Alpinista do destino.
Na manhã calma e fresca procuro-te em pensamento.
Quero-te nem que seja nos meus versos, para emoldurá-los com o teu sol.
Porém, por mais esforço que eu faça, o teu semblante me escapa.
Ao virar-me as costas levaste até a minha concentração.
Foi contigo toda paz que eu conhecia, deixaste muito mais que solidão.
Meus dias são desafios que escalo sem olhar pra trás.
Sou alpinista do destino tendo o céu por horizonte.
Embora o sol seja inclemente, em mim o frio é cortante.
Centímetros conquistados na tua direção são vitórias; és a minha obsessão.
Vivo com o olhar fixo no topo da montanha, além da vida, onde moras, agora.
Às vezes, por segundos, vislumbro a tua silhueta de mãos estendidas: meu prêmio de consolação.
26/4/2004 - lua nova -
10:08 h