É importante dizer que para um Changeling, o seu nome real significa a essência básica da existência dessas criaturas feitas de pedaços perdidos de sonhos passados. Nomes tem poder, e quem conhece o nome real deles, controla suas vidas.

Essa foi a última canção dos pássaros de fogo, conforme ocorreu em sessão de jogo:

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Os dias de glória das fadas são longos

Enquanto os heróis continuarem a lutar.

Nós os saudamos guerreiros audázes

Que os tambores por vocês venham sempre rufar.

O sonho dos homens criou vida forte

E a espada mesquinha de alguns a tirou.

Sete pecados que são sete mortes,

Setes senhores que o destino esperou.

Senhores elfos que mataram seus pais

Em tempos sobrios e na traição.

A eles desejamos que não haja mais paz

Seus nomes diremos pois sabemos quem são.

E não apenas como são chamados -

Pois seus nomes reais serão ditos também

Mas tenham cuidado com os nomes sabidos

E que seus corações os utilizem para o bem

Abraão, o forte, da casa Dougal,

Seu nome é Aalard nos dias de luz.

Conspirou com os outros tornando-se mau

Matou seu senhor e agora os conduz.

Alexandre Folha Verde, um conde do norte

Que tornou-se lorde com seu ato medonho.

Em um setembro passado foi mensageiro da morte.

Axeile é seu nome, escrito no sonho.

Carlos o Demente, que de um olho é cego.

Para atingir o seu posto foi preciso matar.

Em conchavo com outros ele disse: "Eu nego" -

Quando foi encontrado, e seu nome é Cadmar.

Daniel o Senhor das Fontes, visto foi ele

Saindo do quarto de seu mestre a chorar.

Dannain é o maldito nome dele,

Que culpou um criado, do conde matar.

Gilson Grande Céu, aquele que ri,

O que não tem medo do que é guardado.

Gaidon é seu nome, gravado aqui -

Em minha memória como foi me contado.

Silvana Doce Véu, a senhora dos ventos,

Aquela que o sonho não há de esquecer.

Traiu sua graça por simples momentos.

Solaberge é o nome que a fez viver.

Úrsula a Bela, do rosto perfeito -

Que seduziu o senhor o qual ela matou.

Ursane é seu nome, assim por direito.

E espera a morte, pois ela o amou.

Assim terminamos esse conto tão triste,

Mas temos certeza de que em boas mãos estará -

O destino de sete, cuja honra em riste

Enfraquece com o tempo pois agora não há -

Sequer um momento que não se sintam fadados

Ao fracasso, ou quem sabe a coisa pior.

Sabemos que heróis como vocês são honrados

E que seu destino será sempre o melhor.

Mantenham-se unidos se assim desejarem,

Ou afastem-se para sempre se for do agrado,

Mas no caso de juntos e glórias abordarem,

Lembrem-se de nós que estivemos ao seu lado.

Do passado nós somos apenas memória.

Guardamos segredos que tentaram esconder.

Não vemos o futuro, mas temos certeza

Que seu destino lhes guarda aventuras e prazer.

Adeus meus senhores não diremos mais nada

Que possa incutir dúvida em sua mente.

Sigam sua vida de maneira inesperada

E que morfeus os aceite no sonhar novamente.

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Fabio Ribeiro
Enviado por Fabio Ribeiro em 12/06/2012
Reeditado em 12/06/2012
Código do texto: T3719780
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