Eureka - O Mundo de Jade Cap.2
Capitulo 2 - Sano Bangodolf
Sano Bangodolf: sua idade é incerta, foi um dos primeiros membros da antiga sociedade Ankarin. Abdicou seu trono ao reino de Ankarin para cair de cabeça no estudo da magia. Fundou Margesklan juntamente com Kano seu irmão, mas logo o destino foi cruel, houve uma grande discussão que fez os irmãos se separarem de vez. Não se houve mais noticias de Kano desde esse fato. Sano Bangodof foi de suma importância para o descobrimento dos semi-anjos, mas muitos dizem também que esse foi o motivo para a Guerra Secular, que ocorreu posteriormente. Sano foi uma das peças principais para a criação do reino de Ankarin posteriormente mudado para Ancarina, pois foi sacrificando metade do seu sangue que ergueu o Reino do chão. Hoje em dia ocupa o cargo chefe de Margesklan e seu filho Arker é o Rei Supremo de Ancarina.
Biografias dos Antigos. Livro 1. Pág. 10
Sano Bangodolf saiu às pressas da casa de Jana, Keneb sentiu um profundo vazio assolando seu coração, Jana era mais que uma grande alquimista, fizera parte de sua vida por muito tempo e a morte dela de repente foi mais que um grande choque, foi uma perda sem concerto algum, foi esmagar um coração e esperar que este regenere.
Desejou imensamente encontrar o assassino de Jana e vingá-la, mas isso era impossível por hora, guardou o ódio no fundo do seu coração para usar em outra hora. Estava com Jade nos ombros, e esta aparentava tristeza, seus olhos ainda estavam marejados. Sano ia à frente e Keneb seguiu-o sem pestanejar, pois Sano era considerado o mais sábio de Ancarina desde A Criação, e se ele veio pessoalmente em busca dessa menina, não era à toa. Duvidas e mais duvidas perscrutavam a cabeça de Keneb que fizeram apagar a memória do corpo de Jana jaz naquele chão, decidiu audaciosamente questionar O Ancião, como era chamado.
- O que tem está menina em especial, para que você venha pessoalmente e mude a memória dela assim desta forma?
Sano parecia ambíguo, mas respondeu por sutileza.
- Isso que eu ainda quero compreender. – disse enquanto dobrava uma esquina e seguia uma rua deserta em meio à neve. – Há alguns dias tive um sonho, e neste sonho, uma menina surgiria na minha vida e eu teria que guiar-la para a compreensão da vida. – colocou o capuz da sua costumeira capa preta para se proteger da neve que logo começou a cair.
- E como tens certeza de que Jade é a menina de seus sonhos?
- Não tenho respostas concretas para isso, só sei que apenas sei.
Keneb tinha muitas duvidas, mas não quis encher O ancião de perguntas, sabia que, mas cedo ou mais tarde, tudo viria à tona. Mas estava certo, de que Jade tinha um potencial fora do comum.
O Palácio de Arker era composto por duas torres principais, recheada de janelas em forma de espadas e com dois picos pontudos e dourados. No alto das torres pendia uma ponte que servia de ligação de um prédio a outro. Um aglomerado de pequenas torres completava as torres principais num total de sete torres pontudas e sombrias.
Um imenso jardim se alastrava por uma milha em direção ao baluarte, com suas sentinelas fortemente armadas no parapeito, e um grande portão de ferro que guardava todo o palácio. O labirinto Sanovin preenchia toda a área do jardim, e impedia qualquer inimigo que ousasse guerrear contra Ancarina.
Keneb, Sano e Jade estavam nos portões do palácio, se fossem atravessar o labirinto, iriam demorar dias, mas como Sano foi o arquiteto mestre de todo o reino, conhecia um caminho que só os dignos de sua confiança sabiam. O caminho secreto iria levá-los direto para o palácio e consistia na pura magia.
- Aqui paramos – disse Sano, em frente ao grande portão de ferro. A sua esquerda uma fenda oculta se mostrou na muralha, aproximou-se dela e a tocou, essa emitiu uma tênue luz dourada e a fenda se expandiu o suficiente para três pessoas. –por aqui que iremos. Keneb estava boquiaberto, nunca soube desse atalho, nem que tipo de magia usaria para liberar a passagem. – Tu vens ou não?
- Oh. Desculpa, vamos. – disse voltando ao normal e entrando na passagem.
Sano fez outro movimento, e a passagem se fechou, ambos foram envolvidos por uma forte luz branca, ofuscando tudo ao redor, obrigando-os a fecharem os olhos. Quando abriram de volta, estavam na frente das duas torres principais, gigantes monumentos.
Keneb tentou disfarçar a surpresa, mas não conseguiu. Um sorriso se alongou na sua face. Havia passado a maior parte de sua vida em Margesklan e nunca pensou em uma passagem secreta. A única forma que saia de lá era por uma trilha subterrânea que levava-o para Mersklan. E estava de volta, nunca pensou que volta ali, iria o fazer tão bem. Sano mudou a rota e seguiu por uma curva a direita.
- Vamos para Margesklan?
- Isso mesmo.
A trilha era nada mais do que uma grande rua larga, com varias construções de mármore com tamanhos e formas diferentes. Nessas construções moravam todos os combatentes em prol do reino. Margesklan era uma das cinco torres de combate e estratégia do palácio, se destacava no meio das outras pois era grande e o rubro tingia seus contornos e delineava grandes símbolos que a emoldurava. Seguiram direto e fizeram outra curva a direita, ali estava uma pequena escada e a entrada.
Uma multidão saia e entrava em Margesklan, olhando o grupo e se perguntando o que faziam com uma garota. Mas ninguém ousou perguntar nada, pois Sano estava guiando o grupo, os conhecidos apenas acenavam em cumprimento. Seguiram porta adentro onde quatro escadas subiam em espiral, foram pela terceira escada. No segundo andar uma ampla galeria exibia três pequenas portas com ornamentos dourados e escrituras em vermelho numa antiga língua.
Entraram na porta do meio, e outra galeria ainda maior alojava varias pessoas, umas trajando mantos até a ponta dos pés, outras eram cavaleiros do rei e outras eram pessoas de Mersklan, a serviço do rei. Uma pequena escada com poucos degraus antecipava uma porta negra, mas bem simples. Sano adentrou a porta e não era muito diferente da cabana de Keneb, a não ser pelo fato de haver um grande sofá-cama e uma mini-biblioteca bem organizados em dez lances de armário.
- Ponha-a no sofá. – disse seguindo para sua poltrona atrás de uma mesa de carvalho larga.
Keneb obedeceu, e sentou na poltrona à frente da mesa.
- Vamos conversar agora, não vamos?
- Deveremos? - Salientou Sano com sarcasmo.
- Eu estava com Jade algum tempo antes de sua mãe morrer – levantou-se enraivecido – e ninguém sabe quem a matou. Eu percebi, e você também deve ter sentido o potencial que essa garota tem!
- Calma, sente-se e vamos conversar a respeito. – disse indicando com a mão a cadeira vazia.
Keneb anuiu.
-Agora, sobre quem matou Jana, não sabemos. Poderia ser qualquer um, até de terras bem distantes, pois ela recebia bastantes pessoas estranhas. O fato é que essa menina tem realmente um talento nato dentro dela. Teremos que desabrochar esse talento.
- Como assim? - Perguntou Keneb ambíguo.
- Teremos que ensinar-la os Princípios da Magia.
Nesse momento, Jade acordara, ouviu a palavra magia, e se pronunciou:
- O que vocês estão falando? Velho, porque estou aqui? – perguntou Jade em direção a Keneb.
Keneb deu um salto, franziu o cenho e disse:
- Sano Bangodolf tem uma oferta para você aqui em Margesklan. Logo é inadmissível você recusar, já que queria tanto te tornar uma maga.
Jade deu um sorriso e correu aos braços de Keneb.
- Então é verdade? – olhava para Sano, com os olhos cintilando felicidade.
- Sim, Keneb também irá te ajudar. E de certo irá aprender todos os Princípios da Magia.
- Então porque vocês não me apresentam todos os lugares? – disse ela saltitante.
Keneb fitou Sano por um segundo, Jade nem lembrara como foi parar ali, mas nem fez questão de perguntar, sua cabeça estava cheia de curiosidade. Voltaram à galeria de antes, e a tarde foi preenchida com Sano mostrando todos os cômodos de Margesklan. Desde as Salas de Magia onde os aprendizes ingeriam todo o conhecimento mágico, até as Salas de Experiência onde colocavam em pratica o que aprenderam.
Mostrou também o lugar onde Jade iria dormir, e lá eles pararam, pois a noite já havia chegado, e Jade não se fez de rogada quando viu a cama pronta e quentinha, se jogou nela e caiu num sono sem sonhos.
Por hora Sano não fez questão de apresentar ninguém à Jade, deixaria Keneb a cargo disso e este não estava satisfeito com todos esses acontecimentos repentinos.
- Agora que ela dormiu, podemos conversar em paz. Quero saber o que tu mudaste na memória dela e porque ela me chamou de velho?
- Vamos para minha sala primeiro e ai te explicarei tudo.
Seguiram de volta ao cômodo onde estavam mais cedo. Sano demonstrava ambigüidade e não sabia ao certo das coisas acerca de Jade, tampouco sabia como deveria prosseguir. Chegaram ao cômodo, e se sentaram.
- Pode começar a me responder. – incitou Keneb.
- Está bem. – suspirou – A mãe de Jade morreu quando ela tinha dois anos dando uma armadura em miniatura com grandes poderes que iriam se libertar na maturidade, desde então passou a infância morando com o melhor amigo da sua mãe.
- Não me diga que? – disse Keneb tentando não acreditar na idéia.
- Sim. Este amigo é você.
- Então por isso ela me chamou de velho, não foi? – Seu tom era uma mescla de surpresa e de felicidade. - Em que você meteu Sano, como vou saber lidar com essa menina?
- Ora, você é sábio. Isto vai ser bom para ti, terá seu cargo de volta aqui, caso queira. E o que Jade sabe era que você tinha um cargo afinal, só apenas renunciou, e voltou para ajudar ela a aprender mais com mais facilidade. Acho que o nome mas devido a isso, é pai. Você é o pai dela agora. Pelo menos por enquanto. O que acha?
A palavra pai mexeu com Keneb, de fato estava gostando da ideia, e só era questão de costume. Entendeu que não tinha mais volta, teria que aceitar aquela mudança repentina de vida.
- Não tenho opção mesmo. – deixou-se convencer - Quero ir para minha cama agora.
- Sua sala ainda permanece lá em cima, ainda lembra o caminho?
Keneb sorriu. – Nunca vou esquecer. – disse isso e saiu.
Nunca iria esquecer mesmo de sua pequena sala cúbica cheia de objetos e livros, ainda permanecia uma boa quantidade lá, mas a maioria estava na sua cabana em Mersklan. Decidiu que no dia seguinte iria voltar para pegar suas coisas. Seguiu cantarolando para o seu “Cubo Mágico” como chamava, onde outrora era preenchida por aprendizes, agora o que sobrou no Cubo, era apenas o mofo espectral das coisas.
Se você gostou, pode obter mais informações sobre a continuação dessa saga no blog do projeto.
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Bjs e Abrcos. !