O Orfanato - Parte II
A noite caiu, derrubando sua sombra de terror e desespero por toda a vila. As trevas desabaram por sobre o dia, despertando criaturas da escuridão, vindas dela, feitas dela. Logo, o vilarejo estaria tomado e não restaria pedra sobre pedras.
“Quando a luz se apaga, os caçadores saem para a caçada”
E assim fomos nós, destemidos porém temerosos, beijar a face da morte. E ela mostrou seu rosto. Um poderoso embate ocorreu aquela noite, uma batalha sangrenta como nunca se havia visto. Aquela noite, as criaturas abissais provocaram um levante. Caçadores caíam de suas montarias e eram esmagados, suas cabeças separadas dos corpos por poderosas garras, enquanto um véu negro cobria a sombra da escuridão, como um enxame de criaturas grotescas. Monstros, vampiros, demônios. Aquela noite não sobraria pedra sobre pedra. A menos que...
A menos que aquela criança-demônio fosse detida.
Bahamadã, aquele que possuía crianças.
E ao final, estavam justamente ele e o nosso herói, prontos par ao último embate. Lágrimas escorreram pela face do guerreiro que empunhava sua espada de prata na forma de cruz, benzida pelo papa. Aquela espada era capaz de matar qualquer coisa. Mas nosso espadachim ainda não era capaz de matar outra criança.