Eureka - O Mundo de Jade Cap. 3

Capítulo 3 - As Quatro Academias

As quatro academias do reino de Ancarina, a mais poderosa sede de ensino do mundo. Onde abriga os mais poderosos magos, sacerdotes, guerreiros e os filhos dos deuses: os anjos. Viria em outrora se tornar o reino mais poderoso, hoje se esconde em temor ao futuro incerto, em que muitos sábios se preparam, para a paz ou para a guerra. Para os antigos só restou lembranças de momentos tristes e momentos felizes; para os novos uma aventura que os espera deixando a solene promessa de se tornarem lenda no futuro.

Relatos de Shekanah. O contador de estórias.

Era esperado um grande dia para Jade, pois teria que passar pelas mãos de Lena, a bruxa seletora. Pois ela iria decidir em qual das quatro academias Jade iria começar seus estudos. Vestiu um simples manto desgastado com uma presilha nos cabelos. Ficou a vislumbrar do seu cômodo os encantos do reino, uma sombra da primavera reinava lá fora. A brisa a bater suavemente beijando-lhe a fronte. Esperava ansiosamente Keneb vim buscar-la para tirar-la daquela ansiedade.

Quanto mais cedo soubesse a academia em qual ficaria, mas fácil seria para ela aceitar a idéia, encantadora por sinal, de que passaria bom tempo da sua vida, convivendo com pessoas novas e aprendendo coisas que até um tempo atrás pensava ser impossíveis. Mal sabia que Eureka é a pura magia dissolvida em um vasto mundo. Keneb não se atrasara nem um segundo do qual prometera na noite anterior, sete horas era o horário determinado, e sete horas ele bateu na porta do quarto de Jade.

Jade deu um pulo quando percebeu e abriu de imediato a porta e disse:

– Vamos, estou ansiosa... Não quero esperar mais – disse ela convicta.

Keneb assentiu.

Voltaram-se aos corredores, enfeitados e complexos de Margesklan. A sala de Lena era a ultima sala da torre de negócios do rei, saíram de Margesklan e de lá puderam avistar-la. Keneb a apontou para Jade deixando a perplexa com a grande diferença das torres do rei para as torres acadêmicas.

Era quase impossível não se perder naquele aglomerado de gente que passava de um lado para o outro, alem do mais as torres eram delimitadas por muros e portões guardados por sentinelas. Seguiram para o portão principal, a partir de lá percorreriam um longo caminho cruzando A Torre Arena. Um grande espaço, como um estádio, em forma de espiral formado por pesadas pedras de mármore se elevando por vários pés de altura com um pináculo flutuante bem ao alto.

O sol aparecia encoberto por espessas nuvens, o vento atacava-os com uma ferocidade incomum, mas não foi suficiente para deter-los. No decorrer do caminho Keneb fora explicando um pouco da historia do reino, como surgiu, como foi dividida a tarefa mais simples a mais complicada. A auto-suficiência de cada torre membro das torres principais e também um pouco sobre os semi-anjos, magos, sacerdotes e guerreiros. Mostrou para Jade em qual torre morava cada um.

– A que estávamos era Margesklan, logicamente a torre dos magos, como sabes. A nossa vizinha é Shekanah em homenagem ao próprio, sem ele não teríamos tantos livros e tanto conhecimento guardados em todas as torres acadêmicas e ela é a dos sacerdotes. As duas depois da Torre Arena, são Levorin e Galaelk respectivamente a dos guerreiros e dos semi-anjos.

Jade observava-as, percebeu o quão magnífico era a estrutura, como fora construído de tal maneira. As quatro torres acadêmicas se ligavam entre si, uma enorme ponte pendia no andar abaixo de cada pináculo e em todas existia outra ponte erguida que dava para a Torre Arena, para os dias de combate, da mesma maneira eram as duas torres principais.

Apenas de forma mais majestosa, pois como eram mais altas, desciam como dois braços para Shekanah e Galaelk e outra maior para a torre arena. Conversaram sobre varias coisas, mas Keneb evitava falar sobre o passado de Ancarina, não queria que ela soubesse das carnificinas, das guerras e de tudo mais. Sempre respondia com meias palavras ou mudava de assunto repentinamente, quando se deram conta, estavam na grande escada que subia aos portões das torres principais do rei.

– Agora uma grande aventura.

Jade subiu correndo, mas logo se cansou e esperou Keneb a alguns lances acima de escada.

– Não consigo, se eu fosse correndo iria chegar morta lá em cima.

Keneb fez-se serio, fechou a cara e disse.

– Nem penses em morrer antes de mim. – brincou ele.

Jade sorriu.

– Claro que não velho, fique a vontade, me conte depois como foi.

Keneb tentou, mas não conseguiu evitar uma risada. E foram subindo juntos. Lance após lance naquela escadaria que parecia infinita. Chegaram exaustos lá em cima, Jade pronunciou-se carrancuda:

– Não tinha um jeito mais fácil de subir isso?

Keneb demorou-se um pouco a responder.

– Quem sabe.

Jade calou-se. As torres gêmeas de Arker eram literalmente gêmeas, e simples, sem adornos, mais estupidamente altas. Quadradas com um grande pináculo apontado para o céu, como afronte aos deuses. Janelas envidraçadas emolduravam aquele cinza dos blocos de pedras, um corredor arqueado recebia os até o portão principal. Embaixo corria calmamente o rio Ister, levando suas águas até as cachoeiras ao norte.

Aproximaram-se e dois soldados corpulentos com armadura e lança se meteram no meio da passagem:

– O que desejam? Perguntou um deles, o mais baixo, mas também mais carrancudo.

Keneb suspirou mas se conformou com a situação.

– Viemos ver Lena, então sem essas formalidades e deixe-me passar, pois o tempo é curto para uns enquanto para outros é demasiadamente longo a ponto de incomodar alguém apenas para o divertimento próprio – disse isso olhando nos olhos do sujeito.

Um traço de raiva surgiu na feição do soldado. O outro começou a rir baixinho, mas logo parou depois de levar uma leve tapa nas costas.

– Quem é você para falar assim comigo? – vociferou.

Keneb se agüentou para não acabar com aquele mero soldado ali mesmo. Mas Jade estava presente então teria que achar outros meios para se resolver.

– Eu sou professor das artes das trevas mais ocultas do universo. Eu estive presente quando Raziel caiu séculos atrás. Então jovem, não venha você falar comigo desta maneira, pois posso te fazer sumir em um segundo.

O soldado ficou mais irado.

– Tente. – disse preparando-se para o ataque.

Uma silhueta disforme como uma sombra apareceu sorrateiramente por trás do soldado. Imperceptivelmente ela tampou-lhe os lábios com uma mão, e sussurrou de modo suave nos ouvidos do soldado.

– Não queremos ver sangue hoje, não é? – sua voz era doce e ameaçadora ao mesmo tempo.

O soldado concordou com um leve sinal com a cabeça.

– Bom garoto, então suma daqui. Pois caso contrario não verá mais o crepúsculo que tanto adora.

Ele baixou a lança e se retirou o mais rápido possível com o seu parceiro troteando pelo caminho.

A silhueta de antes agora se mostrou perante os convidado: uma grande mulher mais alta que Keneb. Seus cabelos eram pretos e se juntavam num coque perfeito, sua pele clara.

Um óculos a emoldurar seu rosto e mostrar seus olhos da cor do vinho. Seus trajes perfeitos como a dona, um corpete preto, uma bota de couro preta e luvas pretas, apenas alguns traços vermelhos destacavam-se na roupa. Ela por sinal demonstrava bastante seus traços de mulher adulta. Keneb já havia visto ela tantas vezes, mas não como estava hoje. Como se fosse aniquilar um exercito apenas com sua beleza.

–Visual novo Lena?

Ela corou.

– Apenas o necessário para me sentir bem. Um obrigado cairia bem não acha? Não precisava de toda aquela conversinha das artes das trevas ocultas, e tudo mais.

Keneb riu e Jade também.

– Era para intimidar, mas obrigado de qualquer forma.

Lena assentiu.

– Acho que uma pessoa está ansiosa para descobrir onde passará o resto do ano aprendendo, não é? – disse ela fixando seus olhos cor de vinho nos azuis de Jade.

– Eu estou realmente ansiosa. – respondeu a menina depois de um grande esforço, falou tudo que tinha que falar.

– Olha, a menina sabe falar. Parece uma adultazinha já. Então vamos ao que interessa apenas me sigam.

Ambos anuíram.

Jade logo pensou em como subiriam até o ultimo andar, estava cansada.

– Como vamos subir até lá? – disse ela apontando.

Lena havia escutado o que Jade disse. Antes mesmo de Keneb responder ela disse:

– Vamos subir da forma mais divertida.

Entraram nos portões, e um pequeno jardim com algumas estátuas jorrando água esplandecia o local. Seguiram pelo lado oeste das torres, pararam em frente à uma estátua de espada, nela Lena acionou um pequeno botão na sua empunhadura.

Alguns segundos se passaram e a plataforma desceu mostrando uma pequena escada que dava à um caminho subterrâneo. Desceram por ela, e se viram num corredor que logo depois subia abruptamente, embaixo uma espécie de carrinho de ferro se mostrava em um trilho.

– Acho que já imaginam como vamos chegar até lá em cima, subam.

Lena montou no “carrinho” e os outros a acompanharam.

– Segurem se firme. – Alertou.

Suas mãos brilharam por um instante e o trilho começou a funcionar. De forma devagar foram subindo.

– Bem pensado, é bastante calm... – todos gritaram quando o carrinho subiu abruptamente numa velocidade incrível. Ambos gritaram, Keneb fechou os olhos e Jade fez o mesmo. Parecia que nunca iam chegar ao destino. Cristais iluminavam o lugar e mostrava uma beleza incomum. Pena que durou apenas alguns segundos, o suficiente para Keneb ficar tonto. Quando desceram, seus corações batiam freneticamente. Lena foi a primeira a descer, ajudando-os.

– Estou velho para isso Lena. – argumentou Keneb.

– Eu poderia experimentar de novo. – disse Jade.

– Qualquer dia desses Jade. – prometeu Lena.

Estavam então na sala de Lena, era o dobro do tamanho do cômodo de Jade. Estantes pendiam das paredes com vários tipos de vidros, e de varias cores, em outro canto um sofá-cama e mas alem livros e mais livros amontoados um em cima do outro. Um lustre iluminava todo o lugar, as paredes recheadas de símbolos místicos e quadros que se mexiam como um vídeo histórico.

– Acho que já podemos começar. Sentem-se.

Sentaram-se em duas poltronas, Lena sentou-se atrás da sua mesa em outra poltrona. Na mesa vários objetos um tanto estranho, bolinhas de gude, adagas, livros, ervas esquisitas, Lena separou-os a frente dos dois.

Jade estava nervosa, pensava o que poderia acontecer com ela, já tinha ouvido relatos que a bruxa seletora fazia trapaças e às vezes ela pedia para o aluno matar um dragão ou evocar uma magia que nunca aprendeu, o temor subiu-lhe a cabeça.

Lena ficou séria fitando Jade.

– Temos quatro objetos aqui como você pode ver. Sua tarefa é mais simples. Mas pode ser também mais complicado. Mas antes quero que me dê suas mãos e feche os olhos.

Jade ergueu seus braços, Lena segurou as mãos de Jade com as suas e as duas fecharam os olhos. Um longo tempo se passou, Lena acenava com a cabeça em sim, às vezes em não, tentava invadir a mente de Jade, mas algo a impedia. Pois somente descobrindo o passado, descobria o futuro e saberia acertar em cheio em qual das academias receberia Jade. Uma cara de preocupação tomou conta dela, finalmente abriu os olhos.

– Teremos que usar os objetos. Não consigo prever qual academia seria perfeita para você.

Jade anuiu, meio que sem entender.

Lena começou então a segunda maneira.

– Os quatro objetos, referentes a cada academia. – indicou os objetos à sua frente. – As bolinhas de gude, só elas definem os semi-anjos em um todo. Uma bolinha apenas não causa dano algum ao inimigo, mas milhões delas juntas causa uma devastação e tanto. As adagas são a primeira arma que os guerreiros de Levorin recebem no inicio de seu treinamento e elas são sua marca oficial para o resto da vida. Os livros, sem eles os magos nunca aprenderiam as artes dos deuses, os conhecimentos etéreos e a liberdade dos espíritos em prol da terra. E por ultimo as ervas, tanto são seus tipos, tantas são suas cores, e sem elas ninguém poderia curar ninguém de forma tão completa. Jade você vai cair num abismo e enfrentar os quatro objetos que definem as academias. Por isso feche os olhos.

Jade tremeu, olhou para Keneb tentando procurar ajuda. Keneb apenas balançou a cabeça.

– Não temas, o temor pode ser piorar sua situação.

– Tudo bem, vamos lá. – disse Jade depois de um tempo, era isso que ela queria, tinha certeza que o básico que Keneb lhe ensinara poderia ser suficiente para burlar o teste. Fechou os olhos e perdeu-se de seu corpo.

Lena jogou-a para as quatro dimensões de teste:

Encontrava-se em um beco, prédios altos num mundo diferente. Não existiam torres, nem criaturas fantásticas. Era monótono, pessoas de terno andavam freneticamente pelas ruas asfaltadas se preocupando com coisas fúteis que usariam no decorrer do tempo.

Uma criança chorava num canto, com os braços sobre as pernas. Uma chuva começou a cair. Jade parou na frente da garota e disse:

– O que houve? Onde estão seus pais? E qual seu nome?

A menina demorou um pouco para responder, virou-se para Jade com os olhos marejados.

– Estão mortos. E meu nome é uma coisa que não me pertence mais.

Jade ficou sem reação. A menina tão linda, lembrava certa pessoa. Não sabia o certo quem poderia ser. Logo tudo se esclareceu, era ela mesma. Mas porque dizia aquilo não sabia e porque estava naquele mundo tão diferente do que vivia também não sabia. Seus pensamentos foram quebrados quando três cães de raça apareceram no beco, rosnando ferozmente.

Jade deu um pulo, a menina deu outro pulo em frente e foi correndo até os cães, um completo suicídio. Mas Jade foi mais rápida e parou a menina no meio do caminho, segurou-a com força e entrou numa pequena porta sem saber aonde a iria levar.

Os cães bateram ameaçadoramente na porta, rosnando e ameaçando com suas poderosas mandíbulas, não demoraria muito e iria arrombá-la. Jade se perdeu numa escuridão, mas sabia que estava segurando a garota, e enquanto corria, dizia para continuar, que ela iria ficar bem com ela em outro mundo. Mas quando se deu conta, a garota parou e foi se dissipando ao ar, num brilho azul celeste, deixando-se levar pelo vento.

– Não. – foi o ultimo grito de Jade a menina. Mas era tarde, mas tarde que pensava e quando se deu conta, outro lugar a tinha recebido.

Era uma catedral. Uma clarabóia refletia os raios do sol e iluminava o santuário. Fileiras de bancos ao meio do saguão, nas paredes lençóis vermelhos pendiam do teto e no piso pinturas de um passado remoto enojando os presentes. Um altar cintilava ao fundo onde três estatuas repousavam em tronos dourados. A frente do altar resplandecia a imagem de um guerreiro que aparentava ser bastante forte, ele fitava

Jade com aqueles olhos profundos e austeros.

Sua beleza era estonteante, cabelos encaracolados e loiros, olhos azuis, uma cota de malha a lhe proteger.

Jade não percebeu, mas não era mas criança e sim uma adulta como o guerreiro. Em suas mãos carregava uma pesada espada adornada de pedras semipreciosas.

A mesma roupa que Lena usava estava no corpo de Jade. Quando se deu conta, o guerreiro deu um grande salto. A espada cortando o vento em direção a Jade, ela de impulso esquivou para a direita, fazendo o guerreiro bater com a espada no chão. Jade sentia seu corpo mais leve, ela não sabia como tinha feito isso aconteceu instantaneamente.

O guerreiro atacou de novo, dando um corte horizontal, Jade jogou o corpo para traz, mas um corte na barriga foi inevitável, pulou em cima do guerreiro e o sangue começou a jorrar de um dos braços do guerreiro. Ele rugiu e atacou Jade como um possesso. Alguns golpes Jade conseguia esquivar, outros não e o santuário ia recebendo o sangue para brilhar com a luz do sol. O baile de espadas durou mais algum tempo, ambos ensangüentados. Ofegantes, pararam. O guerreiro parou e fez uma menção honrosa à Jade, e se dissipou ao vento, como a garota do beco.

Fechou os olhos por um instante, visto que tinha tudo terminado.

O cenário mudou radicalmente, voltava a ser jovem. Estava em uma sala onde um cheiro de bolor pairava no ar, livros empoleirados estavam jogados de qualquer forma. A iluminação vinha de quatro castiçais sobrepostos em cada parede e quatro portas igualmente parecidas em cada parede e numeradas de um a quatro.

Jade se aproximou da porta de numero um e percebeu algo escrito nela:

Entre, tampouco se volta, bate e corre, salva ou mata. É possível acontecer os dois?

Correu até a segunda porta que dizia o seguinte:

Seus temores estão bem guardados, solte-os e receba a glória.

Fez o mesmo com a porta numero três:

Liberdade aqui, entre.

Faltava uma ultima porta: a quarta. Aproximou-se e leu:

Nem tudo o que vemos, é o que parece ser. Existe algo em comum entre a realidade distorcida e a ilusão satisfatória. Percebe-se claramente qual é qual, usando apenas a capacidade mental.

Depois de ler as escrituras de cada porta, parou um pouco para pensar, era um teste, sabia disso, desde quando a garota do beco sumiu. A quarta porta dava-lhe uma lição de moral, a terceira dava uma única opção, mas era muito fácil para ser verdade. A segunda era um chamado um tanto estranho, restou-lhe a primeira: Entre, tampouco se volta, salvar ou matar. É possível acontecer os dois?

Decidiu sem sombra de duvidas escolher a porta numero um. Foi ao encontro dela e abriu. Um clarão cegou-a de imediato. Aos poucos percebeu onde estava. Voltara ao tamanho adulto, estava numa floresta. Ao seu lado um rapaz moreno, magro e cabelos curtos, usava uma alforje e um arco nas costas. Percebeu que estavam correndo, pulando alguns troncos de árvore caídos no chão, pisando em lama, algo estava errado. Duas sombras se moviam rapidamente atrás deles, ganhando terreno muito rápido. Algumas flechas assobiaram sobre suas cabeças.

De repente outra sombra pulou de uma arvore. Aconteceu tão rápido que o companheiro de Jade não percebeu, eles se embolaram e desceram uma colina, travando a luta no decorrer da descida. Jade gritou, viu a espada do inimigo transpassando de um lado a outro o seu amigo. Parou de repente, instintivamente voltou-se aos seus perseguidores, não usava espada, mas suas mãos formigavam, brilhavam uma luz vermelha.

Ao longe as sombras gritaram numa língua desconhecida, duas esferas de energia cinzenta cortaram galhos e seguiam em direção a Jade. Ficou sem reação, mas teve tempo suficiente para criar uma barreira azulada, dissipando a magia inimiga. Jade gritou de raiva.

As sombras atacaram novamente, mas Jade foi mais rápida. Foi lançado discos de fogo em cima das sombras, elas explodiam nas árvores. Uma das sombras caiu, o outro ficou pulando de galho em galho, ergueu as suas mãos invocando uma magia e Jade se desequilibrou, sobre seus pés uma plataforma de pedra emergiu.

De repente uma onda de ar bateu-lhe a costa, jogando lhe para longe e batendo em outra árvore. Abriu os olhos e a sombra apareceu na sua frente, olhos amarelos e capas cinzentas. Ele urrou pronto a dar o ultimo golpe, Jade aproveitou o pequeno segundo de distração do inimigo. Segurou seus pés e eles instantaneamente congelaram. Os troncos das árvores prenderam a sombra impossibilitando ele se mexer. Jade cambaleou para trás quando a árvore começou a pegar fogo, exausta depois de tantas magias diferentes caiu para trás. Seus olhos vacilaram e perdeu-se em sombras.

De volta à saleta de Lena, Jade acordou de imediato observando-os desesperada.

– Calma, acabou. Pode se acalmar. – disse Lena ambígua.

Keneb observava-a confuso e orgulhoso.

Ficaram um bom tempo em silencio, no decorrer do teste de Jade, Keneb e Lena observavam através de uma bola de cristal cada etapa que Jade passava, as quatro dimensões eram controladas por Lena.

Ela podia modificar qualquer coisa que quisesse, e se caso Jade morresse em alguma dimensão ela apenas iria acordar, sem se lembrar de nada e esperaria o resultado. Mas Lena fez questão que Jade continuasse com as memórias e Keneb também aceitou. O crepúsculo beijava o céu com seu esplendor, Lena ficou um bom tempo com os olhos fechados, Jade estava muito cansada, só queria poder ouvir o resultado e ir dormir. Seus olhos estavam cedendo, mas antes disso Lena se pronunciou:

– Jade. Você se mostrou capaz de ser tornar uma comandante, capaz de deter inimigos mesmo quando a coragem vacila, e capaz de usar a imaginação mesmo em momentos que pensamos que não existe mais saída. O seu lugar é perto de seu pai, por hora. Considere-se a primeira pessoa que vai receber um vale academia, existe um potencial nato em você, apenas o tempo pode me dizer em qual academia você iria se encaixar melhor. Margesklan dá as boas vindas à você.

Ouviu isso, um sorriso e os olhos fechando. Cedeu ao sono e dormitou.

Lena ficou séria de repente.

– Sabes que ela poderia ser capaz de entrar em Levorin e Galaelk brincando. Então por que quis que ela ficasse em Margesklan?

Keneb olhou para Jade e para o crepúsculo que dava lugar ao anoitecer.

– Porque quero que ela comece aprendendo aos poucos. Deixar ela crescer um pouco. Logo a passaremos para outra academia. – disse isso, sem olhar para Lena.

Lena pareceu satisfeita com a resposta.

– Como quiser. De qualquer forma, enquanto estiver aqui, estará em boas mãos.

Por um tempo que pareceu infinito, as nuvens pareciam criar projeções, a modo que anjos voavam e brincavam no céu, como único limite o universo.

Se você gostou, pode obter mais informações sobre a continuação dessa saga no blog do projeto.

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Abraços e Beijos. !